Design

10 princípios do design na era da inteligência artificial, por Yves Béhar

Conheça os princípios que guiam o design na era da inteligência artificial, segundo Yves Béhar, que destaca a simplicidade e foco no humano.

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O universo do design está em plena metamorfose. Se um dia bastava pensar em duas dimensões — o gráfico e o produto —, hoje o campo se expande para horizontes fascinantes, impulsionado por tecnologias emergentes como inteligência artificial, robótica e internet das coisas.

Nesse cenário de transformações, Yves Béhar, um dos maiores nomes do eco design e autor de criações icônicas como o berço inteligente Snoo, apresenta os 10 princípios do design na era da inteligência artificial. Inspirado por figuras como Dieter Rams e seus famosos “10 princípios de um bom design”, Béhar traz uma abordagem contemporânea que promete moldar o futuro da profissão. Confira a lista abaixo:

1. O design resolve um problema humano

No centro de qualquer inovação está a pergunta: Qual problema humano estamos resolvendo? Béhar aponta o exemplo do berço inteligente Snoo, criado para aliviar a falta de sono de pais de recém-nascidos. Sua crítica às “engenhocas sem sentido” é clara: design que não melhora vidas é, no mínimo, irrelevante.

2. O design está em um contexto específico

Chega de robôs brancos e “fofinhos” com olhos arregalados. Béhar defende que designers precisam superar clichês culturais e focar no contexto. A ideia é projetar objetos inteligentes que não precisem se esconder atrás de uma fachada antropomórfica para parecerem úteis.

“Designers têm a responsabilidade de mostrar o futuro como eles querem ser – ou pelo menos como pode ser, não apenas a maneira como uma indústria quer que seja.”

Yves Béhar

3. O design melhora a capacidade humana, não a substitui

Máquinas não estão aqui para nos superar, mas para nos complementar. Um exemplo é o macacão desenvolvido pela SuperFlex, que aumenta a mobilidade de idosos sem substituir sua força natural. O foco está em potencializar habilidades, não em descartá-las.

4. Um bom design funciona para todos, todos os dias

Béhar destaca que o design deve ser acessível e intuitivo. Ele alerta para o problema comum em inovações tecnológicas: “A pessoa que instalou ama, mas todo o resto da casa odeia.” A solução? Produtos simples de usar e fáceis de conviver.

5. Um bom design é discreto (e a tecnologia também)

Com a internet das coisas (IoT), é comum a tecnologia invadir produtos antes puramente analógicos. Mas Béhar defende que o bom design deve ser integrado e quase invisível, ao invés de gritar por atenção.

6. Um bom design é uma plataforma que evolui

Na era da inteligência artificial, os produtos precisam crescer e se adaptar. Pense em softwares jurídicos que atualizam suas funções com mudanças nas leis. Sem essa capacidade, se tornariam obsoletos.

7. Um bom design constrói relacionamentos de longo prazo

Produtos que evoluem criam laços de confiança com os usuários. Um exemplo: o sistema de declaração de imposto de renda brasileiro. Apesar das críticas iniciais, ele conquistou confiança e se tornou indispensável para grande parte da população.

8. Um bom design prevê o comportamento humano

Béhar acredita que a integração de IA pode não apenas aprender com o usuário, mas antecipar suas necessidades. Ele projeta um futuro onde cidades inteligentes, por exemplo, agilizem soluções em crises como quedas de energia, otimizando serviços essenciais de forma proativa.

9. Um bom design acelera novas ideias

Designers, segundo Béhar, são os novos solucionadores de problemas estratégicos. Por isso, ele prevê que muitos profissionais da área assumirão papéis de liderança executiva no futuro, guiando inovações em larga escala.

10. Um bom design elimina a complexidade da vida

No final das contas, o design deve simplificar. A pergunta que os designers precisam fazer, segundo Béhar, é: o que pode ser automatizado para liberar espaço mental e permitir que as pessoas se concentrem no que realmente importa?

Reflexões para o futuro

Os 10 princípios de Yves Béhar não apenas guiam o design na era da inteligência artificial, mas também nos provocam a pensar no impacto humano dessas inovações. Em tempos de rápidas mudanças tecnológicas, o que permanece central é a habilidade do design de tornar nossas vidas mais fáceis, criativas e conectadas. Afinal, o objetivo não é apenas inovar — é transformar experiências cotidianas em momentos significativos.



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