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Duke Nukem Forever: Nostalgia e mediocridade em um game lendário

Gearbox resgata protótipo da 3D Realms e lança o fraquíssimo Duke Nukem Forever

É sempre com muito entusiasmo e com um viés crítico bem refinado pelas décadas que analiso cada lançamento do mercado de games atual. Acredito que seja o foco que sempre abordei quando me deparei com um jogo desde criança, nos saudosos tempos do Atari – em que a narrativa era algo mais superficial havendo a possibilidade de interpretar os pixels apresentados na tela de formas diferentes – até os dias atuais em que podemos literalmente conduzir uma investigação virtual em high definition.

O que um jogo deve trazer a nós jogadores são duas coisas que às vezes são distintas, muitas vezes não se complementam (quando sim, viram clássicos) e cada vez mais vem se tornando recorrente no mercado.

Os games então devem ser vetores de diversão sim, é fato, mas algo mais que isso: devem ser meios alternativos para contar uma boa história. É por isso que alguns leitores irão achar um tanto paradoxal este artigo.

Começo assim, analisando de forma fria e pelo final: Duke Nukem Forever é um FPS (first person shooter) medíocre para nova geração (Xbox 360, Playstation 3 e PC). Suas texturas são inconstantes, seu gameplay é desmotivador, level design pobre, puzzles fracos, taxa de renderização de quadros lenta e enredo nulo.

Duke Nukem Forever é um FPS medíocre para nova geração

Uma ou outra textura mais elaborada e o personagem Duke pende a avaliação um pouco para o positivo, porém os tempos de load entre fases são insuportáveis (mesmo instalando o game no HD do Xbox 360), fazendo Duke Nukem Forever ser uma amostra execrável dos jogos da nova geração.

Mas ainda assim, ciente de todos estes problemas, algo me faz ter um carinho incondicional por este jogo. Explico.

Em meados dos anos 90 (quando a internet banda larga era algo proveniente da NASA) milhares de garotos – eu incluso – passavam horas e horas (e consequentemente gastando pequenas fortunas em conta telefônica devido à internet discada) jogando via modem um FPS chamado Duke Nukem  3D.

O que Duke Nukem 3D havia de diferente? Era um FPS que, diferente de seu “pai” DOOM 2, possuía maior interatividade com o ambiente (coisa absurda para a época), apresentava um bom-humor nunca antes visto em jogos similares, nudez,  plataforma multiplayer apelativo e divertido e – principalmente – um personagem principal que proferia impropérios, frases de efeito e que condensava em um único ser todos os heróis de ação brucutus das décadas de 80 e 90.

Desta forma, Duke Nukem 3D foi uma febre em seu tempo e mesmo levando em consideração que pouca coisa ali era realmente em 3D (a técnica em que os sprites ficavam sempre de frente ao jogador acabava emulando o “efeito 3D”), o jogo foi considerado um modelo de FPS na época e um grande sucesso.

Não foi por menos que logo a desenvolvedora 3D Realms, em 1996, anunciou que estava produzindo a continuação de Duke Nukem 3D, um jogo maior, melhor e “realmente em 3D”, chamado Duke Nukem Forever.

E assim começaram a longa espera e o longo pesadelo dos gamers fãs de Duke. Ano a ano, a 3D Realms adiava o lançamento, mesmo mostrando alguns screenshots e prometendo o jogo para dali a algum tempo em feiras e exposições.

Algum tempo depois veio a noticia que a 3D Realms fechara as portas e Duke Nukem Forever foi cancelado de vez. O jogo acabara com o passar dos anos, virando uma lenda no meio gamer. Um mito. Quase como o santo graal dos FPS.

O jargão “Antes Tarde Duke Nukem” já havia se incorporado no vocabulário nerd-gamer e toda e qualquer esperança de vermos Duke salvando as garotas do planeta novamente, chutando o traseiro de alguns aliens e mandando uma stripper rebolar foi por água a baixo…

Mas eis que no final de 2010 a Gearbox que – de alguma forma incorporou alguns funcionários e projetos da finada 3D Realms – comunicou que realmente iria lançar Duke Nukem Forever em Maio de 2011.

Ninguém, é claro, acreditou, pois se tratava da maior fábula dos games, mas imagem a imagem e após alguns trailers bem legais e embalados por músicas bem agitadas, estávamos realmente diante de um evento épico e concreto.

O tão aguardado lançamento de Duke Nukem Forever após 14 anos de lendas e espera. Acredito que apenas quem viveu aquela época e era fã de Duke Nukem 3D sentiu o mesmo que eu senti. Um misto de medo, alegria e dúvida. O último adiamento veio um pouco antes do lançamento, passando assim para a data oficial do release em Junho de 2011.

E assim, em Junho deste ano, todos os gamers tiveram a oportunidade de conferir um game que por 14 anos estava para ser lançado. E lá estava ele.

O Duke, o personagem que tanto me divertiu durante minha tenra idade, com a mesma dublagem de Jon St. John, com as mesmas piadas e o mesmo humor ácido e machista de sempre. Acredito que foi esta nostalgia que me fez gostar de um jogo tão medíocre quanto Duke Nukem Forever resultou.

O novo game é o resultado ideia mirabolante da Gearbox de pegar aquele protótipo de jogo que a 3D Realms havia feito à 14 anos atrás e dar uma recauchutada para a nova geração.

Apesar da grande interatividade, o jogo, como já citado no início deste artigo, possui falhas que subjugam os acertos. Duke Nukem Forever é um jogo para fãs de Duke Nukem 3D e apenas estes irão realmente ter algo com que se divertir: Relembrar o passado.

Acredito que apenas um velho gamer nostálgico como eu pode dizer algumas palavras carinhosas a respeito de um jogo tão não merecedor da nova geração. Duke Nukem ainda figura como um dos grandes heróis da época dourada dos FPS. E apenas isso.

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