Vocês notaram que essa semana a palavra Powerpoint figurou nos Trending Topics do Twitter por alguns dias? O motivo foi a criação do APPP (Anti-PowerPoint-Party ou Partido Anti Powerpoint) pelo suíço Matthias Poehm. Matthias é um profissional de coaching e autor do livro “The PowerPoint Fallacy” (A Falácia do PowerPoint) e afirma que o uso de apresentações em PowerPoint (e quaisquer outros programas similares) causam perdas de até 2.1 bilhão de francos suíços na economia do país e de 110 bilhões de euros na economia da Europa.
Ele diz que chegou nesses números baseado no tempo de trabalho perdido em que os funcionários suíços têm toda a semana, ao assistir esse tipo de apresentação.
Assistindo o vídeo de Matthias, notamos muito do que nós da MonkeyBusiness defendemos. Mas agimos de outro lado. Não focamos no programa (ou o Powerpoint ou Keynote ou Prezi) como os grandes culpados por todo tempo perdido com apresentações ruins. Culpamos o apresentador.
Matthias Poehm quer acabar com os programas de apresentação, para tentar matar um mal cultural, que foi implantado exatamente pela grande facilidade que esse programas oferecem ao usuário. Nós concordamos que existe esse mal, realmente muitas pessoas não sabem fazer apresentações. Pior! Acreditam que fazer apresentações é somente empilhar textos e imagens e depois mostrar para a plateia. Acreditamos que o caminho seja criarmos equipes competentes e especializadas em apresentações. Desde o conceito dela, o tempo, conteúdo, roteiro e arte, até a hora dela ser apresentada (através de um bom serviço de coaching). Exatamente o que a MonkeyBusiness oferece.
Mas por que o assunto Powerpoint voltou a agenda dessa maneira bombástica? Por que as pessoas estão cansadas de engolir apresentações mal feitas, demoradas, com assuntos pouco interessantes e sem cuidado estético. Temos que concordar com o Pessoal do APPP com os fins – eliminar apresentações ruins, mas discordar dos seus meios – através do fim dos programas de apresentação.
Por que um mal apresentador, continuará ruim com o Powerpoint, o Keynote, o Prezy, com o Flipchart (defendido por Matthias) ou com uma simples lousa. Um mal artesão sempre culpará suas ferramentas. Devemos então eliminar as ferramentas?
Tome por exemplo os eventos TEDs (que a MonkeyBusiness é parceira desde o primeiro TEDx do Brasil, o TEDxSãoPaulo em 2009, e desde então fizemos dezenas de TEDs no Brasil e Europa). São eventos emocionantes, onde são compartilhadas ideias, conhecimento e experiência. Tudo através de apresentações. E a grande maioria delas em algum programa de apresentação. Talvez o fato dos TEDTalks serem curtos (entre 10 e 18 minutos por apresentação). Talvez pela paixão impregnada em cada slide. Não tenho certeza. Mas sei que apresentações podem (e devem) ser inesquecíveis. Não podemos banir o uso do automóvel por causa dos que dirigem embriagados.
Essa semana li na web a seguinte frase: O Microsoft Word não faz de você um escritor, assim como o Photoshop não te transforma em designer. Eu adicionaria: e o Powerpoint não faz de você um apresentador. E bem que Matthias poderia ter feito uma apresentação. Esse vídeo ficou chato demais…