Recentemente estamos falado muito sobre web3 e blockchain aqui no Com limão, mas existe um motivo justificável para isso… Acredito que este novo modelo de internet está no centro das diversas mudanças que veremos nos próximos anos. Não estou dizendo que teremos NFTs por todos os lados (apesar de acreditar que os tokens não fungíveis ainda permitirão muitos projetos legais saírem do papel); também não estou dizendo que Bitcoin ou Ethereum são os futuros das finanças — muito longe disso, principalmente se estas plataformas continuarem consumindo um grande volume de energia elétrica em suas operações. Então, por que falar tanto sobre web3 e afins? A resposta é simples: isso tudo é o início de um cenário que ainda nem imaginamos o potencial completo.
Leia também: O que é Web 3.0? O Guia Não Oficial de Imersão neste universo
Algumas organizações já entenderam isso e estão fazendo o papel de inovadores e early adopters. A Opera, por exemplo, está por trás do primeiro navegador nativo web3 com carteira criptográfica integrada. Nesta quarta-feira (30), anunciou a adição de suporte para vários ecossistemas de blockchain no Opera Crypto Browser, incluindo, entre eles, os principais: Solana, Polygon, StarkEx, Ronin, Celo, Nervos DAO, IXO e Bitcoin. Milhões de usuários ativos do navegador Opera podem agora se beneficiar de aplicativos descentralizados (DApps), além de serviços em oito ecossistemas de blockchain diferentes. A partir de hoje, os usuários também podem acessar o vasto ecossistema de DApps do Polygon ou da Solana e aproveitar os benefícios do Layer 2 DeFi via DiversiFi com tecnologia StarkWare.
Ouça abaixo o nosso podcast “Blockchain, DeFi e os impactos sociais das novas tecnologias”, onde conversei com Camila Rioja, head para América Latina da Celo Brasil
Segundo comunicado da empresa, ao obter acesso a esses blockchains, os usuários se beneficiam com transações mais rápidas, minimizam a pegada de carbono com menos emissão e ainda aproveitam a robusta descentralização e segurança da rede Ethereum. “A integração de vários blockchains e a Layer-2 é uma estratégia fundamental na missão da Opera de integrar milhões de usuários à Web3, fazendo isso de maneira consciente no quesito ambiental”.
Em janeiro de 2022, Opera lançou a primeira versão beta pública do seu Crypto Browser Project em dispositivos móveis e desktops. Embora a empresa tenha lançado originalmente o primeiro navegador da Web com uma carteira de criptomoedas integrada e suporte básico à web3 em 2018, o Crypto Browser Project, que inclui suporte a DApps integrados, uma carteira de criptografia sem custódia e o Crypto Corner, foi quem marcou o início de uma nova jornada na experiência de navegação web3, com enfoque na aceleração e na evolução da próxima geração da Internet.
“Desde que começamos na web3, em 2018, temos feito parcerias com blockchains de ponta e super populares e provedores de nomes de domínio Web3 a fim de acelerar a evolução das criptomoedas — desde a prova de conceito até a adoção em massa. Além disso, em breve, a web3 deve se tornar uma tecnologia da web convencional e os usuários não precisarão saber que estão interagindo com ela. Afinal, eles precisam obter uma experiência de navegação melhor e isso será um verdadeiro benefício”, disse Jorgen Arnesen, EVP Mobile da Opera
Polygon e Solana: Mais eficiência energética e menos impacto
Um dos grandes bloqueios daqueles que ainda não mergulharam de cabeça nos detalhes da web3, operações em blockchain e afins, são os impactos ambientais que algumas redes ficaram conhecidas. O Ethereum no formato Proof-of-Work (PoW) ainda é um dos grandes vilões deste cenário, mas isso não quer dizer que nada está sendo feito e que não existem alternativas.
A parceria da Opera com o Polygon é uma estratégia consciente no quesito meio ambiente. O espaço rápido, escalável e com taxas ultrabaixas do formato Proof-of-Stake (PoS) da Polygon tornou esse blockchain uma das soluções de dimensionamento Ethereum mais populares entre usuários e desenvolvedores, ou seja, é uma solução que utiliza a rede Ethereum (Layer-2), mas com um consumo energético muito inferior.
Uma vez que os ativos são enviados para a cadeia PoS do Polygon, o impacto das emissões de CO2 é reduzido a uma taxa. A Polygon consome apenas 0,00079 terawatts (TWh) de eletricidade por ano, isso é mais de 90% menos consumo de energia do que a Layer-1 do Ethereum. Por exemplo, cunhar um único NFT no Polygon produz aproximadamente a mesma quantidade de CO2 que dirigir 260 metros. Com a integração, os usuários podem usufruir dos mais diversos aplicativos descentralizados (mais de 7 mil), incluindo projetos da Polygon Studios e jogos como My Crypto Heroes, Atlantis World, Decentral Games, além muitos outros.
Outro destaque de navegadores que passaram a incluir recursos nativos de blockchain foi a explosão de DeFi (finanças descentralizadas). A inclusão da Solana pela Opera supera os principais concorrentes do setor, pois a platafroma se tornou um dos 10 principais projetos de criptomoedas por capitalização de mercado em 2022. Suas baixas taxas de transação, a sua alta escalabilidade e o seu modelo de PoS com eficiência energética tornaram a solução em um dos destaques do setor.
Os usuários Opera agora poderão acessar todo o ecossistema Solana, incluindo aplicativos descentralizados (DApps) atualmente hospedados no blockchain. Isso inclui apps que variam entre exchanges descentralizadas (DEXs), como Solend e Raydium, marketplaces de NFT e aplicativos de streaming de música. Enquanto a Opera está trabalhando com o ecossistema Solana para integrar a Opera Wallet, os usuários terão que se conectar através da carteira Phantom.
