Tecnologia
Nintendo 3DS: A aposta 3D para os games portáteis
Nintendo apresenta o 3DS, game portátil que promete jogos 3D sem a necessidade do uso de óculos especiais
Nintendo apresenta o 3DS, game portátil que promete jogos 3D sem a necessidade do uso de óculos especiais
Esta semana aconteceu a conferência norte-americana para anunciar os detalhes deo lançamento do Nintendo 3DS na terra do tio Sam e… não faz nem ideia do que eu estou falando? Então vamos por partes.
O que é?
No ano passado a gigante japonesa anunciou que estava produzindo um novo portátil para suceder seu consagrado Nintendo DS. Com mais de 135 milhões de unidades vendidas ao redor do mundo e em três atualizações de hardware, o pequeno notável atingiu o status de console de jogo com a vendagem mais rápida de todos os tempos. A nova proposta, até então intitulada 3DS, causou frisson nas pessoas: Um portable gaming device com uma tela capaz de gerar imagens em três dimensões, sem a necessidade de óculos especiais.
A tecnologia de TVs que conseguem produzir tal efeito a olho nu, chamada de autoesterioscópica, não é nova, mas sempre teve um pequeno problema de requisitar ao usuário que permanecesse imóvel num espaço delimitado. Um sério transtorno. Eis que a funcionalidade é colocada num aparelho pertinente que consegue sanar todos os problemas do chamado sweet spot, ponto correto onde o olho deve ficar para que o efeito 3D funcione.
Pouco mais de seis meses depois de seu anúncio oficial na E3 de 2010 pouca coisa mudou. O design do produto é virtualmente o mesmo e com o mesmo nome, porém agora sabemos quando poderemos poder colocar nossas mãos (e olhares) nessa nova belezinha: Será lançado dia 26 fevereiro no Japão, 25 de Março a Europa e dia 27 na América do Norte.
Mudança de perspectiva
Desde que resolveu arriscar tudo lançando uma nova marca de portátil que não o estelar “Game Boy”, a Nintendo (e a indústria dos games) mudou muito. O Wii mostrou para os não gamers que essa parada de videogame pode ser, sim, algo que todos podem apreciar. Já o Xbox 360 gravou em pedras lunares que a internet é tão importante quanto a eletricidade que passa pelos circuitos e o PlayStation 3 foi (com o perdão do trocadilho) do cell ao inferno e de volta à Terra pisando em ovos com relação a preços, jogos exclusivos e concorrência acirrada. Mas quem dera que fosse simples assim.
A Apple, sem querer, acabou entrando nessa ciranda com seus iPhone/iPod/iPad, apresentando um novo método de entrega de conteúdo e sem ter que brigar com varejistas preocupando-se com preço, distribuição e estoque. Preços imbatíveis, a crescente qualidade dos games e, principalmente, a gigantesca “inconscienciabilidade” de um de levar um videogame portátil por todos os lugares por ele ser também seu celular, agenda, web browser, calculadora, relógio e até afinador de guitarra faz desses os maiores concorrentes do atual DS.
Outro ponto importante a se considerar é o Japão. A terra mãe do console é simplesmente aficionada por portáteis, envolvendo diversos motivos os quais não importam agora. Cada vez mais os jogos de maior importância estão migrando para os pequeninos devido à sua imensa base instalada e mercado mais variado. Aumentar o valor percebido por esses e, mais ainda, aumentar o lucro obtido a partir desses é o caminho natural a ser seguido.
Street Pass troca informações entre 3DSs na rua, mesmo que os aparelhos estejam hibernando
Para tentar equilibrar as coisas entre oriente/ocidente e atacar de frente novos e velhos inimigos, a Nintendo se esforçou a para criar uma experiência sem precedentes, consertando o que fez de errado, repetindo o que deu certo e apresentado novas ideias. Algumas delas são acelerômetro, giroscópio, câmera 3D, pedômetro, realidade aumentada, acordo com canais de televisão para distribuição de conteúdo em 3D, um novo sistema de Friend Codes (graças a Deus) e o curioso Street Pass, que troca informações entre 3DSs na rua, mesmo que estejam hibernando na mochila.
Agora o desafio: Como destacar a principal função do aparelho se ela é praticamente impossível de ser apresentada? Obviamente comerciais de TV, ações na internet, revistas e outdoors estão sendo preparados, mas a Nintendo tem consciência que nada vende mais um produto totalmente novo que a experiência por ele proporcionada. Com uma campanha massiva de marketing, somente nos Estados Unidos 5.000 Nintendo 3DSs estarão espalhados em unidades móveis e fixas para que os mais diversos tipos de pessoas possam experimentar a brincadeira. Eles pretendem atingir 400.000 somente nas primeiras oito semanas e mais de 1 milhão até o verão no hemisfério norte. Provavelmente teremos algo aqui em uma escala (muito) menor, eu espero.
São por esses e outros motivos não citados que ele está sendo lançado pelo mesmo preço que seus irmãos de mesa: US$250,00. Definitivamente um preço altíssimo. O mesmo criticado pelo PSP em seu lançamento nos EUA. Mas é uma nova abordagem para do que era um simples portátil para um media center com concorrentes de peso.
E o “Braziw”?
Eis que vem uma notícia que pega todos os gamers tupiniquins de surpresa. O console virá com 4 línguas nativas: Inglês, Espanhol, Francês e… Português do Brasil! Claro que estamos falando daquele comprado nas Américas e isso nem é novidade no mundo dos jogos eletrônicos, mas é um grande passo tendo em vista que é a primeira vez que a Nintendo faz isso.
(…) o console virá com 4 línguas nativas, entre elas o Português, do Brasil
Não há preço e a data de lançamento é um vago “o mais próximo do lançamento mundial”, porém é interessante ver que agora definitivamente o Brasil (e a América Latina de modo geral) está sob os holofotes dessa indústria bilhonária. O Xbox 360 tem jogos em português e os PlayStations foram trazidos oficialmente pela Sony para Terra Brasilis. A única coisa que nos separa do resto do mundo são as benditas taxas de importação. Mas, ei! Há Jogo Justo no fim do túnel, não?
[youtube 5cF9JlJM-YA]