Na última quinta-feira (16), o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, publicou um decreto recomendando o uso de máscaras nas ruas. A orientação segue a mesma linha de que outras cidades brasileiras e de algo que é cultural em países orientais: usar máscara não para se proteger de contaminação, mas para não contaminar os outros. Sim, usar máscara é mais um gesto de empatia, do que autoproteção. Afinal, ao que tudo indica, são comuns os casos assintomáticos de Covid-19 (Sars-CoV-2).
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No entanto, tenho percebi que muita gente não utiliza a máscara de forma correta. Principalmente aqueles que estão trabalhando e teriam que passar horas com a máscara. Na minha última aventura ao supermercado, foi comum ver pessoas com a máscara debaixo do nariz ou tirando para falar. Aí não adianta muito. Eu sei que machuca e é incômodo, já tinha publicado no Twitter (veja abaixo) um thread com fotos de profissionais de saúde e as marcas em seus rostos — causadas pelas horas utilizando as máscaras N95. Por isso, neste texto, quero trazer dois exemplos de máscaras que tentam resolver este problema.
Oto: uma máscara reutilizável e com produção brasileira
Desenvolvida pela paulista Nanox, em parceria com a indústria de brinquedos plásticos Elka, a Oto é uma máscara reutilizável que promete alta proteção contra o Covid-19. Feita de polímero flexível — semelhante a uma borracha —, e com micropartículas à base de sílica e prata, incorporadas à superfície do material. Além disso, ela é moldável ao rosto e possui filtro descartável (tipo PFF2, similares ao tipo N95).
“As micropartículas de prata e sílica aumentam o nível de proteção ao impedir a presença na máscara de fungos e bactérias, que podem facilitar a adesão do novo coronavírus na superfície de materiais”, afirmou Luiz Gustavo Pagotto Simões, diretor da Nanox, em declaração à Agência FAPESP. Desenhada e produzida totalmente no Brasil, do material ao produto final, a máscara visa “atender a grande demanda da nossa enorme população, mantendo e gerando empregos e renda dentro do nosso país.”
Ainda segundo a Agência FAPESP, “inicialmente serão produzidas 200 mil máscaras, cujo custo unitário é estimado entre R$ 20 e R$ 30. As primeiras unidades estão previstas para serem entregues no início de maio. A Elka pretende doar até 10% da produção para instituições de saúde.”
O2 Curve: Foco no mercado fashion
Bem diferente dos 20-30 reais, a O2 Curve, da O2 Canada, custa US$ 69,99 e tem um grande foco no mercado fashion (ela é para quem busca uma máscara com estilo, e não só que seja eficiente na proteção). Disponível em diferentes cores, ela também possui filtro descartável — que retém partículas com 0.1 microns — e borda de silicone, que se adapta ao rosto. A O2 é modular e muito prática (veja o vídeo abaixo), mas o seu preço acaba fazendo com que ela seja uma solução para um público muito específico: aqueles que querem e podem pagar 70 dólares por uma máscara.