Qual o limite para um modelo virtual com inteligência artificial substituir uma pessoa? Alguns dirão que ainda falta muito para isso acontecer, outros dirão que já acontece todos os dias. Falar de IA, modelos virtuais e afins é mais falar sobre o que nos torna humanos, do que se seremos substituídos no futuro.
A KRAFTON, Inc. é um grupo de estúdios independentes de desenvolvimento de jogos anunciou a chegada da ANA, sua primeira influenciadora virtual. Criada a partir de tecnologias de hiper-realismo e deep learning, a “influenciadora” publicará conteúdos continuamente, enquanto trabalha em sua própria música original e videoclipe.
Além de não ter as necessidades fisiológicas de um ser humano, a modelo virtual também possui superpoderes. Segundo a empresa, ela possui “um anel de cristal verde. Este permite que ela se teleporte para diferentes lugares e interaja com o mundo de várias maneiras diferentes. Além de nunca ter que se preocupar com o trânsito, possui uma arma de bolhas FIZZ, que lhe dá a habilidade de trazer alegria e melhorar o humor de todos ao seu redor.”
A proposta é bem interessante e o realismo estético da modelo virtual é absurdo, mas confesso que ainda tenho dúvidas se podemos chamar um projeto como este de “influenciadora virtual”. Começando pelo aspecto essencial, que é a influência. Salvo todas as discussões intrínsecas deste mercado, um influenciador não se cria, ele recebe este título. Você pode produzir conteúdos diários e não ser considerado um influenciador.
A minha dúvida ainda segue… o que difere a ANA, Lu, e outras tantas e tantos modelos virtuais de marcas; do Lek-Trek, o “Frango da Sadia” criado em 1971 pelo publicitário Francesc Petit, da DPZ? Ora, não são todos personagens controlados por uma equipe de projetistas (ilustradores, designers, publicitários e etc)? Apenas um parênteses… Sim, o mascote da Sadia chama Lek-Trek! (leia mais aqui)
Voltando ao tema central. Enquanto estes influenciadores digitais não possuírem uma IA avançada, na minha opinião, são apenas mascotes com visuais hiperrealistas. Franguinhos com uma estética humana, mas ainda sem vida.