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A incerteza sobre o Super-Homem

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Vamos começar esse post escutando “Superman”, do rapper (desaparecido) Eminem.

Eu não tenho dúvidas: ao lado de Batman, Super-Homem é um dos nomes mais relevantes do Universo DC. Sua capa vermelha e uniforme azul inspira gerações desde o final da década de 30. Até aqui, tudo é seguramente óbvio. Trivial.

Porém, uma incerteza rompe este cenário tranqüilo: fora do território das HQs, quão relevante o Homem de Aço está sendo nesta geração?

Assim como vocês, eu sou devoto do último homem de Krypton, mas observo que na cultura pop contemporânea, ele está cedendo espaço para figuras como Wolverine, Homem Aranha e o próprio Batman.

Eis aqui algumas hipóteses desta teoria conspiratória:

– Wolverine: em 1939, os autores defenderam, nas páginas dos quadrinhos, a possibilidade de um futuro povoado por Super-Homens, alegando que as formigas possuíam enorme força e o impacto dos saltos dos gafanhotos poderiam ser potencializados e transformados em vôo.

É claro que estamos tratando de um contexto de cerca de 70 anos atrás, dentro do apelo lúdico e puro da Era de Ouro dos Quadrinhos. Wolverine, por sua vez, dialoga com a realidade atual por ser um mutante fruto de experimentos com adamantium. É algo que reforça toda a discussão sobre ética e limites que a ciência moderna pode alcançar, uma vez que assuntos como células-tronco, alteração de DNA e clonagem tomam as páginas de ensaios científicos.

E Wolverines prontos para mostrar as garras metálicas sem necessidade aparente são mais fáceis de encontrar por aí. É só observar comportamentos durante horários em que o trânsito está congestionado. Aparecem vários, quase simultaneamente. E muitas vezes deixam marcas em forma de buzinas ensurdecedoras e palavrões impronunciáveis no Com Limão.

– Homem Aranha: por mais que possamos entender a tristeza extraterrestre de Clark ao ver o pôr-do-sol avermelhado no horizonte, a solidão e culpa que Peter Parker carrega é essencialmente humana. A inadequação de Super-Homem tem a motivação de quem está se adaptando a uma nova realidade, a uma nova comunidade (terráqueos).

A inadequação de Peter não tem motivos que a justifique. Ele é incompreendido pela comunidade da qual faz parte naturalmente. O senso de incompreensão que Peter está submetido é mais fácil de percebermos e solidarizarmos.

– Batman: Bruce combate o crime em resposta ao sofrimento imposto em sua infância, em decorrência do assassinato dos seus pais: vingança. Clark foi acolhido por camponeses e defende os humanos como, diríamos, por gratidão à espécie que o recebeu. Em tempos de Gil Rulgai, Isabela Nardoni, Bin Laden e George Bush, a dor da vingança está mais exposta, popularizada e dialoga com maior velocidade nos noticiários diariamente.

Em parte, isso ajuda a explicar um Batman que detonou as bilheterias dos cinemas enfrentando um Coringa anárquico, inconseqüente e terrorista comparado com a recepção morna em relação ao roteiro romântico e da presença de um Lex Luthor sóbrio, inteligente e previsível de Superman Returns. Não acredito que o Coringa teria tanta projeção como tem hoje se fosse retratado nas telas como um palhaço, cuja arma fosse um pó para fazer rir.

Um momento! Super-Homem conta um imprescindível trunfo: ele foi criado como nós, mas jamais será um terráqueo. Sua proteção causa admiração porque é fruto também de uma necessidade de aceitação, de pertencer a um grupo, a uma tribo. E isso todos nós fazemos: buscamos nos reunir com nossos semelhantes, seja através do estilo musical, da escolha acadêmica ou blog predileto.

Esse anseio por associação torna o Homem de Aço tão humano que o aproxima e mistura sua personalidade super poderosa com cada um de nós.

Minhas fichas estão todas apostadas no importante papel que Super-Homem está desempenhando na saga Crise Final. Por isso, não entrego a vocês hoje uma conclusão certeira e segura. Entrego a vocês a sugestão de um levante em prol da relevância do herói na atualidade.

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