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Bastardos Inglórios – Tente não querer escalpelar um nazista você também!

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Quentin Tarantino é um diretor peculiar. Em seus filmes, ele faz questão de ser o mais “cult” possível, demonstrando um conhecimento de cultura pop invejável a qualquer nerd.

Em “Bastardos Inglórios” – seu mais novo filme – a história se passa na França nos primeiros anos da ocupação alemã, quando Shosanna Dreyfus (Mélanie Laurent) testemunha a execução de sua família pelo coronel nazista Hans Landa (Christoph Waltz). Porém Shosanna consegue fugir para Paris onde troca de identidade e herda um cinema.

Enquanto isso, em outro lugar da Europa, um grupo de elite de soldados americanos judeus comandados pelo tenente Aldo Raine (Brad Pitt), conhecido como “Os Bastardos”, planejam vingança contra os nazistas. Posteriormente o grupo de Raine junta-se à agente secreta e atriz alemã Bridget Von Hammersmark (Diane Kruger) na missão de destruir os líderes do Terceiro Reich.

Tarantino junta todos esses personagens num lugar em comum: o cinema de Shosanna, que armou um plano próprio de vingança.

Mas até então teríamos um filme comum de Segunda Guerra, se não fosse um filme de… Quentin Tarantino.

Tarantino eleva a última potência o nível de bizarrices em que um filme de época pode proporcionar simplesmente levando o expectador às situações mais inusitadas e aos desfechos mais impensáveis possíveis. E também faz questão de colocar a maior quantidade de absurdos na tela utilizando estes personagens em passagens que vão desde o nervoso absoluto (como o fantástico, lírico e cruel primeiro capítulo) até o mais puro humor negro (escalpelar nazistas nunca foi tão divertido!).

A seqüência da taverna é daquelas em que faz suas mãos suarem e você dar risadas de nervoso, levando a um desfecho digno dos filmes do Mariachi. A conclusão do diálogo de Aldo Rayne e Hans Landa no final é hilário e ascende o nível de demência que Tarantino está acostumado a operar.

Mestre das referências, Tarantino aponta até para seu próprio umbigo. Assista a seqüência da sala de projeção e tente não se lembrar de “Cães de Aluguel”.

As referências não param por aí e remetem ao cinema alemão e ao cinema italiano, sendo tão fantásticas quanto sutis. Temos até uma ponta do próprio Enzo G. Castellari (diretor de um filme italiano da década de 1970, chamado… “Inglorious Bastards”!).

Além disso, Tarantino tem o dom de fazer tudo com clima de Western Spaguetti. Desde filmes de samurais até os filmes de segunda guerra. Então é claro, estão lá as músicas de Ennio Morriconi e seus planos em sequencia, aparecendo com os famosos “mexican stand offs”. Ora, até David Bowie toca! É sem dúvida a mistureba mais kitsh, mais cool e mais depravada dos últimos anos.

Brad Pitt está perfeito com seu bigodinho sem-vergonha e sua bochecha à lá Dom Corleone interpretando o Tenente Aldo Rayne, um perfeito “sem vergonha” que possui uma tara por entalhar suásticas à faca na testa dos nazistas.

Eli Roth (diretor de “O Albergue” e protegido de Tarantino) é o ensandecido Sargento Donny Donowitz, ou como os nazistas o chamam, o “Urso Judeu”, que utiliza um bastão de beisebol para punir os nazistas em uma cena extremamente gráfica e violenta para os sádicos de plantão.

Mas quem realmente rouba a cena é sem sombra de dúvida a maior revelação do filme, Chirstoph Waltz, que faz o nazista calhorda mais simpático que já apareceu no cinema. Tente não adorá-lo bebendo leite ou simplesmente comendo uma torta com creme e fumando um cigarro.

A história se desenrola de tal forma que não há como não ficarmos de boca aberta, tamanha a façanha (e o absurdo, é claro) a que Tarantino atribui aos Bastardos e o desfecho da trama.

No final, não há gosto amargo na boca, não há ressentimentos, não há crise. Temos um sorriso de orelha a orelha e a indubitável certeza de que, se não foi uma “masterpiece” como o Tenente Aldo Rayne diz, temos um ótimo exemplar do que um grande nerd consegue realizar.

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