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Unidos pela história, separados pela guerra

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Abraão contou a Sarah, sua mulher, que ela deveria dar à luz. Como Sarah sabia que não poderia conceber um filho, ofereceu a Abraão sua escrava egípcia Hagar (isso era algo comum na época) para que a tarefa dada a Abraão pudesse ser cumprida. Foi assim que Abraão teve seu primeiro filho aos 86 anos, segundo a Torah: Ismael.

Ismael quer dizer “aquele a quem D’us escuta”. Devido a conflitos entre Sarah e Hagar, atribuídos provavelmente a ciúmes com relação ao filho, Hagar foge do acampamento de Abraão levando Ismael. Ela retornaria mais tarde com a promessa de D’us de que seu filho seria também o pai de uma nação de muitos. De acordo ainda com a Torah, o judaísmo como religião nasceu com Abraão por ter sido ele o primeiro patriarca, o primeiro que fez sua aliança com D’us, como veremos daqui a pouco, mas os judeus, como povo, viriam apenas com o profeta Moisés. O povo árabe também nasceu neste momento, pois Ismael é considerado, pelos muçulmanos, profeta e ancestral de todos os árabes.

Anos após este incidente, D’us confirmaria a Abraão que este ainda seria pai de um filho de Sarah e ordena que todos os homens de sua casa fossem circuncidados e que, a partir daquele dia, todas as crianças do sexo masculino receberiam este sinal no oitavo dia após seu nascimento. Nesta ocasião os nomes de Abraão e Sarah são trocados (para ter as significações como “pai de muitas nações” e, no caso de Sarah, para por fim a sua esterilidade). Sarah concebe Isaque, que significa algo como rir ou risada, pois foi como Sarah recebeu a notícia de que teria um filho mesmo sendo estéril, dando risadas.

A estória continua… Tanto judeus quanto muçulmanos compartilham as crenças na continuação, compartilham diversos profetas e suas estórias. De Isaque a Zacarias, passando por José, Moisés, David e Salomão. Apesar de haver divergências quanto à participação de Jesus Cristo dentro do contexto da Torah (para os judeus, Jesus não é o messias) não é raro que ele seja considerado um profeta, e é assim também que ele é considerado para os muçulmanos. Então temos, nesse momento nova separação. Diferentemente dos judeus e dos árabe-muçulmanos, os cristão não são considerados ou se consideram um povo.

Isso, é claro, não impediu seu crescimento como religião e que esta também tivesse tantos seguidores quantos as estrelas do céu e os grãos de areia da praia. A crença de que Jesus seria o messias deve-se ao fato de que Elias teria profetizado sua vinda. Para o judaísmo o messias seria o ungido, aquele que iria reconstruir a nação de Israel e restaurar o reino de David, trazendo desta forma a paz ao mundo. Divergências à parte, a crença de que Jesus era o messias fez do cristianismo uma religião importante e, em diversos momentos, criou divergências sérias para com judeus e muçulmanos.

Neste momento temos três diferentes pontos de vista que, entretanto, compartilham de uma origem comum. Nos próximos posts começarei a mostram como as semelhanças foram sendo esquecidas e onde as diferenças passaram da retórica para ações. Em diversos momentos da História as divergêcias entre as três religiões foram usadas como pretexto para atos de violência inimagináveis. As diferênças culturais entre os diversos seguidores dessas religiões também foram, em muitas ocasiões, os estopins de crises e guerras sangrentas onde morerram milhões.

Os motivos passam pela economia e política, além da religião é claro, e tentarei passar por todas elas. Vou também começar a tentar explicar qual a importância da região hoje conhecida como Cisjordânia e de Jerusalém nesse drama histórico.

A História do Oriente-Médio foi escrita com sangue de muitos povos, desde antes da época em que Abraão teria se mudado para lá, e nada disso mudou até hoje. Não é a primeira vez que árabes, judeus, critãos e muçulmanos brigam nesta e por essa terra e, certamente, não será a última pois ela é extremamente importante para todas essas religiões e seus seguidores, como vocês verão em breve. Como disse antes, me limitarei a passar informações sem, no entanto, tecer nenhum julgamento de mérito ou dar uma opinião. Até lá….

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