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Fim de Semana Hellboy – Parte 2

Por causa dele, troquei meu sábado ensolarado pela sala escura com ar condicionado (cheio de ácaros antipáticos) do cinema. E como eu esperava, ele não me…

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Por causa dele, troquei meu sábado ensolarado pela sala escura com ar condicionado (cheio de ácaros antipáticos) do cinema. E como eu esperava, ele não me decepcionou. Hellboy 2 – O Exército Dourado é entretenimento de primeira: Despretensioso, mas que enche os olhos com aventura, ação, piadas e momentos de reflexão a cerca da existência e como as pessoas enxergam os semelhantes.

Não quero estragar as surpresas do longa de duas horas de exibição. Por isso, o foco do nosso bate-papo será a linguagem cinematográfica e apenas um dos temas centrais que Hellboy 2 aborda.

O filme é despretensioso porque ele acerta em abordar uma linguagem que está mais próxima de O Senhor dos Anéis e A Bússola Dourada, do que Batman ou Incrível Hulk. Explica-se: o diretor do longa é Guillermo Del Toro, que tem em seu currículo “O Labirinto do Fauno”, de 2006. Os dois filmes se aproximam ao explorar figuras míticas e muito bizarras. A feira dos Trolls parece a feira do rolo, aqui perto de casa. Só não conto o porquê para evitar protestos.

Em tempo: esse Despretensioso tem D maiúsculo porque Hellboy 2 tem uma aura particular e permite boas risadas, além de contar com cenas de ação que prendem atenção e fazem referências às artes marciais, dominadas pelo Príncipe Nuada, que é a CARA do Marilyn Manson. Só faltou ele cantar “We are stars now / in The Dope Show”, sucesso do roqueiro.

Em 2004, quando o primeiro filme do Vermelhão foi lançado, um colega conservador ficou revoltado com o que chamava de inversão de valores, por considerar infame o fato de um demônio ser considerado um herói… Eu poderia jurar que Guillermo ouviu esse comentário e colocou esse peso de incompreensão social, baseada no mundo ilusórios das aparências nas costas do Hellboy. E essa forma de ignorância humana machuca HB fatalmente.

Sobre esse mundo fake das aparências, eu encontrei – coincidência ou não – uma reportagem citando os conselhos que a grande Clarice Lispector dirigia ás mulheres em sua coluna feminina entre 1952 e 1961. Entre as décadas de 50 e 60, a indústria do cinema americano influenciava decisivamente a moda e o comportamento da época.

Imitação de Hollywood. “Os homens não gostam de mulheres em série. Se gostam daquelas estrelas é porque as acham diferentes. Vocês, imitando-as, apenas serão consideradas ridículas”.

Clap your hands for (palmas para) Clarice Lispector. Clap your hands for Hellboy.

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