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Análise: iPad de 7ª geração, mais que um computador

Abre o notebook. Clica no botão de iniciar. Espera um pouco. Login, senha. Abre o Skype, o Outlook. Espera mais um pouco. Já pode começar a navegar no Chrome. Ah, sim,…

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Abre o notebook. Clica no botão de iniciar. Espera um pouco. Login, senha. Abre o Skype, o Outlook. Espera mais um pouco. Já pode começar a navegar no Chrome. Ah, sim, desculpa. Esta é a análise do iPad de 7ª geração, o novo tablet de entrada da Apple, que a empresa diz ser melhor do que a maioria dos notebooks vendidos nos Estados Unidos em 2019.

Então me deixa desenrolar o Smart Keyboard, tocar no botão do Touch ID e abrir as Notas. Pronto. Podemos começar?

Anunciado em setembro, durante o evento dos novos iPhones, o iPad de 7ª geração chegou em outubro ao Brasil. Disponível em cinza-espacial, prateado e dourado, esse iPad tem um chip duas vezes mais rápido que a geração anterior e diferente do iPad de 6ª geração, que só estreava o suporte ao Apple Pencil, temos agora suporte ao Smart Keyboard, a capa-teclado da Apple que não precisa ser carregada e nem se conectar por bluetooth. Encaixou e pronto.

A estrutura do iPad é ligeiramente diferente, pois além desse conector, a tela retina cresceu um pouco. Agora com 10,2 polegadas, ela também conta com uma camada antirreflexo e contra a oleosidade da mão – menos marcas de dedo. O que ela perde de todos os outros iPads vendidos é o True Tone, que ajusta a cor da tela de acordo com o ambiente.

A Apple segue neste iPad a iniciativa de usar alumínio 100% reciclado na estrutura – o mesmo é válido para os novos Apple Watches e MacBook Air. De canudo em canudo, é importante ver empresas de tecnologia sendo mais proativas contra a pegada de carbono que elas deixam anualmente.

Análise: iPad de 7ª geração, mais que um computador

Ao pegar este iPad para testar, cedido pela assessoria da Apple, a minha dúvida era: consigo usar este tablet como computador? Sim, é possível.

De especial para outros tablets da Apple, o iPad de 7ª geração é o primeiro a estrear o iPadOS 13. O sistema operacional voltado para os iPads traz mais funções de produtividade do que nunca.

Para o meu uso, o Files ter um descompactador de arquivos zip, o Safari ter um gerenciador de downloads e o Split View permitir deixar duas notas abertas foram essenciais para o meu dia a dia e só foram possíveis no novo sistema operacional.

O iPadOS 13 traz também o modo escuro, vários truques para editar texto que eu nunca decorei e o teclado, vendido a parte, tem ainda mais atalhos estilo Mac que eu ainda não aprendi. Ainda bem que o iPad é multitouch.

Para usar este tablet, também fiquei na dúvida no tamanho dele. Afinal, são 10,2 polegadas contra 12,9 do iPad Pro ou de algum notebook convencional. No final, algumas coisas ficaram menores, mas as páginas se adequam automaticamente para o padrão. O teclado, que acaba por ficar mais estreito, também é simples de se readequar e apesar de ser igual a todos os outros Smart Keyboards – exceto o do mais novo iPad Pro – ele me parece mais firme para usar tanto no colo quanto na mesa.

Como o meu uso de produtividade é muito mais focado em texto e foto, os aplicativos principais para mim são o Notas, o Pixelmator, o Adobe Spark Post, o Files e o Safari. De resto, estou sempre com o Apple Music de fundo e acessando as fotos e as redes sociais. De vez em quando, escaneio um documento com a câmera principal de 8MP sem problema ou faço um FaceTime com a câmera de selfie ligeiramente sofrida de 1,2MP.

O processador A10 Fusion, que é duas vezes mais rápido que o chip do iPad anterior, aguenta todas as tarefas, apesar de ser sempre um ou dois segundos mais lento que o iPad Pro de 2ª geração com o processador A10X Fusion, por exemplo. Aqui, o que dá uma ajudada são os 4GB de RAM no modelo Pro, enquanto o de sétima geração conta com 3GB. Também, diferente do que era comum de se ver, essa linha X do chip foi a primeira a dar um salto maior de processamento e sair dos 16nm para 10nm de tamanho.

