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Festival Folclórico de Parintins: A beleza da cultura brasileira unida a uma das maiores manifestações folclóricas

Festival Folclórico de Parintins: A beleza da cultura brasileira unida a uma das maiores manifestações folclóricas

Nota do editor: O texto abaixo foi originalmente publicado em 30 de outubro de 2009. Em quase quinze anos, muita coisa mudou, não só no Brasil, mas no mundo. No entanto, o Festival Folclórico de Parintins manteve suas raízes, por isso decidimos manter o texto na íntegra e sem alterações (também em respeito as autoras).

Com a entrada da cunhã-poranga do Boi Garantido, Isabelle Nogueira, no Big Brother Brasil 2024, percebemos que muitas dúvidas sobre o Parintins ainda permeiam em nossa sociedade. É comum, principalmente nas regiões Sul e Suldeste do país, alguns brasileiros não conhecerem a grandeza do festival. Confira abaixo o nosso texto original e algumas atualizações.

Quem já ouviu falar de Parintins? Uma ilha localizada no meio da floresta Amazônica, com cerca de cem mil habitantes, que movimenta milhares de pessoas no mês de junho há exatos 44 anos e que abriga uma das maiores e mais belas festas populares do Brasil: o Festival de Parintins, uma das principais manifestações folclóricas do País.

Dividida por uma linha imaginária que vai da Catedral de Nossa Senhora do Carmo, Padroeira da cidade, até o Bumbódromo. A ilha é dividida em dois lados: um azul, do Boi Caprichoso, e outro vermelho, do Boi Garantido. Para quem não conhece, Parintins é a ilha dos contos, lendas e mistérios do Amazonas. Quem visita Parintins logo se encanta com suas belezas naturais, culinária típica e de um povo extremamente acolhedor.

A história do festival que gira em torno de Mãe Catirina, grávida, deseja comer a língua de um boi.  Pai Francisco, seu marido, para satisfazer o desejo da esposa, mata o boi mais bonito da fazenda e o preferido de seu patrão. Quando o dono da fazenda descobre, manda prender Pai Francisco e chamar um pajé, que consegue ressuscitar o animal. Com isso Pai Francisco é perdoado e todos iniciam uma grande festa.

As apresentações acontecem no Bumbódromo, uma arena com formato da cabeça de um boi com capacidade para 35 mil pessoas, espaço que muitas vezes torna-se pequeno pela quantidade de pessoas que vão ao festival. Durante as três noites de festa, Caprichoso e Garantido exploram diversas temáticas da região, como lendas, rituais indígenas e costumes dos ribeirinhos através de encenações e alegorias.

As toadas, as cores, o ritmo, a vibração da galera, todos esses detalhes fazem do Festival de Parintins uma das mais belas festas que o Brasil possui, assim descreve Karyne Medeiros, 21 anos, Porta-estandarte do Boi Caprichoso – índia guerreira que carrega o estandarte com o símbolo do boi. “O Festival é a maior manifestação folclórica do Brasil, é a nossa identidade, através da qual somos reconhecidos nacional e internacionalmente, quando temos a oportunidade de mostrar em um espetáculo a céu aberto, toda a criatividade e talento do nosso povo”, afirma a Porta-estandarte.

Para Karyne o festival é mais uma forma de chamar a atenção do mundo para a preservação da Amazônia. “É como o caboclo parintinense, através de sua arte, conclama e mostra ao mundo que é possível viver em harmonia com a natureza. O Caprichoso mostrou um espetáculo voltado à preservação e manutenção da natureza de uma forma sustentável”, finaliza.

O sonho de toda menina parintinense é um dia se tornar item do seu boi. Assim aconteceu com Brena Dianá, 16 anos, que foi convidada este ano pelo coreógrafo Marcos Falcão para ser substituta de Karla Thainá, até então Rainha do Folclore do Boi Caprichoso. “Receber este cargo foi ter o privilégio de representar o boi que eu tanto amo. “A Rainha do Folclore representa a diversidade de valores culturais, a magia e a cultura que envolve todo um contexto cultural”, explica Brena.

Além de contribuir com o turismo e o folclore, o Boi Caprichoso é exemplo em responsabilidade social, pois mantém uma escolinha de artes que tem como principal objetivo preparar os jovens da ilha para o mercado de trabalho. A Escola de Artes Irmão Miguel de Pascalle, atende cerca de 560 crianças e adolescentes, aproveitando o manancial de educadores, artistas e artesãos existentes em Parintins em busca de uma atividade rentável, direcionando-os para uma atividade social e preparando os jovens com potencial intelectual e artístico a desenvolverem as artes plásticas, cênico musical, artesanal, inerente do povo parintinense propiciando-lhe informações técnicas direcionadas às suas aptidões artísticas fornecendo preparação ao mercado de trabalho.

