Por Henrique Haro
Imagine chegar em um complexo financeiro e ser recepcionado por robôs. Parece a prévia de um livro de Isaac Asimov, mas este é o projeto que a YDreams criou para o “Ciudad Grupo Santander“, sede de uma das maiores instituições financeiras do mundo.
O “El Faro”, como também é designado o Centro de Visitas, é um complexo com 160 hectares situado em Boadilla del Monte, nos arredores de Madrid.
Inaugurado em Fevereiro deste ano, o espaço único está repleto de soluções tecnológicas revolucionárias, pensadas para oferecer aos visitantes formas inovadoras de interagir com informação sobre a história e a presença do grupo no mundo, os mercados financeiros e a própria cidade financeira
A experiência começa assim que se entra no impressionante cubo de vidro de 30 metros de altura e ponto de entrada no Centro de Visitas. Duas fileiras de colunas simetricamente dispostas no corredor central revestidas de painéis de LEDS saúdam os visitantes com conteúdos alusivos aos valores e missão do grupo financeiro. No mesmo hall de entrada circulam cinco robôs que recebem quem entra nas instalações.
Em tom “vermelho Santander” e com cerca de 70 cm de altura, os simpáticos elementos de inteligência artificial passeiam pelo cubo de vidro tocando música ambiente, e aguardando uma oportunidade para guiarem um visitante ao destino desejado dentro do Centro de Visitas.
O cubo está coberto por 12 sensores de rádio frequência (RF) que se comunicam com etiquetas de RF embutidas em cada robô. Estas etiquetas juntamente com um giroscópio e odometro, permitem que os robôs se localizem e orientem com precisão.
Aliado a isto, 16 sensores colocados na carapaça de cada robô, permites-lhe detectar com precisão objetos à sua volta. Já uma tela touchscreen localizada na entrada do cubo, permite que os visitantes escolham o idioma que desejam e zona ao qual pretendem ir, com esta informação o sistema comunica-se via Wi-fi com os robôs, fazendo com que ele dirige-se à pessoa, dê as boas vindas e pedindo que o siga até ao destino selecionado. Chegado ao local, despede-se e regressa ao cubo.
Os robôs têm uma autonomia surpreendente e as suas baterias duram até seis horas, e sabem quando, e como se dirigir aos carregadores na entrada do cubo para recarregar energias, garantindo assim que o centro nunca se encontre desprovido dos guias robóticos.
Só fico imaginando o que aconteceria se os robôs parassem de respeitar as 3 leis da robôtica. Teriamos um centro de visitantes sitiado por pequenos seres vermelhos?
Henrique Haro é coordenador e editor do Com limão, além de designer, estudante de engenharia aeroespacial e músico nas horas vagas.