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Mobilidade: Temos que parar de olhar para o carro e repensar a cidade

Meus queridos leitores, preciso confessar uma coisa, existem textos que não são fáceis de serem desenvolvidos, mas faço por vocês. Há pouco menos de um mês, participei do Seminário de Mobilidade, promovido pela Ford. A ideia era ter escrito logo no dia seguinte, mas não deu.

Mas Victor, você tem publicado dois textos por dia! Exatamente, mas o tema mobilidade precisa de um pouco de reflexão e muita (mas muita) pesquisa. Além de tudo isso, é difícil escrever sobre o tema e ser apolítico. Mas já diria o velho ditado, quem está na chuva, é para se molhar. Então vamos lá.

Falando sobre o seminário, além da participação do vice-presidente de Assuntos Corporativos da Ford América do Sul, Rogelio Golfarb, o debate contou com a participação de Clarisse Linke, diretora executiva do ITDP – Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento, Lincoln Paiva, presidente e fundador da Green Mobility e fundador do Instituto Mobilidade Verde, Márcio Nigro, fundador do site Caronetas, e Rafael Tartaroti, representante da SPTrans. A discussão foi bem interessante, salvo alguns comentários bem xiitas (de participantes e da plateia), muito se falou sobre o papel dos carros, transportes alternativos (bicicletas, por exemplo) e transporte público.

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A grande verdade é que nos acostumamos a reclamar e pensar olhando para o próprio umbigo. Não adianta! Aliás, não tem como não fazer isso. Se você usa o carro todos os dias, vai trocar o conforto por um metrô lotado? Claro que não.

Mas aí que está o detalhe. Falar de mobilidade, não é só falar de transporte. Também é repensar a cidade. Vou falar de São Paulo, porque é a cidade onde nasci e vivo até hoje, então posso falar com mais propriedade, mas acredito que isso se aplique a outras metrópoles.

São Paulo é uma cidade com mais de 11 milhões de habitantes. A maior densidade populacional da capital está na Zona Leste (cerca de 4 milhões de pessoas). No entanto, as grandes empresas estão, na gigantesca maioria, na Zona Sul. Resultado? Uma migração cotidiana de pessoas, que diariamente percorrem cerca de 30 km para trabalhar. Um trajeto que pode demorar até 4 horas (ida e volta). Em resumo, muita gente faz esta viagem todos os dias.

No meio desta viagem, regiões esquecidas e com espaço para empresas, indústrias e comércios. Basta olhar para o centro velho ou bairros como Brás, Bresser e outros. Em resumo, temos espaço de sobra e status faltando.

Porque é exatamente isso que muitas empresas buscam na Zona Sul, status. Eles não querem saber da mobilidade dos funcionários ou se economizarão com aluguel, só querem um bonito escritório ao lado do Shopping Vila Olímpia. Uma grande besteira!

Falar em mobilidade também é falar em planos para estruturar a cidade. Você pode até falar que São Paulo não tem mais jeito, mas podemos “importar” ideias de outros Estados. Como o Porto Digital, em Recife, um pólo de desenvolvimento de softwares e economia criativa, que transformou uma ilha da cidade. Atualmente são mais de 320 empresas e instituições, como o C.E.S.A.R – Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife.

Por que não criar centros de nicho e espalhar por São Paulo. Apenas um brainstorm… Por que não criamos um polo de tecnologia, igual o do Recife, na Zona Leste? Oras, não desafogaria um pouco o trânsito e traria desenvolvimento para outros bairros?

Sei que tudo isso requer planejamento gigantesco, verba gigantesca e apoio gigantesco, mas temos que parar de pensar que a solução para a mobilidade paulistana é tirar o carro da rua. Ou ficaremos igual a moça do vídeo abaixo.

A carrodependência paulistana em um depoimento

O cidadão anda de ônibus há 20 anos. Não tem carro. Depende do transporte público. Aí, chego na prefeitura e faço a viagem que demorava UMA HORA E QUARENTA MINUTOS ser reduzida para QUARENTA E SETE minutos.Perguntei para a cidadã: Ficou bom né? E a resposta só comprova como nós não somos acostumados a pensar no transporte público como prioridade!

Posted by Haddad Tranquilão on Tuesday, November 10, 2015

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