
Cotidiano
Review: Assassin’s Creed Shadows é um épico feudal com falhas técnicas
Assassin’s Creed Shadows leva jogadores ao Japão feudal com uma narrativa envolvente, mas tropeça nos gráficos.
Assassin’s Creed Shadows leva jogadores ao Japão feudal com uma narrativa envolvente, mas tropeça nos gráficos.
O que você vai descobrir a seguir:
Pronto para uma aventura no Japão feudal? Assassin’s Creed Shadows chega às lojas de todo o mundo nesta quinta-feira (20), e o Com Limão teve acesso antecipado ao jogo. Confira agora nossas primeiras impressões sobre este novo capítulo da franquia da Ubisoft.
Antes de falarmos sobre o jogo em si, precisamos entender a história do jogo. O Japão de 1579 é um caldeirão fervente de mudanças, conspirações e batalhas sangrentas. Oda Nobunaga, o temido daimyo (senhor feudal) que moldaria a unificação do país, avança sem piedade, esmagando resistências e redesenhando os limites do poder. Entre as sombras desse cenário turbulento, alianças são forjadas, traições são seladas, e a chegada de estrangeiros ameaça subverter tradições seculares. É nesse contexto que se desenrola Assassin’s Creed Shadows
De um lado, Naoe, uma shinobi (ninja) da lendária província de Iga, treinada na arte do silêncio e da letalidade. Sobrevivente de uma devastação que destruiu sua terra natal, ela parte em uma missão impossível, movida por uma promessa que parece inalcançável. Do outro, Yasuke, um guerreiro lendário — e um dos personagens históricos mais fascinantes já explorados na franquia, além do mais polêmico. De origem africana, Yasuke foi um samurai que serviu diretamente a Oda Nobunaga, um homem que precisou enfrentar preconceitos, provar sua honra e encontrar seu verdadeiro propósito em meio ao caos.
Aliás, a questão racial é algo abordado logo no início do jogo, que traz referência a chegada dos portugueses ao Japão, acompanhados de escravos e uma cultura muito diferente da Terra do Sol Nascente. Mais do que um jogo, Assassin’s Creed Shadows se apresenta como uma porta de entrada para um dos períodos mais fascinantes da história japonesa. E ao dar protagonismo a figuras que costumam ser deixadas de lado nos livros de história, o game não apenas entretém — mas também ressignifica a forma como enxergamos o passado.
Além disso, Assassin’s Creed Shadows apresenta cinco grandes arcos narrativos (que duram, em média, entre 1 hora e 40 horas de jogo — tudo isso em um mapa com 9 regiões diferentes). Embora o jogo tenha uma história central sólida, muitos dos objetivos, missões e oportunidades podem ser abordados de forma não linear no mundo aberto. Você pode rastrear os alvos principais na ordem que preferir e, à medida que explora o mundo, descobrirá novas oportunidades e desafios ao longo do caminho. Algo que já vimos anteriormente em outros jogos da franquia.
Se a história entretém, o visual chega a ser o total oposto em Assassin’s Creed Shadows, tornando-se uma frustração para quem está jogando na nova geração de consoles. O Anvil, motor proprietário da Ubisoft, prometeu uma série de atualizações; como sistema de iluminação melhorado e objetos que se quebram no cenário. No entanto, as novidades parecem parar por aí. A modelagem dos personagens, os movimentos truncados e o cabelo (Meu deus! Sim, o cabelo merece um comentário a parte) parecem que saíram da geração anterior de consoles.
Em alguns momentos parece que AC Shadows é apenas uma nova skin dos jogos anteriores. Tirando algumas novidades, como o fato de poder efetuar golpes mortais através das paredes, a dinâmica de combates ainda é ruim, chegando ao ponto de bugs que frustram a diversão do jogo. Por exemplo, tiveram dois momentos que foram emblemáticos na nossa experiência:
No geral, AC Shadows é bem equilibrado, mas estas falhas quebram a experiência do jogo. Uma hora você está pensando estrategicamente como matar 3 oponentes fracos, mas que chegam a criar um leve desafio (afinal, são três personagens); no outro você está concluindo a principal missão do momento com um só golpe.
Um detalhe interessante na nova gameplay está ligado ao sistema de clima dinâmico, que intercala 4 estações com chuva, vento, trovões e outras variações no clima. Isso impacta como os oponentes identificam seu personagem, ou seja, se você derrubar um deles durante uma tempestade, é mais provável que passará despercebido do que durante um dia claro.
Como experimentamos AC Shadows no Xbox Series X, estas dinâmicas de clima ou do visual não impactaram nos FPS, que variam no console entre 30, 40 e 60 FPS.
Amante de animais: Você pode vagar pelas cidades e acariciar gatos e cachorros, mas se quiser coletar animais para colocar no seu esconderijo, a atividade sumi-e é o que você deve procurar. E se você é um amante de gatos – fique de olho! Existe uma Ilha dos Gatos em algum lugar…
Quer desafios?: Se achar a experiência Normal muito difícil, não hesite em mudar para Forgiving, mas se quiser mais desafio, o Expert aumentará a agressividade e os atributos dos inimigos, além da percepção mais ampla; eles podem até te ver no telhado! Você também pode testar suas habilidades em duelos ou na arena em The Tournament.
