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Embalagens – A importância do design gráfico na indústria farmacêutica

Por Victor Vasques

O sábado do dia 04 de dezembro de 2010 poderia ter sido como qualquer outro no agitado hospital São Luiz Gonzaga, em São Paulo.

Mais comum do que isso, só a simplicidade do atendimento do caso que virou notícia nos principais jornais. De um lado a jovem Stephanie Teixeira, que com os seus 12 anos precisava apenas tomar mais uma dose de soro. Do outro, a auxiliar de enfermagem que, ao trocar um frasco de soro por vaselina, causou a fatalidade que virou manchete.

Segundo a Folha.com, a culpa seria dos frascos idênticos usados para armazenar os dois produtos. Negligência? Homicídio culposo? Não importa a “justificativa” (se é que existe justificativa para uma mãe que perde sua filha de modo tão banal), mas o caso levanta um questionamento: qual a evolução do design no mercado farmacêutico?

A falta de aplicação do design ao mercado farmacêutico não é um assunto exclusivo do Brasil. Frascos, tipologias e, até mesmo, cores semelhantes são aplicações que correm o mundo na área de medicamentes. Culpa das empresas que não podem incentivar o consumo com embalagens atrativas?

Concordo que isso seria um problema, mas será que soluções como o Viagra não seria uma saída para um mercado tão pobre da presença do design?

Para quem não sabe, a Pfizer transformou seu medicamento em um verdadeiro case. Já que a patente cairia cedo ou tarde, a empresa americana registrou a cor e o formato da pílula azul como uma patente, ou seja, todos podem produzir medicamentos para disfunção erétil, mas só a Pfizer produz Viagra.

Voltando ao nosso problema de embalagens, não é a toa que a embalagem para o ClearRx foi considerado o design da década pela IDSA – Industrial Designers Society of America.

Criado pela designer Deborah Adler, após sua avó tomar a dosagem errada de medicamento devido a problemas presentes no rótulo, o trabalho de identidade visual para a Target, além de belo, cobre os requisitos exigidos pela FDA – Food and Drug Administration – órgão regulamentador dos EUA.

Além de crescimento nas vendas e de uma avó descuidada, existe uma outra curiosidade que envolve o projeto: o mentor de Adler. Ninguém menos do que Milton Glaser, lenda do design gráfico e responsável pela imortal campanha “I love NY”.

Ora, se até o mestre americano apostou em uma ideia para o mercado farmacêutico, quem sou eu para dizer que os designers não devem atuar nesta área. Vale uma reflexão por parte dos profissionais de design: Como podemos mudar esse mercado sem torná-lo um disputado varejo?

Victor Vasques é ceo e editor chefe do Com limão. Como designer já passou pelos principais portais brasileiros, atuando sempre nas áreas de design digital e branding.

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