Na última quinta-feira (16), o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, publicou um decreto recomendando o uso de máscaras nas ruas. A orientação segue a mesma linha de que outras cidades brasileiras e de algo que é cultural em países orientais: usar máscara não para se proteger de contaminação, mas para não contaminar os outros. Sim, usar máscara é mais um gesto de empatia, do que autoproteção. Afinal, ao que tudo indica, são comuns os casos assintomáticos de Covid-19 (Sars-CoV-2).
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No entanto, tenho percebi que muita gente não utiliza a máscara de forma correta. Principalmente aqueles que estão trabalhando e teriam que passar horas com a máscara. Na minha última aventura ao supermercado, foi comum ver pessoas com a máscara debaixo do nariz ou tirando para falar. Aí não adianta muito. Eu sei que machuca e é incômodo, já tinha publicado no Twitter (veja abaixo) um thread com fotos de profissionais de saúde e as marcas em seus rostos — causadas pelas horas utilizando as máscaras N95. Por isso, neste texto, quero trazer dois exemplos de máscaras que tentam resolver este problema.
Enquanto você está aí, fazendo carreata contra quarentena em Curitiba (e outras cidades), falando que #BolsonaroTemRazaoSim (sendo que essa luta não tem nada a ver com política) e ignorando os quase 1000 mortos em um só dia na Itália, estes caras estão na linha de frente… pic.twitter.com/qSv2By7r4F
— Victor Vasques (@comlimao) March 27, 2020
Oto: uma máscara reutilizável e com produção brasileira
Desenvolvida pela paulista Nanox, em parceria com a indústria de brinquedos plásticos Elka, a Oto é uma máscara reutilizável que promete alta proteção contra o Covid-19. Feita de polímero flexível — semelhante a uma borracha —, e com micropartículas à base de sílica e prata, incorporadas à superfície do material. Além disso, ela é moldável ao rosto e possui filtro descartável (tipo PFF2, similares ao tipo N95).
“As micropartículas de prata e sílica aumentam o nível de proteção ao impedir a presença na máscara de fungos e bactérias, que podem facilitar a adesão do novo coronavírus na superfície de materiais”, afirmou Luiz Gustavo Pagotto Simões, diretor da Nanox, em declaração à Agência FAPESP. Desenhada e produzida totalmente no Brasil, do material ao produto final, a máscara visa “atender a grande demanda da nossa enorme população, mantendo e gerando empregos e renda dentro do nosso país.”

Ainda segundo a Agência FAPESP, “inicialmente serão produzidas 200 mil máscaras, cujo custo unitário é estimado entre R$ 20 e R$ 30. As primeiras unidades estão previstas para serem entregues no início de maio. A Elka pretende doar até 10% da produção para instituições de saúde.”
O2 Curve: Foco no mercado fashion
Bem diferente dos 20-30 reais, a O2 Curve, da O2 Canada, custa US$ 69,99 e tem um grande foco no mercado fashion (ela é para quem busca uma máscara com estilo, e não só que seja eficiente na proteção). Disponível em diferentes cores, ela também possui filtro descartável — que retém partículas com 0.1 microns — e borda de silicone, que se adapta ao rosto. A O2 é modular e muito prática (veja o vídeo abaixo), mas o seu preço acaba fazendo com que ela seja uma solução para um público muito específico: aqueles que querem e podem pagar 70 dólares por uma máscara.
