É com pesar que lembro da vez em que fui (tentar) produzir embalagens para uma linha de pseudo-remédios naturais. A lista de regras da Anvisa era tão grande, que seria mais fácil criar um manual para o manual de normas, ao invés de fazer a dita embalagem.
Como designer achei uma loucura tudo aquilo, como consumidor fiquei aliviado em ver que a coisa não é tão fácil, mesmo que vez ou outra algum espertinho queira burlar as regras da brincadeira.
Mesmo concordando com as regras, ainda não consigo ficar satisfeito com o fato de não existir uma identidade visual para remédios. Apesar da embalagem influenciar a compra de produtos, manter essa hegemonia visual não é uma das melhores maneiras para evitar que muitos acabem tomando o remédio errado.
Seja por suas letras miúdas ou sua paleta de cores tão diferentes quanto as roupas de dois irmãos gêmeos, é comum – principalmente pacientes com idade avançada ou que ingerem diversos ao longo do dia – confundirem os remédios.
Um trabalho que chamou a minha atenção e casaria perfeitamente com as regras nacionais foram as embalagens da Pure Matters, desenvolvidas pela americana Pappas Group.
Os produtos da Pure Matters são apenas suplementos naturais – como cálcio, vitamina D3 e outros – mas a embalagem criada pela Pappas, além de não serem apelativas visualmente, criam uma organização visual excelente. Com tipos maiores para o título do produto, hierarquia descente para informação principal e complementar, uso de cores e frascos (este último poderia ganhar uma tampa um pouco mais complexa para, quem sabe, aumentar a segurança).
Para completar, vale dizer que a Pappas Group é uma agência de Washington, EUA, e possui clientes como Volkswagen, Washington Post, SyFy, entre outros.