Com suporte de Kimberley Mok, via Treehugger
Não é de hoje que o bambu é usado para os mais diversos produtos. Lembro com gosto de infância do sofá que compunha a sala de estar da minha mãe. Era incrível como algumas tiras formavam um móvel tão resistente e leve. Ainda me pego pensando em como tentava desamarrar as tiras de bambu, unidas por algum artesão perdido pelo mundo.
Na década de 90 o sofá foi embora, dando lugar para um feito de couro. Afinal, aquela coisa feita de plantas era algo ultrapassado e não ficava bonito tê-lo na sala. Ah, essa moda cíclica! Não é que hoje o bambu voltou com força?
Pegando a onda dos eco-conscientes, o bambu tem ganho status de celebridade. Tanto que o Australian Design Awards premiou a Ajiro, uma bicicleta feita com a matéria prima citada no parágrafo anterior.
Aproveitando as qualidades do bambu – material leve, forte e renovável – o estudante australiano de design Alexander Vittouris criou a bicicleta que, em vez de ser fabricada, é “cultivada”.
Em resposta aos custos energéticos relativamente altos com metal e com a montagem das bicicletas convencionais, a bicicleta Ajiro une a flexibilidade natural do bambu e o processo de crescimento ao ciclo de vida do produto.
Pensando em todo o processo de produção, Vittouris usou técnicas de arboescultura para prever linhas de crescimento das estruturas de bambu, para que sejam cultivadas e esculpidas até assumirem sua forma final, ou seja, a bicicleta é moldada por tensão (em um esqueleto interno), evitando que as variações no processo de crescimento tenham que ser corrigidas por métodos que consomem energia, como vaporização ou calefação.
Segundo seu criador, a Ajiro ainda possui uma evolução quando comparada com a bicicleta convencional: “As rodas traseiras da Ajiro atuam como mecanismos de direcionamento, enquanto a roda dianteira funciona como entrada de energia (humana). Isso acaba com a complexidade de muitos veículos do gênero, que dependem de sistemas de corrente. Para dar estabilidade em baixas velocidades, exigidas no uso urbano, grande parte do peso do ciclista é posicionada sobre as rodas traseiras”.
Quem diria que a bicicleta poderia tornar-se um produto ainda mais sustentável?