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Wix ADI, IBM Watson e a inteligência artificial como ferramenta de criação

Na última semana de agosto, nós, do Com limão, e outros sites focados no tema inovação, estivemos na sede da IBM Brasil, em São Paulo, para discutir e aprender um pouco mais sobre tendências tecnológicas e inteligência artificial. O bate papo, guiado por Henrique von Atzingen, head do ThinkLab (laboratório de inovação da IBM), teve, entre outros temas, uma apresentação mais aprofundada sobre o Watson, a plataforma de inteligência artificial da empresa.

Para muitos, falar em inteligência artificial é cair nos velhos estereótipos, como: “então a Skynet vai dominar o mundo?” ou “os robôs vão roubar os nossos trabalhos?”. Muita calma, meu pequeno John Connor. Essas máquinas não vão roubar ou escravizar a raça humana por um simples motivo: elas precisam de uma pessoa para funcionar. A inteligência artificial apenas acelera o processo, isso não quer dizer que ela se configura sozinha.

O Wix, plataforma de criação e edição de sites, já usa inteligência artificial há mais de um ano e você (provavelmente) nem percebeu. O WIX ADI (Artificial Design Intelligence) foi apresentado em junho de 2016 e funciona da seguinte forma. Com apenas algumas perguntas/respostas simples, o Wix ADI projeta um site adaptado de acordo com as necessidades de cada pessoa ou empresa. Combinando diversas possibilidades pré-definidas, o sistema cria um site com design único em minutos. Pode parecer assustador, ainda mais se você é designer ou desenvolvedor, mas vale ressaltar que muitos clientes não sabem responder nem qual o seu público-alvo, imagina responder uma inteligência artificial.




O Wix ADI é muito mais uma ferramenta de suporte na tarefa de como criar um site, do que um ser digital onipresente que vai roubar clientes dos designers. Aliás, aqui tocamos em uma ferida aberta. Os designers são profissionais que pensam estrategicamente ou “fazedores de sites e logos”? Se acharmos que vamos ganhar dinheiro criando apenas sites, ou seja, quase que revendendo o Wix, estamos fadados ao fim. A inteligência artificial é algo que veio para ficar e nós, não só designers, mas profissionais de comunicação, precisamos entender como ela pode nos ajudar.

Voltando ao bate papo na IBM, eles nos apresentaram algumas soluções do Watson e eu decidi começar testar com uma brincadeira. Como seria se a minha cachorra, uma sharpei de 7 anos, conseguisse responder via um bot? O resultado, ainda muito inicial, você confere na imagem abaixo.

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De novo, se eu não inserisse as informações no sistema (por exemplo: “Victor é o dono…”), o sistema não saberia dizer quem é o Victor, entraria em looping e não conseguiria responder. Assim também acontece com o Wix ADI, se você não souber responder e complementar aquilo que o sistema não conseguiu desenvolver, o site vai ficar com “buracos”.

Mas, afinal, o que a inteligência artificial nos ajuda? No caso do Wix ADI, ela economiza o tempo que gastaríamos desenvolvendo o HTML/CSS e evitaria bugs bobos (sabe quando você esquece aquele ponto e vírgula, o site quebra e ninguém consegue entender o motivo?). Trocando em miúdos, a inteligência artificial nos permite economizar tempo com o mão na massa e nos deixa focado no trabalho intelectual.

Se olharmos para a revolução industrial, veremos que a “revolução das inteligências artificiais” é algo bem parecido com o que aconteceu com os robôs nas linhas de montagem. Paramos de apertar um parafuso, para aprendermos a controlar uma máquina que aperta dez simultaneamente. Trazendo para realidade dos designers, imagine que você desenvolveu uma identidade visual fantástica para o cliente, mas ele precisa de um site institucional e você não sabe nada de linguagem HTML. O deadline é curto e a verba do cliente sofreu cortes. Você deixa ele fazer o site com o “zé da esquina” que, provavelmente, não seguirá a identidade (afinal, um bom programador não cobra pouco – e nem deve) ou adota uma ferramenta como o Wix ADI e, de tabela, ainda consegue um dinheiro extra e um cliente feliz?

Ah, Victor, mas eu ganho dinheiro fazendo o site dos meus clientes, você não deve ganhar dinheiro com isso. Pelo contrário, meu caro aprendiz de designer, quem me conhece um pouco mais, sabe que, além do Com limão, trabalho em uma consultoria de branding, a Citrus. Nós também desenvolvemos sites do zero (principalmente aqueles com maior complexidade), mas muitos não conseguem pagar o nosso valor/hora. É por que somos caros? Não, porque, além de desenvolver o site, montamos uma estratégia. Quantas vezes não recebemos clientes falando “quero um site, uma página do Facebook e um suco de cana” e nós perguntamos “por que você precisa disso?”. Se o cliente já sabe o que precisa, sabe como fazer e tem uma estratégia, por que ele precisa de você?

Talvez esse texto não seja sobre inteligência artificial, mas sobre pessoas. Sobre elas e os seus medos. Sobre designers e uma categoria que não recebe o devido valor. A verdade é que, no fim, precisamos parar de encontrar monstros ou barreiras, e aceitar que a inteligência artificial é uma ferramenta que veio para ficar.

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