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Batman vs Superman: O melhor do filme é a Mulher Maravilha

É fato que o cinema atual perdeu o aspecto de arte e remete-se muito mais à era da industrialização dos filmes. É só vermos o calendário dos filmes para este ano,…

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É fato que o cinema atual perdeu o aspecto de arte e remete-se muito mais à era da industrialização dos filmes. É só vermos o calendário dos filmes para este ano, que podemos notar o quanto as produtoras visam criar blockbusters, deixando o cinema-arte para trás.

Temos atrelado a este fenômeno, a intenção das produtoras de acorrentar um filme a outro, tentando criar uma enorme história, ao invés de se concentrar em contar uma boa história de duas horas.

Batman vs Superman: A Origem da Justiça, que estreou na última quinta-feira (24/03) é mais um desses filmes, que sofre com a necessidade de ser um mero vagão, em meio ao enorme trem que o filme Liga da Justiça almeja ser.

Com isso, o grande embate entre os dois protagonistas acaba sendo irrisório, tal qual as motivações que levaram Bruce Wayne a querer aniquilar seu futuro colega. É difícil acompanhar o viés da história, de modo que se torne crível perceber porque o homem-morcego criou tanto ódio contra o Superman. Muito mais ódio inclusive, do que contra àqueles que mataram seus pais.

Por sua vez, um jovem Lex Luthor busca incitar a briga entre os dois heróis do filme com motivos igualmente escusos, que lembram brigas entre estudantes de um colégio. Luthor age instigando os dois mais populares do “colégio” a arrumarem briga, sem que os dois briguentos sequer saibam o porquê brigarão. Nesse disse-me-disse, Batman aumenta suas convicções de que deve matar o cidadão kryptoniano, enquanto que os telespectadores ainda ficam sem saber o motivo real de tanta cólera contra um alienígena que, convenhamos, trouxe muito mais alegria do que outros sentimentos, seja em relação aos espectadores, seja em relação às vítimas que este salvou.

Ao longo do filme, temos a impressão que nos querem apresentar Superman como sendo Hancock, o anti-herói interpretado Will Smith. Mas tal comparação é completamente injusta. Embora os poderes de ambos sejam similares, Hancock era muito mais canalha, não se importando com nada ao seu redor. Já Superman, sempre buscou caminhar lado a lado com os governos e terráqueos, se desdobrando para salvar vítimas cuja existência dependia exclusivamente de seus poderes. Desculpem, mas depois de toda a história de Superman nos cinemas, querem nos convencer que ele se tornou um grande vilão, a ponto de Batman querer destruí-lo. Não cola de forma alguma.

Assim, enquanto a história anda, percebemos que o importante não é o motivo da batalha entre ambos, tampouco a própria batalha em si. O motivo é apenas dar aos produtores uma resposta antecipada para um caminho que todos já esperam, o esperado filme da Liga da Justiça. Com isso, o foco da história se perde totalmente e, como todos os blockbusters da era industrial atual, tudo se resolve em uma grande batalha, sem uma linha de fala que possa fazer alguma diferença na história.

Se por um lado sabemos que a kryptonita é a única “arma” capaz de derrotar o Superman, por outro lado vemos que a falta de foco foi o grande problema que pode derrotar o potencial sucesso de Batman vs Superman. Ao invés de um filme épico entre dois dos maiores heróis dos quadrinhos, temos um filme mediano e ordinário, que apenas cumpre seu papel, de forma burocrática e tediosa.

Pior momento: Superman tentando alcançar Batman aos passos de um homem comum, enquanto o homem-morcego demoradamente tentava recarregar uma arma com balas feitas de kryptonita. (Ele poderia usar qualquer um de seus poderes para impedir que Batman recarregasse a arma, mas, decidiu apenas correr. Cena vergonhosa)

Melhor momento: A aparição da Mulher Maravilha (e lamentamos que este seja o melhor momento quando um filme é chamado Batman vs Superman).

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