No texto de ontem (11), comentei alguns pontos do texto “As previsões da Singularity University até 2038 – Parte I: A próxima década” sobre a inserção de robôs no nosso cotidiano. O texto, um trabalho extenso que fiz para o InovaSocial em 2018, cita o próximo ano como o momento dos carros autônomo e nele foi escrito: “[Em 2022], as pessoas poderão viajar legalmente em carros autônomos por todo o EUA.”
Mas antes da popularização dos autônomos, acredito que veremos a massificação dos elétricos. As tecnologias neste campo estão bem mais avançadas e, empresas como a QuantumScape, têm trabalhado em novas soluções para as baterias de veículos autônomos, um dos grandes desafios do setor, possibilitando um salto na autonomia dos carros e na capacidade de ciclos de cargas.
Nos últimos dias, rumores têm sinalizado que a Apple pode entrar no mercado de automóveis elétricos — o que seria um movimento ousado para a empresa de Cupertino. No entanto, o que fizeram os rumores aumentarem em torno do “Apple Car” foi a busca por um parceiro de produção.
Segundo a Bloomberg, a Grande Maçã estaria conversando com a Hyundai sobre uma possível parceria. “A Apple precisa fazer parceria com uma montadora porque não tem capacidade de produção e redes de vendas para vender seus carros”, disse Lee Han-Joon, analista da KTB Investment & Securities Co. em Seul. “Construir esses recursos não pode ser feito rapidamente, então a Apple precisará de um parceiro para isso.”
Já segundo o site chinês IT home, a Apple também estaria conversando com a Mercedes-Benz. Para apimentar toda essa discussão, Elon Musk — que adora falar muito no Twitter — afirmou que ofereceu a Tesla por um décimo do valor para a Apple e Tim Cook nem quis participar da reunião (veja o tweet abaixo).
During the darkest days of the Model 3 program, I reached out to Tim Cook to discuss the possibility of Apple acquiring Tesla (for 1/10 of our current value). He refused to take the meeting.
— Elon Musk (@elonmusk) December 22, 2020
Arrisco em dizer que, seja pela Hyundai, Mercedes ou outro parceiro, caso a Apple realmente decida entrar no setor automotivo, será para fazer algo que sempre soube muito bem: inovação. Não estou falando em inovação tecnológica com um Apple Car totalmente diferente do que já imaginamos (como a ilustração que inicia este texto), mas inovação em modelo de negócio.
Alguns anos atrás, durante um Salão do Automóvel de São Paulo, em uma conversa descontraída com um grande executivo da indústria automotiva, me foi confidenciado que a empresa não queria mais produzir apenas veículos, mas construir um ecossistema em torno de aluguéis e serviços. Na minha visão, algo que tem muito mais sinergia com a Apple.
É claro que tudo não passa de especulação e, até o momento, a Grande Maçã deu qualquer pista se existe ou não o projeto de um Apple Car. Mas já diriam os mais antigos, onde há fumaça, quase sempre há fogo.
