Por Victor Vasques
Já que citamos a WikiLeaks no último texto sobre fotografia, acho que é o momento ideal para falar sobre o tema central deste texto.
Imagine o local: Oito mil servidores em um bunker nuclear em Estocolmo, na Suécia. Talvez essa seja a melhor instalação para se manter um site em caso de guerra mundial ou o cenário de um filme de ficção científica, mas são apenas as instalações da Banhof, empresa de hospedagem de sites.
O Peônia (Pionen), como é chamado a sede da empresa e faz referência ao nome de uma flor, foi construído durante a Guerra Fria e assumido pela empresa sueca em 2007. Para entrar no bunker é necessário passar por portas blindadas e algumas feitas de cristal que só abrem com senhas. Tudo isso para proteger os dados dos clientes da Banhof, entre eles o polêmico site WikiLeaks.
Ok, temos que concordar que atualmente a WikiLeaks tornou-se uma mistura de Robin Hood e Bin Laden da internet. Não entendeu? Vou explicar melhor.
Mantida em segredo até 2007, a organização fundada pelo jornalista australiano Julian Assange criou agitação na mídia após a divulgação de uma grande massa de documentos secretos do exército dos Estados Unidos. De acordo com a própria organização, o site “apenas” publica posts, de fontes anônimas, com documentos, fotos e informações confidenciais, vazadas de governos ou empresas.
Oras, se o site apenas reproduz artigos, por que guardar ele em um bunker digno da série Fallout? Pelo simples motivo que entre os “ingênuos” artigos estão documentos ultra-secretos sobre a guerra do Iraque, a invasão do Afeganistão e, os mais recentes, documentos de embaixadas de diversos países (incluindo Brasil). Em resumo uma trajetória digna de filmes de espionagem, que inclui até mesmo um bunker com ares de instalações ultra-secretas.
Victor Vasques é ceo e editor chefe do Com limão. Como designer já passou pelos principais portais brasileiros, atuando sempre nas áreas de design digital e branding.