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Zombieland – Woody Harrelson em busca de um Twinkie
Por Felippe Martins Os filmes de zumbi estão na moda. Desde que foram revitalizadas pelo remake “Madrugada dos Mortos”, de Zack Snyder, muitas outras…
Por Felippe Martins Os filmes de zumbi estão na moda. Desde que foram revitalizadas pelo remake “Madrugada dos Mortos”, de Zack Snyder, muitas outras…
Por Felippe Martins
Os filmes de zumbi estão na moda. Desde que foram revitalizadas pelo remake “Madrugada dos Mortos”, de Zack Snyder, muitas outras produções sobre o gênero foram realizadas. Mas existe algo nessa vertente da cinematografia de horror que faz com que os filmes de mortos-vivos sejam especiais.
O mestre George Romero mostrou, desde o seu clássico absoluto “A Noite dos Mortos Vivos” que o problema sempre foi e sempre serão os vivos. Os mortos apenas contribuem para exacerbar a situação.
Romero ainda fazia questão de criticar os próprios vivos em seus filmes. Em “Despertar dos Mortos”, por exemplo, logo após retornarem, os zumbis têm como a primeira parada um shopping center. Até na “pós-morte” somos zumbis consumistas! Já na comédia de horror britânica “Todo mundo quase morto” ,de Edgar Wright, é clara a questão de que os zumbis na realidade somos nós.
Na nova comédia de horror “Zombieland” (“Zumbilândia” no Brasil), com estréia prevista para Janeiro, o mundo novamente acabou em um holocausto zumbi. Columbus (Jesse Eisenberg) é um jovem sobrevivente que está tentando chegar à casa de seus pais para ver se alguém sobreviveu.
Uma parte interessante é que o filme possui uma série de regras que são narradas didaticamente pelo próprio personagem enquanto são demonstradas na tela. Regras que vão desde “Dê dois tiros para certificar que o zumbi morreu” a “Não seja um herói” ou até “Evite banheiros”.
Um verdadeiro guia de sobrevivência aos zumbis, de Max Brooks, na tela (livro que, por mais que pareça bizarro, eu recomendo!)
Columbus se encontra com Tallahassee (Woody Harrelson), de longe o melhor personagem do filme e detentor das melhores citações. Um homem que está em uma busca pessoal. Ele precisa desesperadamente de um… Twinkie (sim, a motivação do personagem é encontrar um bolinho recheado). Juntos eles ainda encontram mais duas sobreviventes: Wichita (a maravilhosa Emma Stone) e Little Rock (Abigail Breslin). Reunido, o grupo pretende chegar a um parque de diversões que supostamente está livre de zumbis.
A história não possui muitas reviravoltas e o roteiro não é lá nem um pouco complexo. As interpretações do trio jovem é correta e bem natural. Quem rouba a cena é, claro, Harrelson.
O que torna Zombieland um ótimo filme são os detalhes. As pequenas coisas que fazem a diferença. Sabiamente, o diretor estreante Ruben Fleischer soube utilizar os zumbis como eles são exatamente: canibais, perigosos, assustadores e mortíferos. O humor vem realmente de como os vivos se portam perante a ameaça. É como se dançássemos polca em frente ao Jason.
No roteiro, ainda existe a questão da relação pessoal. Columbus diz em certo momento que passou toda sua vida isolando dos vivos, mas agora que a maioria está morta, sente falta desse contato. E é na forma dos três companheiros recém conhecidos e sem nome (reparem que o nome de cada personagem é exatamente a terra natal de cada um) que uma “família” é formada. Piegas, mas funciona muito bem.
Mas como disse, as boas coisas estão nos detalhes e para isso temos as frases engraçadíssimas de Tallahasse, como por exemplo: “Não choro tanto assim desde Titanic” e a participação mais do que especial de Bill Murray, interpretando ninguém menos do que ele mesmo!
Essa participação é um dos pontos mais engraçados do filme e aqui destaco o seguinte diálogo:
Tallahassee: Você se arrepende de alguma coisa?
Bill Murray: Não me arrependo de nada… Bem, talvez de “Garfield”
Zombieland não é nenhuma obra prima e também não possui ácidas críticas à sociedade, como a série de Romero. Muito menos o humor incisivo e sofisticado de “Todo mundo quase Morto”, mas é um filme que diverte muito por ser inocente. É daqueles “filmes para toda família”, com muito sangue, tripas, zumbis e Woody Harrelson interpretando um cara maluco em busca de um bolinho.
Não precisamos de mais nada! É como disse Weird Al Yankovick: Zombieland é o melhor filme de zumbis com Woody Harrelson, desde “O Povo contra Larry Flint”. Concordo plenamente.
Felippe Martins é escritor, professor e economista. Além de editor de Cinema do Com Limão e cinéfilo inveterado.