Aqui quem vos fala é o Guilherme Amorim e serei, de agora em diante, o correspondente com limão na África do Sul. Para os que não sabem desembarquei no aeroporto internacional de Johannesburg no dia 7 de janeiro desse ano e como já havia combinado com o Victor, escreverei e fotografarei sobre essa terra, exclusivamente para o blog.
Como todos sabem, a África é um grande continente que possui inúmeras belezas naturais (incluindo fauna e flora) e foi o berço da primeira civilização. Mas além das gigantescas criaturas que andam por aqui e da grande miséria que é revelada abertamente para todo o mundo, existe uma África que a Globo não mostra na sexta-feira à noite no Globo Repórter e que só aparece no Jornal Nacional quando a notícia tem relação ao racismo, morte ou qualquer outra manifestação de violência.
Estou morando atualmente na África guerreira de Nelson Mandela, uma terra que, até hoje, ainda sofre com o racismo (que já melhorou muito!), pobreza e a AIDS (que é um dos grandes). Falam por aqui que a coisa está tão feia que entre a população negra, 6 em cada 10 possuem o vírus HIV. Não encontrei nada confirmando esses boatos, porém não é difícil acreditar nisso quando se vê a situação de algumas pessoas andando nas ruas.
Mas não é sobre miséria e AIDS que quero falar e sim sobre as coisas desconhecidas dessa terra para a maioria dos brasileiros. Vamos até as grandes cidades para descobrir que a riqueza e a fartura também existem na África, e essa é uma das coisas que mais assustam as pessoas que não conhecem esse lugar.
A África do Sul é muito rica culturalmente, pois possui influência Holandesa, Britânica e Portuguesa, além da forte presença cultural das tribos negras que já estavam por aqui antes da chegada dos europeus. Por causa disso o país possui mais de 9 línguas ou dialetos oficiais que vão do Inglês Britânico ao Afrikaans (língua falada pelos brancos) passando por outros vários dialetos negros. Além da forte presença de árabes e indianos por aqui, que logo logo vão acabar transformando suas línguas em oficiais também.
Logo que cheguei aqui, deparei-me com algo inesperado na saída do aeroporto internacional de Johannesburg.
– Será que eu não sai de SP?… Ah! Sai sim! Em São Paulo não tem tantas vias maravilhosas como essas e nem tantos carros de luxo.
Difícil de acreditar, mas é uma realidade na África do Sul. Aqui se compra carros por praticamente a metade do preço que se consegue comprar no Brasil, ainda tendo uma vantagem: as marcas populares são Mercedes, Toyota, BMW e Volkswagen, sendo que as 3 primeiras são ainda mais baratas do que a metade do preço no Brasil.
Fora carros, a grande maioria dos bens de consumo por aqui são muito baratos. Isso inclui eletrodomésticos, eletrônicos, cama, mesa e banho, coisas para jardim e etc. O que me faz pensar, por que os brasileiros costumam fazer compras na Europa e Estados Unidos? Será que ainda não descobriram esse lugar? Um país lindíssimo e de fácil acesso, com uma moeda barata e milhões de coisas para se fazer e se comprar. Tomara que seja apenas por falta de informação, porque se algum dia esse lugar ficar famoso entre os brasileiros, muitos planos de viagem para o exterior serão repensados.
Outra notícia boa para os brasileiros é, que assim como nos demais países do mundo, aqui nós também somos queridos e adorados pelo nosso futebol, nosso samba e pela bela protuberância bronzeada das nossas mulatas. Isso facilita muito quando se quer desconto ou até mesmo uma simples informação em qualquer lugar por aqui. Não há nenhum sul-africano que não saiba o nome de pelo menos um jogador de futebol da nossa seleção. Mas tome cuidado em que lugar você fala que é brasileiro, isso pode causar um mini tumulto e diversas perguntas sobre futebol. rsrsrs…
Bom, esse é apenas o primeiro post sobre a África. Como irei morar aqui por 2 anos, pretendo escrever muito mais, além de sempre tirar uma foto nova de algum lugar bacana por aqui. Esses primeiros posts serão uma breve apresentação da África e mais pra frente teremos bastante coisas interessantes. Um grande abraço à todos!