Os avatares criados pelo Lensa invadiram as redes sociais. Você provavelmente já viu alguma imagem criada pela inteligência artificial presente no aplicativo da Prisma Labs, startup californiana especializada em soluções para a criação de pinturas digitais. Apesar da enxurrada de avatares criativos, tanto Lensa, quanto Prisma (empresa e primeiro aplicativo da empresa, que leva o mesmo nome) não são novidades nos marketplaces de aplicativos.
No mercado desde 2016, a funcionalidade que está transformando o aplicativo em algo viral é o Magic Avatars, que utiliza IA para criar avatares a partir de selfies. Disponível para iOS e Android, o serviço cobra de R$ 10,90 a R$ 22,90 por pacote que variam de 50 a 200 imagens. Segundo a Prisma, a função “consome bastante potência computacional”, por isso é necessário a cobrança.
De todas as IAs que já utilizei até hoje, o Magic Avatars é, de longe, a mais interessante. Mesmo que o índice de acerto seja baixo (dá para aproveitar cerca de 30% do que o sistema entrega), ainda assim o que dá para ser utilizado é de muito boa qualidade. Além disso, as imagens ficam disponíveis em 4K. Para você ter uma ideia, a imagem abaixo é muito semelhante aos avatares utilizados por um grande jornal americano – enquanto escrevia este texto, tentei lembrar se seria o WSJ, Forbes ou NYTimes, mas não encontrei. Você terá que acreditar em mim (por enquanto).
Isso quer dizer que a inteligência artificial vai substituir os ilustradores? De jeito nenhum! Basta dar um zoom e percebemos erros grosseiros do sistema. E, mesmo que a IA tenha “criado” estas imagens, ela ainda precisa ser alimentada com referências – são necessários cerca de 15 selfies para que se possa produzir algo legal.
No entanto, uma coisa é interessante no caso destas IA e que deve ser explorado no mercado das artes digitais. Se antes um ilustrador gastava várias horas fazendo reproduções “mecânicas”, por exemplo, cenários para games ou pequenas manipulações, no futuro próximo, estes sistemas podem ser utilizados para acelerar o processo.
Já os sistemas que “criam artes a partir de palavras ou frases”, podem ser utilizados para acelerar o processo de referências, abrindo espaço para os criativos fazerem exatamente o que gostam: criar! Numa comparação simples, é como falar que os matemáticos deixariam de existir com a chegada dos computadores. Se você assistiu ao filme “Estrelas Além do Tempo” vai entender o que estou querendo dizer.
Assim como os computadores da NASA só ajudaram nos cálculos, aumentando a produtividade dos profissionais, as inteligências artificiais devem fazer a mesma revolução no campo das artes digitais. Mas, por enquanto, elas são apenas “brincadeiras” para criar avatares ou utilizáveis em um trabalho ou outro, como o livro abaixo, criado pelo Clube de Literatura Clássica e ilustrado com a ajuda de uma IA.