Comunicação
Contando uma história: Os efeitos da libélula no storytelling
Escrito por Jennifer Aaker, livro mostra os efeitos do storytelling nos 4 P's do marketing
Escrito por Jennifer Aaker, livro mostra os efeitos do storytelling nos 4 P's do marketing
Não é novidade que a quantidade de informação gerada todo dia é gigante e cada vez maior. Já parou para pensar que hoje as pessoas não conseguem absorver toda essa informação, exatamente por que vivemos num momento em que não somos mais apenas telespectadores. Hoje queremos interagir, participar, dar feedback.
Somente estar presente em meio desse enorme volume de informações não é suficiente para uma empresa se destacar. Jogar seu conteúdo no bolo e esperar retorno não funciona mais. Empresas, seus produtos e serviços precisam contar por que estão lá, e organicamente conseguir a sua atenção. E foi ai que começou a nova moda do mercado: o Storytelling – contar uma história e envolver o público com um propósito, sensibilizar e fazer com que as pessoas realmente retenham a sua mensagem.
Para falar dos efeitos do Storytelling acho legal citar o livro “Efeito Libélula” (“The Dragonfly Effect”) que fala do Storytelling com base nas quatro asas da libélula (como os quatros P’s do marketing, só que com história, viu só?): foco, ganhar atenção, engajar e gerar ação.
O livro foi escrito por Jennifer Aaker, psicóloga e profissional de marketing. E surgiu a partir de uma campanha digital com o objetivo de encontrar um doador de medula compatível para um portador de leucemia, sendo que a meta era a de conseguir 20 mil doadores, para chegarem ao doador compatível (nesse caso, somente um em cada 20 mil doadores é compatível).
O nome do portador de Leucemia do caso é Sammer Bathia, 31 anos, que foi diagnosticado com leucemia em uma viagem a Índia. Sammer logo soube que teria de fazer o transplante e nenhum de seus parentes era doador compatível. E, para complicar um pouco mais, por ser de origem sul-asiática, havia poucos doadores da mesma origem registrados no banco de transplantes.
Sammer tinha uma grande rede de amigos mobilizados em desenvolver um plano: Alcançar 20 mil doadores e encontrar, dentre eles, um compatível com Sammer. Um Problema que os faria correr contra o tempo.
Como muitos de seus amigos eram jovens e empreendedores, trataram a questão como um problema de comunicação: Decidiram lançar uma campanha que mobilizasse as pessoas imediatamente para se tornarem doadoras. Precisavam agir rápido e em sincronia e utilizaram a internet para mobilizar a comunidade sul-asiática e levá-los ao registro de medula óssea imediatamente.
A primeira ação foi um e-mail com um Call to Action que deveria gerar ações para o tema. Em 48h o e-mail já havia chegado a 35 mil pessoas. Após o envio do e-mail, começaram as ações na web, principalmente em redes sociais.
Em 11 semanas conseguiram 24611 novos doadores de medula óssea. Sammer Bathia conseguiu um doador compatível e podemos considerar essa história um case de sucesso. E Segundo o livro, tudo devido às quatro asas da libélula:
1) Focar: um único objetivo, que era conseguir 20 mil doadores de medula óssea de origem sul asiática em poucas semanas. .
2) Ganhar atenção: Entraram nas mídias sociais com algo pessoal, visceral e visual. O fizeram através de fotos, mensagens com apelo e pessoais.
3) Engajar: crie conexões pessoais, acesse emoções com empatia, autenticidade e contando uma história. Engajar é se aproximar da audiência, é fazer com que seu público se conecte a sua causa a fim de se mobilizarem. Engajaram as pessoas com a história de Sammer, por meio de blogs e vídeos.
4) Agir: convide as pessoas a agir. Engajamento não vale muito sem ação. Criar um Call to Action claro e fácil de executar.
A ideia basicamente do funcionamento dessas quatro características é a perfeita sincronia delas. E mesmo o foco do livro sendo as redes sociais, podemos colocar essas ideias em apresentações. Afinal, nas apresentações você também busca um lugar no meio de todas as informações que a sua plateia recebe todos os dias, e você quer (e precisa) passar uma mensagem sólida, e que essa mensagem seja absorvida e compreendida por todos.
Veja: histórias estão sempre ligadas a sentimentos, dores e valores, sentimentos puramente humanos. Histórias não são sobre dados, números ou fatos, mas sim sobre pessoas. E meio que sem querer esse acabou sendo um dos grandes pontos de sucesso dos TEDs. Nos TEDs a maioria das apresentações são sobre pessoas. São histórias reais, muitas vezes do próprio palestrante, que não está no palco para demonstrar dados, balanços ou números e projeções. Ele está lá para falar sobre suas experiências, para contar histórias.
Na nossa experiência com apresentações de sucesso o Storytelling está sempre presente. A MonkeyBusiness é parceira de diversos TEDx do Brasil e do mundo, e uma grande lição que tiramos dessa aventura é a empatia que o apresentador ganha quando contam histórias, com suas dificuldades, sucessos e fracassos.
A oportunidade de se criar um relacionamento mais próximo com o seu público durante uma apresentação é enorme. Histórias, sentimentos, vitórias e insucessos o conectam ao seu público e podem mobiliza-los. Eles podem contar o que ouviram na sua apresentação para mais pessoas, se o que ouviram realmente fez sentido a eles. É hora de saber contar a sua história na hora de fazer uma apresentação, e transforma-la num case de sucesso como é a história de Sammer Bathia.