Por Victor Vasques
Qual a diferença entre aquele cafezinho feito em casa e um Nespresso? Muitos podem dizer que é o sabor, aroma ou textura, eu diria que são apenas dois: design e branding.
A Nestlé conseguiu transformar o café em um produto nunca almejado por outras empresas, o de bebida ultra refinada, revolucionando o mercado do café gourmet.
Aplicando conceitos como o de “ecolaboration” (que inclui a produção sustentável de café, cápsulas recicláveis e máquinas mais ecológicas), junto com o design e um perfeito trabalho na gestão da marca, a Nespresso mirou no mercado de luxo e acertou o alvo com uma flecha explosiva. Não é a toa que a empresa usa termos como “crus”, como os dos grandes vinhos.
O conjunto de todas essas ações acabou tornando a Nespresso em sinônimo da categoria e, até mesmo, das cafeteiras para casa. Para se ter uma idéia do tamanho do mercado, só na fábrica suíça da marca são produzidas mais de 5 bilhões de cápsulas e o Clube Nespresso já possui mais de 2 milhões de membros registrados, criando um vinculo de lealdade com o cliente.
É claro que um mercado como este não poderia ser aproveitado apenas por uma empresa, por isso a Pilão uniu forças com a Philips e lançou o Senseo. A nova marca visa atacar o mercado de “personal cafeteiras” da Nestlé e mostra que tem design para tornar a briga interessante.
No entanto, confesso que não gostei muito da sonoridade da marca “Senseo” e a será difícil roubar espaço da Nespresso, afinal não é todo mundo que tem George Clooney como garoto propaganda.
Conteúdo extra – Nespresso: What Else? (.pdf/4.3 MB) – Download
Victor Vasques é ceo e editor chefe do Com limão. Como designer já passou pelos principais portais brasileiros, atuando sempre nas áreas de design digital e branding.