Descoberta cultural: Visite a página do Codex depois de observar os glitches do Animus no mundo para aprender mais sobre o Japão e nosso mundo.
Visite os mercadores: Mercadores podem ter itens únicos à venda que você não encontrará em outro lugar, como cosméticos exclusivos ou projetos de construção para o seu esconderijo.
Folclore Yokai: O folclore japonês é rico em histórias sobrenaturais e de fantasmas. Nós enquadramos essas histórias como pessoas malévolas encenando esses mitos no Tabuleiro Yokai.
Kuji-Kiri: Naoe tem uma atividade única de meditação Kuji-Kiri que a ajuda a focar sua mente e revela mais sobre sua vida e história.
Animais lendários: Naoe e Yasuke podem participar da pintura de animais selvagens do Japão. Os animais podem ser encontrados em vários locais. Você pode até encontrar animais lendários. Dependendo do local onde são imortalizados, a composição da pintura variará.
Um dos pontos fortes de AC Shadows está na recriação do ambiente de época. Isso sempre foi um destaque da franquia e não poderia ser diferente. Apesar de esperar um cenário mais realista (que só é visto nas cutscenes do jogo — veja no vídeo abaixo), o ambiente do novo jogo é bem detalhado — do ponto de vista de elementos. Cenários pós batalhas, fortalezas imensas, florestas densas e vilarejos tradicionais do Japão feudal compõe o mapa de AC Shadows.
É um jogo bonito e rico, mas parece ter sido produzido para uma geração anterior de consoles — e bato nesta tecla insistentemente porque, devido ao tema, é normal compararmos Shadows com Ghost of Tsushima (2020).
Outro destaque está na dinâmica de diálogos, que impactam na história; na relação com aliados e na construção de um esconderijo (um vilarejo próprio que você pode construir do jeito que preferir).
No geral, Assassin’s Creed Shadows é um jogo divertido, imersivo e culturalmente muito rico. Existem pontos que poderiam ser melhorados (e a Ubisoft pode explorar as futuras atualizações para isso), mas entrega uma boa experiência aos fãs da série. Quem está acostumado com a franquia, talvez veja algumas semelhanças entre os jogos anteriores e, até mesmo, algumas ligações entre as histórias.
Já para quem nunca jogou um Assassin’s Creed, Shadows talvez seja uma frustração na nova geração ou no PC. O mundo aberto tem boas missões e experiências, mas “minigames” como os de meditação são chatos e repetitivos.
Se pararmos para pensar que AC Shadows é um triple-A com valores que variam entre R$ 349,99 (versão Standard) e R$ 449,99 (versão Deluxe Digital), é justo dizer que é um jogo caro pelo que entrega. A melhor opção talvez seja a Deluxe Digital do Ubisoft+, que cobra R$ 59,99/mês e permite que você tenha: Pacote Deluxe, Bônus da pré-venda com expansão futura, “Jogado aos Cachorros” — missão adicional de lançamento e Mastery points.
Nota final: 3/5 🍋🟩🍋🟩🍋🟩 | Disponível para Xbox · Playstation · Windows · MacOS
Os fãs de Assassin’s Creed e da cultura pop japonesa ganharam um presente inusitado — e absolutamente épico — para o lançamento do novo jogo. A Ubisoft Brasil revelou um vídeo especial de Assassin’s Creed Shadows, inspirado no universo vibrante do Tokusatsu, gênero icônico das séries e filmes de ação japoneses que dominaram as décadas de 1980 e 1990. Repleto de efeitos visuais e aquela estética característica que mistura exagero e criatividade, a produção é um verdadeiro tributo à cultura pop oriental.
Para dar ainda mais autenticidade ao projeto, a trilha sonora do vídeo traz Strike as One, uma composição inédita de Edu Falaschi, nome de peso no metal brasileiro e ex-vocalista do Angra. A música carrega toda a intensidade do gênero Tokusatsu, com aquele toque grandioso que só o metal consegue oferecer. E para os fãs que gostam de um toque extra de imersão, uma versão em japonês da faixa será lançada na próxima quarta-feira (19), interpretada por Taro Kobayashi, responsável pelo tema Armour Zone, de Kamen Rider Amazons.
Além da sonoridade empolgante, o vídeo conta com participações de criadores de conteúdo renomados, como Thais Matsufugi, que atualmente integra o Flow Games, e Zulu, lutador de MMA e apresentador. Com direção da Flashbang Co. em parceria com a Ubisoft Brasil, a produção conseguiu recriar com fidelidade toda a essência do Tokusatsu, sem perder o espírito moderno que Assassin’s Creed Shadows promete trazer ao jogo.
Outro detalhe importante: o projeto contou com o apoio da Ubisoft Japão, garantindo que cada referência e detalhe fossem respeitosos com a cultura japonesa. O resultado? Um espetáculo visual e sonoro que faz jus ao legado do Tokusatsu, enquanto mergulha os jogadores na atmosfera única de Assassin’s Creed Shadows.
Se o objetivo era conquistar o público nostálgico dos clássicos Jaspion, Changeman e Kamen Rider, missão cumprida com sucesso. Agora, resta aos fãs esperar pelo lançamento oficial do jogo – e, claro, colocar essa trilha sonora na playlist para entrar no clima!