“O aprendizado irá gerar uma fonte de renda a esses jovens artistas, futuramente, tendo em vista o mercado turístico estar em plena ascensão na região, mas especificamente aqui no Município de Parintins Amazonas onde acontece uma das maiores manifestações culturais do Brasil”, explica Danielle Ramos, secretária da agremiação Boi-Bumbá Caprichoso.

Um exemplo do enorme talento dos artistas parintinenses foi que até mesmo os carnavais do Rio de Janeiro e de São Paulo já possuem alegorias feita por eles, o que demonstra a grandiosidade do talento e capacidade dos artistas da pequena ilha.

Sobre as autoras:

Silvia Padilha é web designer e publicitária. Residente em São Paulo, mas é natural do Amazonas. Torcedora de corpo e alma do Boi Caprichoso, o que lhe rendeu a responsabilidade da produção do site oficial do Boi.

Camila Garcia é jornalista e escritora. Além de atuar em assessoria de comunicação, também realiza trabalhos de repórter e roteirista.

Atualização: Big Brother Brasil e as mídias digitais no resgate da cultura indígena

Em 2024, o Com limão completa 18 anos de existência e um dos pilares que sempre nos guiou, não só na linha editorial, mas também como um desejo particular é a valorização do design brasileiro. E quando falamos de design, também estamos falando da cultura de um povo.

Nestas quase duas décadas, uma das coisas que o Com limão me presenteou foi com as amizades de diversos cantos deste “Brasilzão”, além da possibilidade de conhecer outras expressões da nossa cultura. Em 2020, por exemplo, pouco antes da pandemia, tive a felicidade de conhecer comunidades ribeirinhas em Nova Goiana (PE) e assistir uma apresentação do Caboclinho União 7 Flechas de Goiana, Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco (veja abaixo).

São experiências únicas e que todos os brasileiros deveriam conhecer. Parintins não é diferente. E, apesar de não fazer parte do Festival, ficou muito feliz quando estas manifestações culturais são espalhadas pelo país.

A escolha de uma participante como a Isabelle Nogueira, no BBB24, por mais que não seja este o objetivo do programa, vai além de mostrar outros pedaços da nossa cultura. Ela quebra, mesmo que momentânea, a prevalência da cultura Rio-São Paulo nas redes sociais e apresenta, ainda que para os mais jovens, outras manifestações culturais do nosso país. Um país que, mesmo com 84% da população (ou 156 milhões de pessoas) conectada, ainda se pauta muito por conteúdos estrangeiros.

Apesar de Isabelle ser uma “pipoca” no BBB24, para o povo amazonense, esta mulher de 31 anos, é – sem dúvidas – camarote. Ser cunhã-poranga do Festival de Parintins é para poucos. Segundo o próprio perfil da participante, “a cunhã-poranga é definida pelos critérios de moça bonita, guerreira e guardiã, que expressa a força através da beleza.”

Mas Isabelle vai além. O papel dela é ser parte da comunicação do Festival para além da ilha de Parintins, para além do Estado do Amazonas. Ela sabe que, como uma mulher amazonense, também é seu papel quebrar preconceitos. Como quando ela explica ao cantor Rodriguinho a diferença entre “índia” e “indígena” (veja abaixo).

A presença de Isabelle no BBB24 também serve para potencializar a visibilidade do Festival de Parintins. Uma busca rápida no TikTok é possível ver quanto conteúdo recente surgiu sobre a participação dela no Festival. Atrelado a estes conteúdos, inúmeros comentários como “nossa, como eu nunca soube deste evento antes” ou “que coisa mais linda! como eu não conhecia?!”.

Como diria os mais velhos, antes tarde do que nunca. E, quinze anos depois daquele primeiro texto do Com limão sobre o Parintins, só posso dizer: Que o Brasil conheça não só aquela pequena ilha localizada no meio da floresta Amazônica, mas relembre a importância de cada manifestação cultural do nosso povo.

Curiosidade: Você sabia que a Coca-Cola já fez uma lata azul para os integrantes do Boi Caprichoso? Leia mais aqui.

Coca-Colca em Parintins

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