Desde que me conheço por gente, eu tenho aversão à palavra ídolo, porque remete sempre a uma entidade superior, capaz de fazer algo que você não é capaz, nem se tentar com muito afinco, e geralmente, atribuída a um ser humano… Porém, num esforço para me contradizer, em alguns casos, abro certas exceções… Will Eisner, Freddie Mercury, e agora, Michael Jackson.
Michael Jackson para mim não era só rei do pop, era um exemplo do prodígio que foi Mozart para a música contemporânea.
Um músico, cantor, compositor, ator, publicitário, escritor, produtor, diretor, dançarino, instrumentista e empresário, escondido, nos últimos anos na sombra de escândalos de pedofilia, excentricidade e operações plásticas. Sempre que estudei música na minha vida, usei esse homem como referência, pela proficiência em tirar verdadeiras obras de arte, de ruídos incomuns. Se alguém for no youtube, agora, ver o que o molequinho de 11 anos fazia com o gogózinho, vai cair pra trás. Michael era um prodígio desde que nasceu para o estrelato até este triste dia.
De fato, triste não simplesmente por sua morte, mas pelas pessoas que não tiveram a mesma oportunidade, de crescer ouvindo seus trabalhos, em sua época de ouro, com clipes polêmicos, que quebravam as barreiras dos efeitos especiais Hollywoodianos. De esperar o domingo pra assistir a seus clipes no Fantástico, e ver gravações dos shows dele, arquitetados por ilusionistas famosos. Grandes parcerias, com os melhores músicos do mundo. Slash, Madonna, Van Hallen, Paul McCartney, entre outros.
Em uma curta biografia, Michael Joseph Jackson, nascido em 29 de agosto de 1958, natural de Gary, Indiana, começou sua carreira em 1969, aos 11 anos, no grupo Jacksons 5, composto dele e mais quatro irmãos, no qual demonstrou habilidade e carisma assustadores. 10 anos depois, trabalhou em seu primeiro álbum, Off The Wall, um sucesso só vencido mais tarde, pelo álbum Thriller, em 1982. Produzido por Quincy Jones, este foi não só o álbum de maior sucesso de Michael, como também o que garantiu seu nome na história da música, sendo um dos mais vendidos, levando 8 Grammys. Mas a melhor história não é essa.
Em 1983, a gravadora Motown fez uma festa de comemoração de 25 anos, munida de um público repleto de celebridades, levado ao ar pela TV americana, em rede nacional. Após várias apresentações de inúmeros artistas negros, eis que entra Michael, sozinho para cantar uma das músicas de seu novo álbum, Billie Jean. Em um dado momento, ele para de cantar, vai a um canto do palco e volta dando um estranho passo de costas, levando a platéia à loucura. Desde então, caros trovadores de plantão, Michael Jackson é o sinônimo da expressão “Rei do Pop”.
Entre outras coisas, Michael é o primeiro cantor afro-americano a aparecer constantemente na MTV, e mais do que isso, é considerado o responsável por fazer os videoclipes serem formas de marketing para músicos e bandas. Doou milhões de dólares à instituições de caridade, em sua Dangerous World Tour.
Cinco de seus álbuns ganharam a alcunha de os mais vendidos mundialmente de todos os tempos, sendo eles Off the Wall (1979), Thriller(1982), Bad(1987), Dangerous (1991) e History: Past, Present and Future – Book I (1995)
E agora, nos deixa, boas tardes de música nas listas de mp3 da vida, animando meus dias de trabalho… E sai de cena, andando de costas, fazendo a ilusão do Moonwalk… Michael, sentiremos sua falta…