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Comunicação & Moda - A relação atual e futura entre o impresso e o…

Por Pablo Vallejos Seguindo uma tendência que não envolve grifes de luxo e tampouco acessórios da época, o mundo fashion está seguindo um caminho trilhado pelos…

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Por Pablo Vallejos

Seguindo uma tendência que não envolve grifes de luxo e tampouco acessórios da época, o mundo fashion está seguindo um caminho trilhado pelos avanços comunicativos do século XXI. No atual universo informativo, gerado por novas mídias e uma pitada de curiosidade geral pelo fluxo de notícias fulltime, encontra-se o mundo da moda e suas mil constelações midiáticas – veículos conceituados com estilistas e fashionistas renomados, além de artistas envolvidos pela arte de se vestir bem, sustentabilidade e por aí vai.

No entanto, a questão a ser ressaltada é como esse ramo gera e aborda uma notícia e o tráfego dela entre pessoas em tempos de revista que tem site e vice-versa. Entende, muitas profissões estão sendo reposicionadas na mídia: extingue revista por baixo índice de vendas e vira site; site fica famoso com muitos views e comentários, vira revista. Parece um ciclo bem óbvio e bem comum, mas ainda é tema de debates, e buscar opiniões é um dever. Para isso, três grandes profissionais da moda – e da informação – aceitaram entrevista ao Com Limão para falar sobre o assunto.

Criado em janeiro de 2010, o site Modalogia, de Evelyn Bonorino e Mirela Lacerda, foi pensado primeiramente pelas duas como um indivíduo de pelo menos 21 anos: responsável e maduro(a). Tanto Evelyn, diretora de projetos, quanto Mirela, diretora de informação, acreditavam em um futuro promissor antes mesmo de o site nascer. “Nós já tínhamos experiência como professoras em universidade e como consultoras de empresas. Sentíamos falta de um canal de comunicação mais amplo e diário. O site funciona como uma vitrine dos nossos pensamentos”, diz Evelyn.

Uma vez perguntada sobre a questão moda/informação e como poderia ser definida essa relação, Evelyn não tripudia e afirma: “A nossa relação com a notícia é de total responsabilidade. Como nossa empresa é especializada em decodificar, filtrar, moldar e desdobrar tendências de moda, com vertentes no comportamento e consumo. Nós somos exigentes com relação à informação que é postada no site”.

Expressando um outro ponto de vista, Mônica Salgado, da Vogue Brasil, não acredita que o tema seja uma questão polêmica. “Realmente não vejo essa dicotomia. A vantagem da moda é que ela engloba muitas coisas. Todo mundo se veste: estrelas da música, mulheres dos corredores de automobilismo… É um assunto que fala com quase todas as profissões, tem uma abrangência privilegiada, é o melhor meio para se inserir socialmente seja qual for seu universo”, diz nossa terceira entrevistada.

Quando questionadas sobre o que a revista tem que o site não tem e vice-versa, tanto as criadoras do Modalogia quanto a redatora da Vogue Brasil possuíam argumentos e posições diferentes.

“…o foco das revistas é mostrar para a mulher como ela deve consumir o que a moda está oferecendo”

Para Mirela Lacerda, “o foco das revistas é mostrar para a mulher como ela deve consumir o que a moda está oferecendo. A Modalogia tem o objetivo de informar e prestar serviço para a indústria: profissionais do mercado da moda que vão além dos consumidores, mas trabalham para eles. Como estamos online, o fluxo e a velocidade de notícias são muito maiores do que uma revista oferece, por exemplo”. “A internet tem a vantagem de segmentar ao extremo o tipo de informação que se está procurando, algo que na mídia impressa é um pouco complicado de ser feito”, afirma. Mônica Soldado, da Vogue versão tupiniquim, é bem firme quanto à pergunta. “Temos colaboradores de altíssimo nível que não colaboram com sites. E temos muito mais tempo de azeitar a noticia, a imagem”.

É indiscutível que o rumo que essas passagens de informação entre impresso e digital há de permanecer e se consolidar em fóruns, aulas universitárias e rodas de debate. O mundo da moda vive esse momento e, de uma forma ou outra, tanto o site ou blog quanto a revista são combustíveis para um mecanismo informativo de boa capacidade e longa durabilidade.

(Sobre o futuro do mercado) “Convergência total e completa. Sites coexistindo com revistas”

Sobre o futuro desse debate, as opiniões das profissionais se assemelham. “Convergência total e completa. Sites coexistindo com revistas, bloggers com grandes sábias da moda, fotos ultraposadas com cliques de sites de street style… Tem lugar, público e momento pra tudo”, diz Mônica Soldado. “Só vai sobreviver quem realmente se mostrar profissional e disposto a imprimir sua marca.

Não há mais espaço para amadores. Quanto às revistas de moda, elas vão continuar a existir, mas precisam repensar o que oferecem, pois tentar concorrer com a internet é inútil. Acredito que uma interação com o mundo virtual, através de tecnologias”, diz Mirela, do Modalogia. “O futuro está nas mãos de quem não tem medo de ousar”, completa.

Pablo Vallejos é assessor de imprensa e editor de vídeos. Além de cinéfilo e amante da publicidade, é colaborador do Com limão no Rio de Janeiro



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