Cotidiano
5 motivos amar "Ruptura"
Este Apple Original explora as fronteiras entre identidade e trabalho de forma perturbadora e fascinante.
Este Apple Original explora as fronteiras entre identidade e trabalho de forma perturbadora e fascinante.
Imagine um cenário onde, ao cruzar a porta do trabalho, todas as suas memórias pessoais desaparecessem, e você se tornasse uma versão totalmente dedicada à sua função. Agora imagine que, ao sair do escritório, você não se lembraria de nada do que fez durante o expediente. É exatamente esse o cenário que “Ruptura” propõe.
Com a segunda temporada marcada para estrear em 17 de janeiro de 2025, ainda dá tempo de colocar a série em dia e se apaixonar por essa história intrigante. E, para aumentar a expectativa, o teaser oficial da nova temporada acaba de ser lançado – você pode conferi-lo no final desta publicação.
Mas por que esta produção original do Apple TV+ tem deixado tantos espectadores fascinados e perturbados ao mesmo tempo? Aqui estão cinco motivos que fazem dessa série uma das mais imperdíveis da atualidade:
O conceito de “ruptura” é simples, mas o impacto que ele causa nos personagens e no público é muito mais complexo. Ao aceitar o procedimento, os funcionários da Lumon Industries criam, de forma artificial, duas versões distintas de si mesmos: uma que só conhece o mundo do trabalho e outra que só vive fora dele, mas ambas habitam o mesmo corpo.
Para a versão que trabalha – o “eu” de dentro –, a vida se resume a estar constantemente no ambiente de trabalho, sem descanso, sem lazer e, o mais assustador, sem a menor perspectiva de que exista algo além disso. É como viver em uma prisão mental sem saber que você está preso.
Já o “eu” de fora, por outro lado, vive como se nem trabalhasse. Sem nenhuma consciência do que acontece durante as horas de expediente, essa versão da pessoa tem uma vida “normal”, sem o peso do cansaço ou da rotina de trabalho.
Se você é fã de produções com um clima denso e quase claustrofóbico, “Ruptura” vai te conquistar. A direção de arte minimalista e os corredores intermináveis da Lumon criam uma atmosfera opressiva que nos faz sentir a angústia dos personagens. Cada detalhe visual parece carregar simbolismos que só aumentam o mistério, fazendo com que cada cena te deixe mais preso à trama.
Com nomes como Adam Scott, Patricia Arquette, John Turturro e Christopher Walken, “Ruptura” traz atuações de tirar o fôlego. Adam Scott, em particular, brilha no papel de Mark, um homem que tenta navegar entre as duas metades de sua vida sem saber o que a outra metade esconde. O elenco traz profundidade e humanidade a uma história que poderia facilmente ser apenas cerebral, mas que ganha uma dimensão emocional graças a esses personagens tão bem construídos.
Por trás do enredo de ficção científica, “Ruptura” faz uma crítica incisiva à nossa relação com o trabalho. Em tempos de discussões sobre burnout e a busca pelo equilíbrio entre vida pessoal e profissional, a série levanta uma questão fundamental: até que ponto somos capazes de nos desconectar? A série reflete as pressões do mundo corporativo moderno, onde a linha entre quem somos e o que fazemos fica cada vez mais borrada.
Poucas séries conseguem criar uma sensação de suspense tão constante quanto “Ruptura”. Desde o primeiro episódio, o espectador é envolvido em uma trama cheia de mistérios e reviravoltas, e cada resposta parece gerar novas perguntas. O que é a Lumon de verdade? Qual o verdadeiro propósito da “ruptura”? E o melhor de tudo: o final da primeira temporada deixa tudo em aberto, preparando o terreno para a aguardada segunda parte.
Com todos esses elementos, fica claro que “Ruptura” é mais do que apenas uma série de entretenimento – é uma obra que nos faz questionar quem somos e como vivemos. E com a segunda temporada que vai levar alguns mesas para estrear, ainda dá tempo de se aprofundar nesse universo e se deixar envolver por essa trama fascinante.