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Além do Horizonte em Pixels – O fenômeno Pixel Show e a união de artistas

Por André Meister

“Limite é algo que você estabelece”. Esta foi a frase que caracterizou o evento nos dias 16 e 17 de outubro. Mais de 2 mil pessoas espalhadas pela Fecomercio aproveitaram ao extremo o que o Pixel Show tinha a oferecer. As possibilidades eram infinitas e iam desde uma feira de produtos engraçados com design inusitado – como uma espingarda sniper para colar no olho mágico da porta do seu apartamento ou lápis em forma de baqueta para quem gosta de ficar tocando “air drums” durante a aula.

Palestras sobre arte e conceito com nomes que antes sonhávamos em ver pelas telinhas do computador e a criação de uma comunidade de artistas. Não ilustradores, designers, fotógrafos ou curiosos, mas pessoas que estivessem ligadas pelo conceito de arte, antes de qualquer forma ou definição. Um evento tão bacana que ganhou uma posição nos Trend Topics do Twitter com facilidade.

Particularmente, me deixa doente ter que evitar o termo “artista”, para não ser comparado ao seu amigo doidão que gosta de se entupir de entorpecentes para criar uma “obra” que representa sua mãe dançando polka no quintal, apenas porque isso apareceu em sua mente insana naquele momento, a despeito da técnica, do estudo e do bom gosto. Gosto quando a definição para artista é simples e respeitosamente a de um profissional que utiliza a arte como ferramenta para sobreviver, ao invés do falso glamour adjunto à palavra.

Igual a todo ser humano trabalhador, senhoras e senhores, sou um artista. E nada melhor que ninguém. O espírito da Zupi, ao meu ver, foi exatamente quebrar essa barreira de senso critico meia-boca de quem gosta de falar que tudo é uma porcaria, para parecer inteligente. Todas as pessoas puderam desenhar, pintar e em certo nível, até esculpir no local. Via-se artistas iniciantes ganhando dicas de artistas experientes, criando juntos no mural que foi exposto entre os stands das lojinhas e dos cursos.

No entanto o ponto alto ainda estava por vir e começou com a apresentação do Dr. Sketchy, que chegou agora no Brasil, mas já existe como uma franquia em mais de 110 cidades pelo mundo todo. Um tipo de balada, em que as pessoas podem ouvir musica ao vivo, enquanto atrizes profissionais fazem poses para modelo-vivo. Dentro do tempo que você tem para desenhar, você tem de lidar não só com a técnica, mas com a sua imaginação. “Desenhe as duas modelos como esquilos-zumbis-do-espaço”.

A cereja no bolo foram as palestras dos ilustres Bobby Chiu, Dan Goldman, Kei Acedera, Jason Manley, entre outros. Se você pensa que o fato deles serem os “popstars” estrangeiros, denegrindo a imagem do artista brasileiro estando aqui, muito pelo contrário. Em todas as palestras, o tema que reinou era a apologia à criatividade brasileira e o fato de que não existe limite, fora o que você impõe a si mesmo. Pouco foi realmente falado sobre Alice no Pais das Maravilhas ou Massive Black Inc.

O tema geral foi o quanto a internet quebrou praticamente todas as barreiras no trabalho de um artista, a exemplos de Bobby Chiu que tem um estúdio em Toronto, mas nenhum cliente no Canadá. Já Jason Manley veio trazer conhecimento e deixar claro que os brasileiros são visceralmente criativos.

Qual é realmente a lógica de evitar outros artistas? Os caras que estavam no palco disseram inúmeras vezes que não têm medo de dividir seus segredos pelo simples fato de que cada pessoa – em sua autenticidade – consegue se sobressair, ao dar a devida dedicação ao próprio trabalho. Em outras palavras, se você evita outros artistas que podem lhe dar boas – ou péssimas – opiniões, você está abrindo mão do conhecimento.

Para finalizar, eu vou propor uma ideia a todos os artistas que nos seguem, amadores, profissionais, designers, publicitários, ilustradores, fotógrafos, escritores e tudo mais… Conheçam-se! Criem! Desenvolvam! O que o próximo pode acrescentar? Reúnam-se em lugares para criar, forcem-se a atingirem novos níveis de consciência e criatividade, porque afinal, todos estamos ligados pela mesma língua universal: a arte.

André Meister é publicitário especializado em Ilustração e Concept Art. Além de escrever ‘O “Eu” Cotidiano’, é editor da editoria de HQ’s & Ilustração do Com limão.

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