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70 anos e o projeto especial da Marvel

Bravo! Bravo! Os 70 anos da Marvel promete! Vem aí pela frente o Marvels Project, uma série baseada em oito edições que vai trazer uma história digna dos clássicos…

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Bravo! Bravo! Os 70 anos da Marvel promete! Vem aí pela frente o Marvels Project, uma série baseada em oito edições que vai trazer uma história digna dos clássicos de espionagem, um cruzamento de Dick Tracy com 007 dentro do contexto Marvel que conhecemos e prestigiamos.

O trunfo da série é unir justamente o clima hyppe de espionagem com os primeiros dias do Universo Marvel. É como se a Marvel reescrevesse seu passado com as tintas do presente, revitalizando e rejuvenescendo a origem de personagens clássicos, como Tocha Humana, Namor, Capitão América (a Marvel matou ele, mas é ela que não consegue viver sem ele), Nick Fury e outros personagens que datam lá no berço da editora, quando ainda era chamada de Timely Comics.

Misturando referências do filme Os Eleitos – que trata de uma corrida espacial – e o Projeto Manhattan – projeto da bomba atômica dos EUA – a série ainda vai mexer em um passado pouco explorado ao longo da trajetória do Namor: o real motivo que levou o Príncipe Submarino a detestar os humanos e provocou o lendário embate com o Tocha Humana.

Palavras do roteirista Ed Brubaker, responsável pelo Marvels Project: “Uma das cenas de abertura tem Franklin Delano Roosevelt, presidente dos EUA, em um iate recebendo dados da inteligência que falam do experimento que vai criar o Tocha Humana. Os nazistas estão mais avançados na corrida, e essa é uma das razões pelas quais o Tocha é anunciado numa coletiva de imprensa. O cara que cria o Tocha Humana nem sabe que a empresa que financiou seu experimento é na verdade controlada pelo governo.”

Esse lance do Marvels Project me agrada justamente por trazer uma nova perspectiva sobre a aura clássica dos quadrinhos. Com certeza, vai ser uma experiência curiosa atestar a união de todo aquele clima ingênuo super-heróico da década de ouro dos quadrinhos com a visão modernizada, quase bélica que envolve as HQs da atualidade. Percebo quase um “choque” entre as características dos personagens no passado com a forma que são retratados no presente.

Em 1939, por exemplo, a idéia de uma guerra civil entre heróis por conta de registro governamental era algo remoto, jamais cogitado, já que a visão da época era a “queda de braços” entre o bem e o mal. O conceito entre o certo e o errado, o bom e o mal nascia ali e deu origem a todas as discussões éticas e morais que seguiriam a diante. Mesmo sem mencionar qualquer fato sobre a Guerra Civil, você perceberá que os heróis já apresentarão as marcas desse processo. E isso por si só já torna a série imperdível e impressionante.

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