Antes que a Terra pare, coloque no seu player The World is Mine, do David Gueta para acompanhar este post.
Enquanto aguardo os lançamentos nas telonas de Watchmen, Wolverine e The Spirit (esse último não está fazendo uma boa performance lá fora), exercitei novamente minha devoção pela sétima arte e fui assistir O dia em que a Terra parou.
Quer dizer, o filme estrelado por Keanu Reeves me passou uma sensação de não fazer o planeta parar taaanto assim (só parou mesmo quando a exibição foi literalmente interrompida, por conta de um problema técnico no projetor da sala, o que parecia um trocadilho irônico com o título do filme), se você compará-lo com todo o barulho que o filme 2012 poderá provocar assim que chegar aos cinemas, cuja estréia está prevista para julho deste ano. Para quem ainda não viu o trailer de 2012.
Explica-se: ao deparar-se com O dia em que a Terra parou, é preciso ter em mente – o tempo todo – que se trata de um remake do original lançado em 1951, época em que a tecnologia e a ciência ainda caminhavam em passos lentos, se comparados com as inúmeras possibilidades que contamos atualmente, em 2009. Assim, há 58 anos, a humanidade acabava de recompor-se de uma guerra mundial e a busca de ideal tecnológico resumia-se no desenvolvimento da inteligência artificial: imaginava-se que a construção de robôs dotados de lógica quase humana representariam o ápice da evolução. E ainda, havia uma crença coletiva, praticamente bíblica que indicava o fim do mundo no ano 2000 de diversas formas, inclusive com a possibilidade de uma invasão alienígena.
Todos esses fatores concedem ao filme um sentido de urgência sobre a necessidade de mudança de postura frente ao planeta e às relações humanas, mediante a consciência de caos provocada pela ameaça extraterrestre que intervém na Terra justamente para salvá-la de seus habitantes, que insistem em devastá-la e comprometer sua continuidade no sistema solar.
A mensagem é valida, totalmente justificável no século XXI, nesse momento turvo da humanidade, no qual nunca se falou tanto na possibilidade de um colapso ambiental, climático (vide tsunamis, furacões e chuvas torrenciais que castigou, inclusive, nossos irmãos de pátria em Santa Catarina), mas a forma como o tema é abordado, embora conte com bons efeitos especiais, pode parecer algo ingênuo, maravilhosamente pouco ameaçador.
O diretor Scott Derrickson perdeu a oportunidade de transformar seu longa-metragem em algo memorável ao ignorar a possibilidade de aproximar o público da realidade, colocando em pauta os insistentes conflitos bélicos, religiosos, políticos e territoriais que assolam a humanidade, mas como Max postou, a guerra é feia e a indústria hollywoodiana está mais preocupada em vender sonhos que propriamente questionar e provocar a reflexão do expectador. Isso significaria fugir da fidelidade do original de 1951, mas em minha concepção, era a chance de transformar um entretenimento mediano em uma obra antológica, contemporânea.
O personagem de Keanu Reeves – ator que trás credibilidade ao trabalho, graças à sua personalização característica em papéis de ficção científica e adaptação de HQ, como Neo (Matrix) e Constantine (no filme de mesmo nome) – Klaatu parece mais um juiz que adverte a humanidade que propriamente um invasor disposto a extinguir a espécie humana. E o menino Jacob, que ocupa boa parte da trama no final da história é um pé no saco. Chamem a Super Nanny para salvar a Terra desse pentelho. Cantinho da disciplina nele, com certeza!
Bem, assim como ameacei vocês com vampiros e mutantes da novela da Record no post do Crepúsculo caso não comentassem suas percepções sobre o filme, não me resta outra opção senão ameaçá-los novamente para garantir a tão importante participação de vocês. Rarararararara. Então, aqui vai: quem ler e não comentar vai ser abduzido por marcianos de cabeça gigante e verde.
E pior: esses marcianos vão ficar dando aqueles gritos idênticos ao do Frank Aguiar, o Cãozinho dos Teclados no seu ouvido. Auuuuuuuuuu! Rarararararara. Vai por mim: por via das dúvidas, é melhor você comentar!