Sempre admirei meu irmão por tocar saxofone, com isso uma pontada de interesse surgia em aprender a música com ele e um dia tocar violino. Infelizmente meu irmão se foi em um acidente na Rússia – hoje aquele meu grande parceiro faria 21 anos – e o mínimo interesse que tinha em aprender, unido ao meu dom musical falho se foram por enquanto.
Mudando totalmente de campo, desde pequeno cultivo um misto de afeto e medo de aranhas. Afeto, pois o meu personagem de HQ’s preferido é o Homem Aranha. Medo, bem… o medo não precisamos explicar. Não é nada que chegue a ser uma “aracnofobia”, mas prefiro evitar aquelas oito patas.
Foi este os dois motivos que me chamaram atenção para o projeto desenvolvido pelo pesquisador japonês Shigeyoshi Osaki, da Universidade de Medicina de Nara, no Japão. Usando as teias de 300 aranhas fêmeas da espécie Nephila maculata, o pesquisador produziu um conjunto de cordas para violino, cada uma com cerca de três a cinco mil fios.
Segundo um artigo da BBC, as cordas de teia de aranha não são tão resistentes como as tradicionais (feitas de tripas de animais), mas conseguiram suportar uma tensão maior do que os modelos com núcleo de nylon revestido de alumínio.
Um detalhe que chama atenção em relação às cordas de teias fica por conta do som. Segundo o pesquisador: “Muitos violinistas profissionais relataram que as cordas de teias de aranha produziram sons excepcionais, que lhes permitiram criar uma música nova”. Osaki ainda completa: “fabricar cordas com teias de aranha é uma novidade que agrega valor ao produto”.
A novidade do novo timbre das cordas ficaria por conta do seu formato. Por ser perfeitamente cilíndrico e comprimido em uma estrutura poligonal única, o pesquisador acredita que a estrutura pode ajudar no desenvolvimento de novos materiais.