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Freedom: Os easter eggs e a liberdade de Pharrell Williams

Você pode até não gostar das músicas do Pharrell Williams, mas se é um profissional da área de comunicação (designer, publicitário, fotógrafo, etc.), saiba que você PRECISA assistir ao clipe do novo single “Freedom”.

Dirigido por Paul Hunter, diretor com 20 anos de experiência e bronze em Cannes 2010 (ele foi diretor da campanha AXE: Destiny), o clipe traz referências sutis de momentos históricos, da literatura e outras mídias que falam sobre o tema liberdade. Quer exemplos?

  • 00:04 – Hong Kong: Se você prestou atenção nas aulas de história, sabe que a cidade-Estado briga por sua independência desde sempre. A região já foi controlada por britânicos, japoneses e (atualmente) chineses.
  • 00:25 – As pirâmides humanas do festival La Mercè, na Catalunha: Outro território polêmico. Os catalães denominam a região como uma comunidade autônoma da Espanha. Nem todo mundo concorda e a discussão se arrasta pela história.
  • 00:31 – Sharbat Gula: A fotografia da garota afegã que ficou famosa no mundo todo é referência neste ponto do vídeo. Durante os bombardeios soviéticos na região, Gula (na época com apenas 12 anos) perdeu os pais e foi parar em um campo de refugiados no Paquistão, onde foi fotografada por Steve McCurry. O registro é importante porque, além de mostrar uma refugiada, foi um dos poucos registros de uma mulher afegã sem a burca. Em 2002, a National Geographic foi atrás da menina (agora com 43 anos), mas só conseguiu confirmar sua identidade por meio de técnicas biométricas, comparando a íris dos olhos. Ironia do destino, já que o olhar é o principal foco da imagem.

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  • 0:58 – O chinês na praça da Paz Celestial: Outro ícone da história, o chinês que enfrenta os tanques, durante os protestos na praça da Paz Celestial, em 1989, aqui aparece recriado com peças de LEGO.

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  • 1:00 – Muhammad Ali: Considerado “O Desportista do Século” pela Sports Illustrated, o ex-campeão de boxe nasceu com o nome de Cassius Clay Jr., mas se converteu ao Islamismo e se negou a lutar na Guerra do Vietnã.

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  • 1:22 – São Paulo: Não entendi a conexão com o tema liberdade, mas a metrópole brasileira aparece rapidamente no vídeo. A imagem é um pouco antiga, já que ao fundo aparece o Conjunto Nacional e o relógio ainda contém a marca Itaú. Em 2011 o banco foi obrigado a retirar a marca (exibida no local desde 1976), devido a polêmica lei Cidade Limpa.

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  • 1:54 – O lado obscuro da moda: Pharrell faz uma referência aos complexos industriais de roupas, muitas vezes com trabalhadores a beira do escravismo. Acredito que a ideia seja recriar locais como o prédio que desabou em Bangladesh, em 2013, mas infelizmente também poderia ser uma loja do Brás, em São Paulo.
  • 2:17 – O Velho e o Mar: Um dos clássicos da literatura mundial, o romance de Ernest Hemingway aparece em uma clara referência no vídeo. Na história, o pescador Santiago fica mais de 85 dias no mar e consegue (sozinho) capturar um peixe gigantesco. Ao retornar, tubarões atacam a carcaça do peixe e Santiago retorna apenas com a espinha. Recomendo a leitura!
  • 2:24 – Os negros e a igreja americana: Sempre foi comum os negros americanos terem suas comunidades evangélicas/batistas. Nem sempre tinham espaços próprios, por isso eram montadas em tendas. Este tipo de igreja foi alvo de grupos racistas, como o Ku Klux Klan, durante a década de 60. No vídeo é possível perceber (pela estética, figurino e objetos) que Pharrell Williams voltou no tempo (ou não).
  • 2:35 – Bundas de fora: A nudez sempre foi um tabu, ao mesmo tempo em que simboliza liberdade. O único momento do vídeo em que o “clichê” é usado.

Viu, não basta fazer um clipe bonito! Quando se tem repertório e um diretor como Paul Hunter, uma música vira história de verdade.

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