Apple

Quem criou o primeiro mouse da Apple?

Para entendermos o nascimento do primeiro mouse da Apple, precisamos relembrar a importância do LISA. Lançado em 1983, o aparelho foi o primeiro computador pessoal (PC)…

Compartilhe esse conteúdo:


Para entendermos o nascimento do primeiro mouse da Apple, precisamos relembrar a importância do LISA. Lançado em 1983, o aparelho foi o primeiro computador pessoal (PC) com interface gráfica e mouse. Inspirado nas estações de trabalho da Xerox, o projeto foi supervisionado de perto por Steve Jobs, tanto que ganhou o nome da sua primeira filha — Lisa Nicole Brennan. Algo que só foi confirmado décadas depois, pelo próprio Jobs, para o seu biógrafo Walter Isaacson: “Obviamente, ele foi nomeado para a minha filha”.

Voltando ao mouse, ele era parte importante desta nova interface, mas tanto Xerox PARC, quanto Douglas Engelbart (inventor do mouse), criaram soluções caras e de difícil fabricação. É aqui que entra um dos maiores escritórios de design e inovação do mundo, a IDEO. Criada por David Kelley, a empresa tinha como tarefa criar algo mais confiável e 10% mais barato que as versões anteriormente projetadas para a Apple.

Segundo a IDEO, “para começar, a equipe de design criou um mecanismo mais barato e aprimorado e descobriu que uma ‘caixa torácica’ complexa e plástica manteria as peças juntas. A equipe também testou e refinou outros componentes-chave do mouse, desde o clique audível e tátil do botão, até o revestimento emborrachado da bola [sistema mecânico que movimentava os eixos do mouse]. Um toca-discos girou por dias, registrando ‘milhas de mouse’ para verificar a confiabilidade do conjunto eletromecânico.” O mouse resultante — e que ilustra o início deste texto — provou ser mecanicamente e economicamente sólido e foi alterado apenas ligeiramente quando adaptado para uso com o primeiro computador Macintosh.

Leia também: Do Design ao Design Thinking: A transformação do pensamento do design

O primeiro mouse original da Apple foi resultado do encontro de duas grandes empresas do campo da inovação. Apesar de ser pouco conhecida pelo mainstream, a IDEO é uma empresa global de design que ainda hoje serve como uma das principais consultorias para grandes empresas que buscam inovar. O lema da empresa, “criamos impacto positivo através do design”, coloca à prova processos e produtos de gigantes dos mais diversos setores ao serem submetidos a equipes multidisciplinares, que misturam os mais diversos profissionais em um processo de cocriação único.

Essa abordagem de projeto resultou na metodologia que hoje chamamos Design Thinking. Ou seja, é uma abordagem que vai além do projeto em si. A sua ideia é focar no ser humano para desenhar e projetar algo. Trata-se de uma abordagem focada no usuário — e o produto, serviço ou estratégia final do projeto é o resultado deste pensamento. Muito além das etapas de criar empatia, idealizar, prototipar e testar; a grande potência da IDEO também está na sua equipe multidisciplinar.

“Na IDEO, somos uma comunidade de designers que naturalmente compartilham uma mentalidade devido à nossa profissão. Nossas equipes incluem pessoas com treinamento em áreas aplicadas, como design industrial, arquitetura ambiental, design gráfico e engenharia; assim como pessoas do direito, psicologia, antropologia e muitas outras áreas. Juntos, nos unimos ao design thinking como uma forma de explicar as aplicações e a utilidade do design para que outros também possam praticá-lo.” Ou seja, o design thinking da IDEO só é possível porque reúne outras perspectivas, além do designer. Essa mistura caótica e organizada une advogados, engenheiros, antropólogos e designers para trabalharem em conjunto na resolução de um problema.

O que podemos aprender com tudo isso? A próxima vez em que for criar alguma solução, experimente buscar novas visões além da bolha “criativa” da comunicação. Experimente escutar o cliente além do briefing e, se possível, aplique sessões de design thinking. Para encerrar, deixo 3 dicas: um curso gratuito, um livro e a apresentação de Kelley no TED 2002 (veja abaixo). Mesmo 20 anos depois e com exemplos que parecem ultrapassados, dá para entender que o design é muito mais sobre pessoas, do que produtos e serviços.

  • A IDEO.org possui um curso gratuito chamado “Introdução ao Design Centrado no Homem”. A formação tem duração de sete semanas e os interessados podem se inscrever aqui.
  • O livro “Design Thinking: Uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias”, foi escrito por Tim Brown (CEO da IDEO.org) e está disponível na Amazon.


Tags: , , , , , , ,

Nossa Newsletter

Assinar Agora
Leia também: