De uma hora para outra as NFTs que ficaram marcadas por terem traços mais simples, já que para criar coleções de milhares de imagens não é possível fazer algo tão detalhado, começam a carregar traços muito mais elaborados e agradáveis. E a resposta para a melhoria desses traços é simples: não são artistas por trás dessas obras, mas sim inteligências artificiais replicando obras e traços para criar novas imagens. Neste texto vamos entender quais as aplicações utilizadas e como isso afeta o mercado de NFTs.
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Inteligência artificial por trás da arte!
Os agentes causadores dessa transformação são aplicativos potentes de inteligência artificial, capazes de analisar imagens de um banco enorme e transformar palavras em novas artes; além disso, até mesmo o bilionário Elon Musk está por trás dessa transformação. Dall-e 2 e Midjourney são alguns dos exemplos dessas IAs e, em resumo, o que elas fazem é conhecido como “difusão”, em que, a partir de um padrão de pontos randomizados na tela, a máquina começa a alterar os pontos até encontrar novos padrões de acordo com o que é solicitado pelo criador da imagem.
Dall-e, criado por um grupo de pesquisa financiado por Elon Musk, possui uma base de dados de 400 milhões de arquivos, imagens e textos, e com isso leva a oportunidade de qualquer usuário criar artes com estilos de Van Gogh e Da Vinci, ou correntes como expressionismo e cubismo, requisitando apenas criatividade e objetividade dos usuários na hora de pedir pelas imagens. No entanto, quando se fala em NFTs, essas novas imagens podem ser vendidas, e qual o verdadeiro valor delas?
Não só usuários passaram a usar IA para criar seus NFTs, como o próprio fundador do Dall-e vendeu NFTs com imagens criadas pelo seu programa, chegando a faturar mais de US$ 40 mil. Tokens não fungíveis são a representação de todo e qualquer item na blockchain, obras de arte, pedaços de terra do metaverso, roupas virtuais, criado para garantir a unicidade daquele item e garantir a posse de um produto virtual, geralmente acompanhada de benefícios como o uso do produto em um jogo, receber um representante físico daquele item ou possuir a obra de um artista renomado, agora quando a arte é criada por um robô, é difícil definir qual o seu valor, e este é dado, é óbvio, por quem compra o item. Ainda assim, se o autor deixa claro que aquela arte foi criada por uma máquina e ainda assim os usuários compram, não existe problema algum, o problema é quando o fato é omitido, e é este o caso de algumas novas coleções de NFTs.
Exoliens, Dummies, Stelienz, dezenas de coleções agora fazem uso de IA e algumas não deixam claro para os usuários, por um lado o mercado de NFTs fica mais bonito, por outro, novas mentiras começam a ser contadas.
Com tudo isso, fica claro quão entusiasmante é a ideia de poder criar novas imagens com o uso de inteligência artificial, cada usuário pode criar centenas de novas imagens e fazer o que bem entender com elas, além de poder ser visto como um banco de imagens particular. Ainda assim, com essa ferramenta inserida no mercado de NFTs a realidade se complica um pouco mais, afinal fala-se de comercialização de imagens criadas por robôs. Os NFTs fortalecem um ponto sobre as imagens criadas por IA, de fato elas são únicas e dificilmente poderão ser recriadas com a mesma repetição de palavras, a probabilidade seria de 1 em milhares, e tokenizar essa imagem é como dar um selo de unicidade a um único item exclusivo, e sem dúvida alguma existe um valor nesse produto.
Ainda assim, esse valor só é real no momento que ele é apontado pelo criador do NFT, no momento que a sua verdadeira origem é omitida, a prática deixa de ser inovação e passa a ser diretamente um golpe. Cabe agora seguir acompanhando o mercado e cobrar que os criadores explicitem a origem de suas obras, caso contrário a melhora da qualidade das imagens só será uma triste lembrança de que tem criador arrecadando dinheiro enquanto conta mentiras.