Da produtividade para o lazer e o iPad por ele mesmo

Análise: iPad de 7ª geração, mais que um computador

A graça do iPad é que quando você não está trabalhando, ele é uma excelente plataforma para matar o tempo. Seja com os serviços próprios da Apple, com o Arcade e o TV+, até para assistir Netflix, ler o jornal ou jogar Sky: Children of the Light.

É aqui, por exemplo, que o Apple Pencil brilha. Abrir o Notas – ou um app específico – e simplesmente ficar desenhando ou escrevendo é relaxante – e você lembra quando foi a última vez que parou para escrever algo à mão? O comercial de Natal da Apple, abaixo, mostra de maneira sutil que as multifunções do tablet são úteis para todas as idades – e ouso dizer que as crianças usam o iPad melhor que eu.

https://youtu.be/LDeRyyDrS40

Um ponto negativo deste iPad é o tempo que ele demora para carregar. Não importa se você usa a tomada de 10W ou a de 30W, do MacBook, ele demora uma eternidade para chegar a 100%. Mesmo assim, a experiência pode piorar caso você use o carregador de 5W do iPhone nele. Eu consegui 15% de carga em uma hora, mesmo sem estar usando o tablet.

Por outro lado, a promessa de 10 horas longe da tomada é verdadeira e dura até mais. Eu não preciso me preocupar em ficar sem carga ao longo de um ou dois dias.

Outra coisa que me preocupa também é a vida útil do processador A10 Fusion. Tudo bem, ele tem durado bem até agora – o iPhone 7 tem três anos – mas quão mais longe ele vai? E com a Apple dando um empurrão para desenvolvedores fazerem sempre uso dos chips mais novos, pode ser que a vida desse iPad seja comprometida em até dois anos, quando o chip já estiver completando cinco anos.

Por fim, é importante ressaltar a dependência que a Apple cria com os acessórios no iPad de 7ª geração. Por si só, o iPad é um excelente tablet e você consegue usá-lo 100% por conta própria, mas a experiência de um Smart Keyboard ou Apple Pencil deixa tudo muito mais simples.

Imagina que você vai para a faculdade só com o iPad. Ok, você diminui o teclado e usa o Quickpath. Mas um teclado físico te deixa bem mais produtivo. O mesmo vale para desenhar ou criar: dá para fazer com o dedo. O tempo de resposta da tela é ótimo. Mas o Apple Pencil deixa tudo mais preciso.

Como a Apple não vende nenhum pacote e apenas o tablet entra no programa de desconto educacional (10% sobre o produto), também me faz perguntar o quanto, no Brasil, o iPad substitui um computador para o consumidor que quer fazer essa transição.

Análise: iPad de 7ª geração, mais que um computador

O modelo de 32GB tem o preço de R$ 2.999, um aumento de 20% em relação à versão anterior, mas se você juntar mais um acessório, você gasta R$ 1.049 no Smart Keyboard ou R$ 749 no Apple Pencil. E aí, com pelo menos R$ 4.000 na mão, não estamos mais falando de um notebook de entrada, mas algo bem mais poderoso. Para ter mais armazenamento, por exemplo, há uma opção de 128GB que custa R$ 3.799.

Nos Estados Unidos, a efeito de comparação, também é possível adicionar mais da metade do preço do iPad de entrada (US$ 329) na hora de comprar os acessórios.

O veredito é: o iPad de 7ª geração é o ápice daquele iPad original como o conhecemos. Se você estiver vindo de um Air original ou qualquer coisa para trás, é este o modelo para ficar de olho. Ele é rápido, confiável e o iPadOS faz toda a diferença no uso do tablet.

Minhas ressalvas, para os nerds, fica na vida do processador e de maneira geral na bateria que poderia carregar mais rápido. Se é um tablet que você procura, você o achou e se tentar fazer a transição dele como o seu computador, acredito que terá uma surpresa agradável. Afinal, para o consumidor comum, para que serve um computador mesmo?



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