Antes de começar o assunto, não tenho nenhuma pretensão de denegrir ou ferir a imagem de cursos no Brasil. São bons em diferentes perspectivas, sendo que eu apresento uma diferente que surge do exterior.
Tomarei então um ponto: “I wanna work with Advertising and I want to study in the UK” – Quero trabalhar com propagada e quero estudar no Reino Unido.
Primeira diferença: Qualificação vem do berço. Toda e qualquer análise parte de como você se expressa dentro do país deles e enrolar não adianta. O que realmente vale é fazer uma prova ou curso de inglês em alguma escola (agora com número reduzido devido a crise e a grande fiscalização). Não adianta apenas conversar bonito, com muito cheers e simpatia, tem que mostrar o Diploma de Cambridge ou IELTS com nota 6.0 ou mais. Feito isso você já passou pela primeira etapa.
Passando o nível da conversa e da comunicação, partimos para o portfolio. Um foundation course na área pede que você tenha então pelo menos algum embasamento criativo, alguma prova que você tem um pouco de aptidão. Varia de lugar para lugar, mas algum tipo de teste é executado. No meu caso para a pós-graduação, tive de apresentar portfolio junto com um exame completo elaborado por eles de 14 questões criativas (prometo que vou encontrar!).
Muito bem, você está qualificado e estudando, começará então a visitar agências. Sim, em Londres as escolas são convidadas ou pedem para um dia dentro de uma agência. Nada melhor que ver de perto o trabalho. Diferenças e semelhanças, vale o simples fato de se respirar o ambiente almejado de trabalho.
Ah certo! Quer ser Planejador, Atendimento, Gerenciador de Conta? Carta de apresentação e currículo afiadíssimo, ambos bem elaborados, para pelo menos 200 agências em Londres. Espere por 2% de retorno e torça para que desses 2%, 0.5% o chamem para então conversar.
Criativo? Diretor de Arte? Onde está seu parceiro? Ah, desculpe no começo ninguém é Diretor de Arte ou Redator, é Creative/Criativo. A pasta é uma só para os DOIS. Tudo se faz EM DUPLA. Um fato que para mim faz toda diferença, especialmente no Brasil, que deveria ser uma obrigação para um trabalho ainda mais polido e bem-feito (opinião pessoal). Preocupado com Photoshop? Aqui é no rabisco, como eu já disse.
Entrou? Trabalha de graça? Quer ajuda? Conversemos. Sim, tem jogo de cintura. Tudo conversado.
Crise? Parênteses. Esse merece um comentário especial com muito mais embasamento e qualidade. Mas desde já. Pelo menos 4 amigos meus já trabalhando voltaram. Alguns sumiram. Outros recomeçaram de graça. Como bem sabemos a primeira fonte de gasto cortada é a nossa (comunicação) então vá disposto a sacrifícios, mesmo que as coisas estejam exatamente no break-even nos tempos atuais.
Dependendo do local, os professores ainda trabalham ou possuem realmente muitos contatos com o mundo publicitário (o que não difere da nossa realidade), porém a impressão que tenho são dos profissionais procurando os professores e não o inverso no lado britânico. Um facilitador? Sim, afinal a análise de pasta acontece com mais frequência.
Londres tem a NABS, vale ressaltar a grande diferença. Existe o lonely hearts também, os milhões de concursos e as diversas ajudas do governo para então o desenvolvimento de ensino. Em Londres, estudantes podem pedir aos bancos que paguem o curso e só então começam a pagar novamente com um emprego depois de formados e estabilizados.
Vale essa pequena análise. Dúvidas mais específicas para diferentes áreas, Availability [ON]. Cheers!