Futuro
O que podemos aprender com Omi, assistente pessoal da CES '25
Omi se destaca como um gadget vestível de IA que promete transformar a interação humano-máquina.
Omi se destaca como um gadget vestível de IA que promete transformar a interação humano-máquina.
Inteligência artificial. Não se fala em outra coisa pelos corredores da CES 2025. Mas, afinal, nós precisamos tanto de IA em nossas vidas? As grandes marcas apresentaram futuros em que a inteligência artificial está integrada ao nosso cotidiano; nos ajudando nas tarefas mais banais.
Durante as apresentações, um certo déjà vu de quando foram apresentadas as assistentes pessoas como Alexa e Siri. Ainda hoje me pergunto se preciso de uma Alexa controlando a minha casa (principalmente quando a internet cai e preciso voltar ao bom e velho interruptor para não ficar no escuro).
Isso não quer dizer que a inteligência artificial seja algo para ser ignorado. Só acredito que precisamos criar utilidade para novas tecnologias, não ficar querendo enfiar goela abaixo. Por exemplo, a IA é uma ótima ferramenta para traduções simultâneas.
Lembrei disso quando vi um comentário da Fernanda Torres, em entrevista para a Globonews, falando dos desafios do filme “Ainda estou aqui” em criar conexão com o público de língua inglesa. Não lembro exatamente a fala, mas a atriz comentou que a barreira do idioma dificultava esta proximidade emocional com os espectadores.
E, se existe uma barreira que a IA pode ajudar a transpor, esta é a dos idiomas. Quando o Skype lançou o Translator, em meados de 2015, eu chamei a função de “Peixe Babel”, tecnologia presente no universo de Douglas Adams, onde um peixe traduz em tempo real qualquer idioma do universo. Mas também reforcei que, da última vez que alguém confiou 100% em uma nova tecnologia, o planeta quase foi destruído.
O avanço da tecnologia sempre nos surpreende, mas é raro encontrarmos um dispositivo que consiga unir praticidade, inovação e uma pitada de ficção científica de forma tão convincente como o Omi. Apresentado na CES 2025, este gadget vestível promete mudar o jogo quando o assunto é assistentes pessoais (e foi apresentado por quem realmente está fazendo o evento interessante: as startups).
Vendido por um valor acessível (US$ 89 — valor bem em conta pelo que ele promete entregar), ele traz à tona a visão de um futuro em que a interação entre humanos e inteligência artificial se torna mais fluida e, por que não, um pouco mais íntima.
Pense no Omi como um “amigo digital” que vai muito além do que Siri ou Alexa podem oferecer. Ele é pequeno e sempre pronto para ouvir, interagir e até mesmo se adaptar ao contexto das suas conversas. Não é apenas um dispositivo que responde a comandos — ele ouve, aprende e, aos poucos, se transforma em um verdadeiro assistente, capaz de oferecer mentoria personalizada e executar tarefas com agilidade.
O grande diferencial do Omi está na simplicidade de sua interface e na sofisticação do que acontece nos bastidores. Com tecnologia de inteligência artificial integrada, o dispositivo consegue captar nuances, como a intenção do usuário, sem a necessidade de comandos tradicionais. Imagine começar a falar e perceber que o Omi já está atento, pronto para responder ou armazenar um lembrete.
Outro ponto interessante é a possibilidade de personalização por meio de “Personas”. Com esse recurso, o usuário pode criar bots que simulam comportamentos e estilos de comunicação específicos, transformando o Omi em uma espécie de mentor ou conselheiro
Adicione a isso uma loja de aplicativos com mais de 250 opções, e você tem em mãos um gadget que pode ser adaptado a praticamente qualquer rotina. No Twitter, Nik Shevchenko, criador do Omi, disse que está trabalhando na integração de um alto-falante de condução óssea e muito mais.
A proposta do Omi parece ser bem interessante e acredito que ele não será mais um Rabbit R1, uma das grandes frustrações do campo da IA em dispositivos portáteis, mas isso só o amanhã dirá. Uma coisa que posso afirmar com certeza é que inteligência artificial boa é aquela invisível. A IA não é a protagonista de nossas vidas, ela é uma mera ferramenta coadjuvante… resta lembrar o marketing das grandes empresa sobre isso.