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Bloomberg: China e Índia serão centros de inovação até 2035

Pesquisa Bloomberg: China e Índia serão centros de inovação até 2035

Prever o futuro parece uma coisa doida, de quem olha para uma bola de cristal e prevê mudanças significativas. Na vida real, prever o futuro se resume a muita pesquisa e análise de dados e mais dados. A Bloomberg lançou ontem (23) os resultados de uma pesquisa global que reuniu percepções de 2.000 profissionais de negócios de 20 mercados sobre o papel e influência da tecnologia no futuro da economia mundial.

Desenvolvido pela área de Nova Economia (New Economy), o estudo reúne uma série de previsões sobre o mundo em 2035 e revela o sentimento de profissionais de negócios de economias emergentes e desenvolvidas sobre uma série de questões, incluindo o papel da tecnologia, a urbanização e as mudanças climáticas.

“É válido ressaltar que as economias emergentes são mais otimistas do que os mercados desenvolvidos sobre o poder da tecnologia para moldar um mundo melhor até o ano de 2035 (…) Os países em desenvolvimento, em geral, veem a tecnologia mais como uma oportunidade, enquanto o mundo desenvolvido tem um maior senso de tecnologia como uma ameaça.”
— Andrew Browne, diretor editorial do Fórum da Nova Economia Bloomberg

No geral, os dados mostram que os profissionais de negócios de países emergentes são mais otimistas do que os profissionais dos mercados desenvolvidos sobre mudança e têm expectativas significativamente mais altas para o papel que a tecnologia desempenhará na economia, nos negócios e na vida diária nas próximas décadas. Dentre as principais conclusões da pesquisa:

O estudo mostra que 69% dos profissionais de negócios pesquisados da América Latina acreditam que a independência das mulheres em países emergentes trará um renascimento econômico – acima da média global de 57%. Os entrevistados da América Latina acreditam que as futuras sociedades serão sem dinheiro físico. 46% dos entrevistados da América Latina concordam ou concordam plenamente que o dinheiro não será mais o principal meio de troca até 2035. Somente 8% dos argentinos entrevistados discordaram, o menor número de qualquer país pesquisado.

Em todo o mundo, existe um consenso de que dinheiro físico está de saída – Globalmente, 52% dos entrevistados concordam plenamente ou concordam que o G-10 não usará mais dinheiro como meio de troca em 2035. Os países emergentes estão ligeiramente mais favoráveis (54% concordam plenamente ou concordam) a prever essa mudança do que os países desenvolvidos (48% concordam ou plenamente).

Globalmente, 54% dos entrevistados concordam ou concordam plenamente que, até 2035, a China e a Índia terão ultrapassado os EUA como os centros de inovação tecnológica do mundo. Uma porcentagem substancial (49%) dos entrevistados nos mercados desenvolvidos, incluindo os entrevistados dos EUA, concordou ou concordou plenamente com a previsão de que a China e a Índia eclipsarão os EUA em tecnologia. Ainda mais (59%) entrevistados em mercados emergentes estão apostando que a China e a Índia vão dominar o setor até 2035. Entre as mais altas estão a África do Sul (73% concordam ou concordam), Egito (69% concordam ou concordam) e Arábia Saudita (67% concordam ou concordam plenamente). Os entrevistados chineses foram mais conservadores em relação à perspectiva de que a China e a Índia superassem os EUA em tecnologia, com apenas 40% concordando ou concordando plenamente.

As entrevistas mostraram também que 39% dos entrevistados globais acreditam que Pequim será a maior cidade tecnológica do mundo até 2035, com mais entrevistados (45%) em mercados emergentes concordando e concordando plenamente do que nos mercados desenvolvidos (31%).

“O que é palpável nas ruas de Pequim e Nova Delhi também é evidente nos resultados da pesquisa — os profissionais das novas economias são claros sobre a mudança no centro da gravidade econômica global. À medida que avançam para aproveitar as oportunidades representadas por novos mercados e tecnologias, o fluxo de talentos e capital acelerará a ascensão das novas economias.”
— Tom Orlik, economista-chefe da Bloomberg

Existe um forte consenso global de que, se houver outra guerra mundial, é provável que seja uma guerra cibernética. Globalmente, 68% dos entrevistados concordam ou concordam plenamente com essa previsão. Há mais temor disso nos países emergentes (72% concordam ou concordam plenamente) do que nos países desenvolvidos (onde 61% concordam ou concordam plenamente), mas a preocupação é alta em todo o mundo.

