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Lançamento do iPhone: As técnicas de retórica de Steve Jobs

Gênio do mercado de tecnologia, uma das grandes armas de Steve Jobs é a retórica

A retórica teria nascido no século V A.C. e visava persuadir a audiência dos mais diversos assuntos, mas com o tempo acabou se transformando no sinónimo da arte de falar bem. Aristóteles sintetisou suas características no livro chamado “Retórica”, onde lançou as bases para sistematizar o estudo dessa técnica. A técnica foi incorporada no nosso sistema de ensino preenchendo a necessidade de treinar oradores e escritores para convencer audiências mediante bons argumentos.

A retórica muitas vezes é vista como uma forma de manipulação de oratória. Quando bem utilizada, essa técnica rende ótimos momentos. Principalmente no que se diz respeito a apresentações. É uma técnica que prevalece na política, mas ainda é pouco vista no campos dos negócios, E quem é um grande expoente da retórica? O nosso amigo e sempre citado senhor Steve Jobs. Em homenagem a sua saída da Apple, faremos uma análise do seu discurso na apresentação de lançamento do primeiro iPhone, em 2007. Vejam o mestre em ação:

Anáfora: dentro da retórica, a Anáfora significa a repetição da mesma palavra (ou de um grupo de palavras) no começo de frases ou de versos consecutivos. É muito usada nos quadrinhos, música e especialmente na poesia. Steve Jobs reforça a palavra “iPod”, colocando-a sempre na frente de todos os seus subprodutos:

“Como vocês já sabem, nós temos o iPod, o melhor player de música do mundo. Temos também o iPod Nano, os novos modelos. E suas cores estão de volta. Temos o iPod Shuffle novo surpreendente.”

Anadiplose: A repetição da última palavra de uma frase que também é a primeira palavra da seguinte frase. Serve como um reforço da informação.

“E ele conseguiu dois por cento do mercado. Dois por cento de mercado. O iPod teve 62 por cento do mercado.”

Assíndeto: Sequência ou palavras ou expressão semelhante sem o uso de conjunções. Steve omite as conjunções resultando em orações coordenadas assindéticas, separadas por vírgulas. Essa ténica, quando falada com velocidade, dá a impressão de maior quantidade:

“Nós temos filmes, programas de TV, música, podcasts, fotos.”

Polisíndeto: É o emprego repetitivo da conjunção entre as orações. No caso, da conjunçã “e”:

“E o design e ele tem core animation e ele tem o áudio e vídeo já famosos do sistema OsX.”

Questionamento: Uma pergunta retórica na qual sabemos que a resposta é auto-evidente. Com isso o palestrante marca um diálogo imaginário no palco, e leva a platéia para as suas conclusões, chamando-os a participar:

“Não é incrível?” “Você quer ver isso de novo?”“Muito legal, hein?”

Uso de exclamações: Uma exclamação expressa paixão, vontade, e demostra o emocional do apresentador:

“Acabei de pegar a minha unidade aqui, e vou transformá-lo no modo paisagem. Oh, olha o que acontece! Estou no Cover Flow!”

Hipérbole: Uso do exagero dos atributos de um objeto ou circunstância. Steve coloca como os melhores produtos do mundo:

“A Melhor versão do Google Maps no planeta! widgets, e todos com Edge e Wi-Fi em rede.”

Comparação: uma comparação explícita entre dois elementos, e que Steve nunca perde a chance de compara-los com algo maravilhoso:

“Funciona como mágica.”

Antítese: A colocação de conteúdos contrastantes.

“É o tipo de coisas que você encontraria em um telefone comum, mas de uma maneira muito diferente agora.”

Metáfora: A comparação feita referindo-se a um elemento como outro.

“Um transplante de coração enorme para microprocessadores Intel.”

Climax: O aumento de um waker para uma expressão mais forte. Assim, uma seqüência de palavras é organizado em ordem crescente.

“Primeiro foi o mouse. O segundo foi a click wheel. E agora, nós vamos trazer multi-touch para o mercado.”

Personificação: A atribuição de características humanas às objetos. E não é assim que tratamos os gadgets da Apple?

“Ele já sabe como pode gerenciar… E se há uma nova mensagem, ele vai me dizer.”

Construção de Slogans: Steve Jobs também tem frases específicas que repete sempre. Slogan servem para marcar posicionamentos de mercado na mente dos consumidores. E as frases repetidas frequentemente por Steve Jobs tem o poder de convencer a platéia. AInda mais sendo grandiosas do jeito que são:

“Hoje, a Apple vai reinventar o telefone, e aqui está.” “Então, nós reinventamos o telefone.” “Hoje a Apple reinventou o telefone.”

Muitos clientes pedem apresentações como as do Steve Jobs para a Monkey. Lógico, nosso amigo Steve é um grande orador. Mesmo ele sendo um ótimo apresentador, é sempre prudente pensarmos que ele é bastante ajudado pelos produtos que apresenta e pela empresa que dirige, e muitas vezes o fato de estar mostrando ao mundo um produto revolucionário, que está sendo aguardado há tempos (e que gerou boatos, spoilers, e tudo mais) já o coloca num patamar diferente dos demais apresentadores.

Baseado em post do blog da Duarte: www.duarte.com

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