É sempre assim. Vem uma empresa, inventa alguma coisa e tem que mostrar para o mundo inteiro essa novidade pra fazer um troco. Talvez não seja BEM assim, mas não há maneira mais simplista para descrever a Consumer Eletronic Show, a CES. Mesmo com cada vez menos expositores de grande porte aderindo ao evento e certa anemia de novidades faraônicas, a CES ainda tem muita lenha pra queimar, brigas pra criar e fantasias para alimentar.
O destaque da feira esse ano, definitivamente, são os chamado ultrabooks. A fina evolução dos laptops/notebooks/netbooks vem com força total para mostrar que o mundo (ainda) não é dos tablets. Samsung, HP, Dell, entre outros sobem no ringue com suas melhores armas: Series 9, Envy 14 Spectre, XPS 13 respectivamente. Mas como para alguns a dominação dos tablets é inevitável, que estejam bem preparados. Esse é o caso do Lenovo IdeaPad Yoga que, com apenas um movimento, vira uma tábua interativa rodando Windows 8 aos olhos do usuário.
Os sistemas operacionais, mesmo que não seja necessariamente novidade, também mostram suas armas. Além do onipresente Windows 8, a nova versão do Android, intitulada Ice Cream Sandwich, se espalha por diversos smartphones e tablet PCs, mas um primo pequeno vem prometendo fazer barulhinho: A parceria da Microsoft com a Nokia, apresentando (de novo e mais uma vez) o Lumia 900 equipado com Windows Phone 7. O nosso querido Azulão.
E não podemos deixar de lado as televisões. O destaque ficou por conta de grandes televisores OLED (garantindo níveis de contrastes de preto sem precedentes), outros com resolução de 4K (4096×3072 pixels) e um exemplo de UHDTV 8K (7680×4320 pixels). Mas fiquem tranquilo quanto esses números: Como não existe material para ser exibido em massa em televisores como esses, a sua nova e linda HDTV vai viver por um bom tempo.
De maneira parecida, porém em outros âmbitos de uso e mídia, estão os usuais fetiches tecnológicos que sempre aparecem na CES. Alguns apostam num futuro de visores oculares translúcidos de realidade aumentada, como a Vuzix e Lumus, que devem ser fãs de Dragon Ball Z. Outros, como a VGo, apostam num outro mundo com seu robô de telepresença.
Mas afinal, como será o nosso futuro? Difícil de dizer até mesmo para a CES. Um evento, como muitos outros advindos de uma época onde o marketing era uma ferramenta pequena e para conseguir alguma notoriedade as empresas necessitavam de suas forças conjuntas para criar um Jurggernaut, já não tem o mesmo gás. Aprendeu-se que um evento proprietário e intimista, apesar de mais caro, engaja todo o mundo. A Microsoft, uma das maiores companhias a apoiar a feira, deu seu “Adeus” esse ano. As novidades já não são novidade, pois já forem apresentadas previamente, e acaba sobrando muito pouco para o Consumer de Eletronics aproveitar desse Show.