Sobre guerras, vale um parênteses. A revista Science apresentou um artigo em fevereiro de 2018, afirmando que “uma nova análise sugere que nossa paz relativa é apenas uma aberração estatística e que outra grande guerra pode estar próxima.” Já Joseph Stiglitz, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 2001 e ex-economista-chefe do Banco Mundial, afirmou em um texto recente, publicado no The Guardian, que “a emergência climática é a nossa terceira guerra mundial. Nossas vidas e civilização como a conhecemos estão em jogo, assim como estavam na Segunda Guerra.”

A fala de Stiglitz reflete bem um tópico do estudo da Bloomberg. Segundo ele, a maioria dos profissionais de negócios em todo o mundo concorda que, até 2035, estaremos alcançando um ponto sem retorno a respeito das mudanças climáticas. Globalmente, 58% concordam ou concordam plenamente, com o sentimento mais forte em economias desenvolvidas como o Reino Unido (64%), França (63%) e Alemanha (59%) .52% dos profissionais globais também concordam que o aumento do nível do mar já terá “varrido” o primeiro país de baixa altitude do mapa até 2035.

Carros autônomos e inteligência artificial: A grande aposta

O futuro é conectado e com inteligência artificial. Os entrevistados na Ásia acreditam que os carros autônomos serão mais comuns do que os de propriedade individual em 2035. Enquanto os entrevistados na China (70%), Vietnã (69%) e Índia (65%) concordam plenamente ou concordam que carros autônomos dominam o mercado automobilístico, há divergência nesse ponto nos países ocidentais com fortes indústrias automotivas, incluindo o Reino Unido (38% discordam plenamente ou discordam), Estados Unidos (36% discordam plenamente ou discordam) e Alemanha (35% discordam plenamente ou discordam).

Apesar dos temores de que a inteligência artificial destrua os empregos manuais (leia mais sobre no texto “Detroit Become Human: Um jogo sobre empatia e humanidade”, onde fiz um paralelo sobre o jogo da Sony e o futuro), a maioria do mundo diz que a aprendizagem ao longo da vida pode atenuar a ameaça – Esse sentimento é especialmente forte nas economias emergentes, onde 72% concordaram ou concordaram plenamente que a aprendizagem ao longo da vida, muitas vezes fornecida por meio de tecnologia móvel, será um método bem-sucedido de combater os desafios de mercado impostos pela inteligência artificial.

Para quem quiser se aprofundar na discussão, o Fórum da Nova Economia de 2019 será realizado em Pequim do dia 20 ao dia 22 de novembro nas margens do Lago Yanqi. Aproximadamente 500 dos executivos mais influentes do mundo, inovadores em tecnologia, autoridades governamentais, especialistas e acadêmicos de mais de 60 países e regiões se reunirão para propor soluções para a desordem da mudança para a nova economia.

Sobre a metodologia da pesquisa: A pesquisa online foi realizada para a Bloomberg pela Profiles Division, Kantar. Os dados da pesquisa foram coletados de 18 a 26 de março de 2019 entre uma amostra com 2.000 profissionais de negócios em 20 mercados sobre suas visões sobre o que o futuro (especificamente, 2035) provavelmente manterá. Isso envolvia determinar seu nível de concordância ou discordância com uma série de previsões sobre o mundo em 2035. A margem de erro amostral para o total de respondentes é de +/- 2,2 no nível de confiança de 95% com base no tamanho total da amostra N = 2000. Foram consultados profissionais ativos com idade entre 30 e 65 anos e com emprego de tempo integral em 20 países (Argentina, Brasil, China, Egito, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Japão, Malásia, Nigéria, Arábia Saudita, Singapura, África do Sul, Coréia do Sul, Espanha, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, Estados Unidos e Vietnã).

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