“A Apple anunciou nesta segunda (05), o Vision Pro, um revolucionário ‘computador espacial’ que combina perfeitamente conteúdo digital com o mundo físico, permitindo aos usuários se manterem presentes e conectados aos outros. O Vision Pro cria uma tela infinita para aplicativos que vai além dos limites de um display tradicional e introduz uma interface de usuário completamente tridimensional controlada pelos meios mais naturais e intuitivos possíveis — os olhos, as mãos e a voz do usuário.
Com o visionOS, o primeiro sistema operacional espacial do mundo, o Vision Pro permite que os usuários interajam com o conteúdo digital de uma forma que parece estar fisicamente presente em seu espaço. O design inovador do Vision Pro apresenta um sistema de display de ultra-alta resolução que empacota 23 milhões de pixels em dois displays, e um chip Apple personalizado em um design de dois chips exclusivo (um M2 e o novo R1) para garantir que cada experiência pareça estar acontecendo na frente dos olhos do usuário em tempo real.”
Este é o resumo da apresentação de um dos produtos da Apple mais revolucionário dos últimos tempos, mas também é apenas a ponta do iceberg. Podemos equiparar o anúncio do Vision Pro com o lançamento do primeiro iPhone. Há 16 anos, quando Steve Jobs subia ao palco para apresentar um telefone com tela touchscreen, a tecnologia já existia; mas ninguém fez como a Apple. O mesmo acontece em 2023 com os óculos de realidade virtual e realidade aumentada.
“Hoje marca o início de uma nova era para a computação”, disse Tim Cook, CEO da Apple. “Assim como o Mac nos apresentou à computação pessoal e o iPhone nos apresentou à computação móvel, o Apple Vision Pro nos apresenta à computação espacial. Construído sobre décadas de inovação da Apple, o Vision Pro está anos à frente e é diferente de tudo o que foi criado antes — com um revolucionário novo sistema de entrada e milhares de inovações incríveis. Ele desbloqueia experiências incríveis para nossos usuários e novas oportunidades empolgantes para nossos desenvolvedores.”
É neste ponto que entra também a experiência da Apple em dar aula no marketing. Apesar de existirem outros aparelhos no mercado, ninguém havia explorado o termo que deve virar o foco nos próximos meses: computação espacial.
A computação espacial é um campo emergente da tecnologia que busca integrar a interação digital com o ambiente físico. Ela ocorre quando os elementos gráficos de um sistema são projetados ou mapeados em áreas específicas do mundo real através do uso de um dispositivo. Isso permite que as informações digitais sejam incorporadas ao nosso ambiente físico de maneira intuitiva e contextual, melhorando a interação e a compreensão. Por exemplo, um usuário pode ver informações sobre um produto simplesmente apontando seu dispositivo para ele em uma loja, basicamente o que ocorre no Vision Pro.
Afinal, por que o Vision Pro pode ser tão inovador?
Começando pela indústria do entretenimento, a Apple apresentou o novo aparelho ao mundo e basicamente jogou na nossa cara: Ok, este é o produto. Agora vamos falar com quem entende de entretenimento. E trouxe ao palco Bob Iger, CEO da Disney para apresentar os potenciais do novo produto na ótica da indústria do entretenimento. Iger afirmou que o Disney+, plataforma de streaming da marca, estará presente no VisionOS desde o primeiro dia. Além disso, mostrou que é possível transformar a sala, o quarto ou qualquer espaço com uma cadeira em uma experiência imersiva de áudio e vídeo.
Mas a Apple explorou a computação espacial além da diversão e mostrou que podemos utilizar a plataforma para trabalho. O home office passa a ser presencial por meio da tecnologia e as “telas”, agora virtuais, se adequam a necessidade do usuário. Precisa de uma tela de 100″? O Vision Pro te entrega. Quer dividir em pequenas telas? Com um clique você pode selecionar. Precisa de um modelo 3D em tamanho real? É só “arrastar”.
Isso tudo ainda é a ponta do iceberg. Para falar a verdade, as aplicações são quase que infinitas e só saberemos o real impacto com a chegada do produto ao mercado (previsto para 2024, apenas nos EUA). No entanto, o aparelho ainda nem chegou nas lojas e já tem gente falando que a bateria — que, segundo a Apple, aguenta 2 horas — é pouco!
Primeiro ponto: A bateria é compacta e permite que o Vision Pro tenha a mobilidade que nenhum concorrente sequer chega perto. Isso não quer dizer que você não possa utilizar o aparelho em uma fonte de energia fixa.
Segundo ponto: A bateria é algo externo do aparelho, isso não quer dizer que, até o seu lançamento, não apareça novas soluções de marcas parceiras e, até mesmo, da própria Apple. Quer utilizar o Vision por 8 horas? Basta ter mais baterias. A dinâmica é bem parecida com o campo da fotografia profissional, nem sempre uma bateria dá conta de todo o trabalho.
Terceiro (e último) ponto: Se até os carros elétricos sofrem com a necessidade de baterias inovadoras, que durem por mais tempo, por que ver tanto problema em 2 horas de desempenho? Particularmente não utilizaria o óculos por mais de 2 horas sem pausa.
Já havia dito e refaço minha afirmação, se o Vision Pro tem espaço para falhar, está em algo que não vimos ainda. Pode ser o peso do produto, que — com horas de uso — acaba dando dor no pescoço. Pode ser que a navegação não seja tão fluída (apesar do produto suportar Magic Keyboard e Magic Trackpad).
Uma coisa é certeza, o Apple Vision Pro chegou para revolucionar um mercado que impacta outros tantos e aposto que haverá filas nas Apple Stores para testar o aparelho (que nos EUA tem preço inicial de US$ 3.499).