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Publicidade infantil - Proibir ou Liberar?
Na semana passada a publicidade infantil esteve em destaque, quando no dia 18 foi discutida por audiência pública em Brasília. A audiência debateu o projeto de lei…
Na semana passada a publicidade infantil esteve em destaque, quando no dia 18 foi discutida por audiência pública em Brasília. A audiência debateu o projeto de lei…
Na semana passada a publicidade infantil esteve em destaque, quando no dia 18 foi discutida por audiência pública em Brasília. A audiência debateu o projeto de lei nº 5921, do deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB – PR), que propõe a proibição de propaganda voltada às crianças. Um dos principais alvos dos opositores desse tipo de publicidade é aquele direcionado à venda de bebidas e alimentos. Com isso mais uma vez a publicidade entre em pauta na capital federal.
Nessa situação o problema central a ser resolvido é até onde comerciais que induzem ao consumo de produtos infantis podem ser prejudiciais ao desenvolvimento de uma criança. Quando um “pimpolho” está na frente de uma TV, é claro que existe um fascínio tremendo quando trenzinhos apitam, rios de chocolates correm por bosques coloridos e bonequinhos engraçadinhos conversam com o “portento” (uma criança fofa e esperta).
Aí é só esperar para que o pequeno chegue perto do produto que viu em um mundo mágico para abrir o berreiro dizendo que se não comprar será a criança mais infeliz do mundo e que depois dos 25 anos não poderá mais ter filhos pelo trauma. É assim que órgãos defensores, psicólogos e superprotetores devem enxergar o mundo. Então cabe aos anunciantes educar a população mirim quanto ao tipo de alimentação que será consumida? Alguém concorda comigo que quem detém o poder de comprar ainda são os adultos?
Não nego o fato de que a publicidade fala diretamente com o povo e qualquer um está sujeito as suas idéias, mas acredito que nesse caso, o que mais vale é o bom senso de quem quer vender seu produto dosado com a educação dedicada pelos pais sob a supervisão do CONAR.
Não acho que devemos gritar na cabecinha em desenvolvimento de ninguém insinuando que só aquele produto que é bom. Mas minha infância passou pelo Bocão, da Royal, pelos comerciais do chiclete Ping Pong, pelas maravilhosas vilas de chocolate do Toddynho e por muito “Compre Baton” em minha mente. Hoje sou grandinha,feliz e muito obrigada.
Eu tive o privilégio de fazer minhas próprias escolhas. Ninguém me privou e me colocou em uma bolha de vidro e assim pude aprender o que é certo e o que é errado muito bem. Principalmente pude entender que nem tudo o que queremos podemos ter e a vida muitas vezes é feita de privações. Acredito que vale muito mais a pena educar os pais a manterem uma vida saudável para seus filhos do que obrigar os anunciantes a se calarem.
A publicidade deve se atentar a qualquer efeito que possa causar em crianças ou em qualquer outro nicho da população sim. Mas será que, por exemplo, quando balas, pirulitos e biscoitos pararem de serem vistos por esse público a obesidade infantil vai diminuir? Espero que se o projeto for aprovado isso realmente aconteça, para pelo menos justificar esses esforços. E que a Coca-Cola não venda mais para adultos com abelhinhas voando, porque as crianças podem se encontrar facilmente encantadas nessa felicidade aberta a todos.