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Conteúdo On Demand: O futuro do Popcorn Time

PopCorn Time é a melhor invenção da modernidade. Você instala, e tem simplesmente TODOS os filmes e séries que quiser ver!! Inclusive os que ainda estão no cinema! E com legenda em dezenas de línguas!!

Infelizmente, acredito que é algo não legal, do ponto de vista jurídico. As empresas gastam muito dinheiro produzindo os filmes e séries, e quando as pessoas estão assistindo de graça, os direitos autorais não são pagos, assim como o faturamento que é esperado com esses produtos, acaba ficando abaixo da expectativa, já que as pessoas não adquirem as cópias originais dos DVDs ou Blu-Rays. Assim como ocorreu com o Megaupload, The Pirate Bay e outros provedores, esse aplicativo pode não durar muito. Embora possa alegar que não armazena os dados, apenas facilita seu encontro para o usuário, através do processo P2P, o aplicativo já vem sofrendo diversas ameaças de processos judiciais, tendo inclusive já sido retirado do ar por determinado tempo.

A idéia é simplesmente genial. Há uma enorme demanda desse material via torrent, e, por outro lado há uma mobilização de se oferecer um serviço em streaming da programação da TV paga. Hoje, os principais canais já oferecem parte de sua programação através do serviço de streaming próprio, ou então, através de produtos como o Netflix, que concentra uma grande parte da produção audiovisual em seus servidores.  Aliás, este tipo de serviço já foi previsto por Bill Gates, em seu livro “Estrada do Futuro”, em 1995.

Ali, ele previa uma tecnologia onde toda a programação da TV poderia seria armazenada em servidores, e as pessoas, de casa, acessariam e assistiriam em qualquer momento. Seria uma inversão do modelo da TV na época, da sincronicidade, para a assincronicidade. Ou seja, o espectador não precisa estar sincronizado com o que está passando na TV para poder assistir o que quer. Ele pode assistir quando desejar. Portanto, o que o aplicativo faz é unir a variedade existente nos torrents, com o serviço de streaming. Assim, pode oferecer praticamente tudo o que é compartilhado pela rede, incluindo os filmes que mal são lançados no cinema.

Um lado negativo que vi é que com os investimentos dos assinantes e da venda oficial dos produtos, os canais têm mais dinheiro para produzir séries melhores, e os estúdios, mais dinheiro para investir em filmes melhores. Veja que nem se compara a qualidade das séries produzidas nos canais a cabo com as da TV aberta. Assim, se todos começarem a assistir aos seriados e filmes apenas de forma gratuita, vejo que pode haver uma queda no faturamento das companhias, e conseqüentemente, na qualidade do produto, já que o investimento pode não ser o mesmo.

Por outro lado, pode haver uma mudança boa nesta área. O Netflix, pode se sentir ameaçado e promover mudanças, buscando oferecer mais variedade, e de forma mais rápida.  Os produtores do seriado Game of Thrones já reconheceram que boa parte da fama do seriado se deu através dos torrents. O seriado bateu todos os recordes de downloads piratas, e embora seja algo que não trouxe faturamento para a produção, trouxe uma enorme publicidade. O que pode ocorrer, é uma inversão do modelo. As produtoras podem começar a enxergar este filão e trabalhar suas produções da forma que é na TV aberta. Transmissão gratuita para o público, e os gastos cobertos com publicidade.

Um serviço como o oferecido pelo Popcorn Time é de grande valia. No mundo de hoje, é difícil acompanhar seu filme ou especialmente seriado favorito pela TV. Você consegue até assistir alguns episódios, mas pode acabar perdendo outros. Além disso, alguns excelentes seriados nem chegam a ser transmitidos na TV por assinatura brasileira. Há, ainda, a questão do atraso em relação às TVs de fora. Os seriados são exibidos no Brasil muito tempo depois da exibição na TV estrangeira, e assim, corre-se o risco de ficar conhecendo o final da sua série favorita antes mesmo de você assisti-la. Sem conseguir ver pela TV, o jeito era apelar para o download via torrent. Embora não revestido de legalidade, era a forma de se ter acesso a conteúdo de excelente qualidade, e obter riqueza de entretenimento e cultura.

Vejo que há dois caminhos para o Popcorn. Sofrer uma grande perseguição da indústria do entretenimento, assim como ocorreu com o Napster, ou ser legalizado. Neste segundo caso, ele poderia ser adquirido por uma grande empresa e ter seu serviço oferecido através da cobrança de uma mensalidade.

Seria justo, pagar uma taxa por mês pra ter acesso a praticamente tudo o que é oferecido hoje em termos de produção de filmes e séries, ou pelo menos, tudo o que a produção norte-americana tem a oferecer.

Nota do Editor: Enquanto escrevíamos este texto, o mercado on demand acaba de ganhar mais um player. O Alibaba Group seguirá os passos da Amazon (que no último ano estreou sua primeira produção original, a série Transparent, e recebeu o Globo de Ouro em 2015) produzirá conteúdo on demand.

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