Nesta semana, o São Paulo Futebol Clube se tornou o primeiro time de futebol a contratar um jogador com o uso de criptomoedas, na América do Sul. A compra foi do jogador Giuliano Galoppo pelo valor total de R$ 32 milhões, valor que será pago por meio do token USDC, uma moeda estável pareada ao dólar. Com esse fato, vale discorrer um pouco sobre o impacto do uso de criptomoedas como pagamento e as novas fronteiras que são abertas com as finanças descentralizadas (DeFi).
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Sem fronteiras e veloz
Transações financeiras com o uso de criptoativos, gerenciadas ou não por corretoras, trouxeram uma velocidade e transfronteiricidade antes jamais vista na economia moderna. Uma transação com o bitcoin, por exemplo, pode demorar um pouco mais de 10 minutos; enquanto, na rede Ethereum, uma transação pode levar 10 segundos; e, na rede Solana, menos de 5 segundos. Avaliando apenas o tempo, não é nada surpreendente; afinal, os brasileiros receberam muito bem o Pix e hoje fazem transações em segundos. Mas o tempo se torna interessante ao apontar que essas transações podem ser entre o continente asiático e o europeu, América e África, e assim por diante, conectando as economias de uma maneira revolucionária. Por serem descentralizadas, as blockchains assustam governos com a possibilidade de que esse dinheiro passe despercebido pelos governantes; no entanto, é importante ratificar que blockchains, apesar de anônimas, são transparentes, e, caso haja alguma transação suspeita, já existe tecnologia para encontrar o ponto final dessas finanças, além de meios de coibir práticas criminosas.
Mas criptoativos são voláteis demais!
A volatilidade é, sim, uma marca do meio de criptomoedas; afinal, existe o ciclo de baixa e de alta do mercado e pode haver alguns movimentos com variação positiva ou negativa de 10%, 20%, mas para solucionar isso foram criadas as stablecoins. Moedas estáveis — tal qual a utilizada para a contratação do jogador Giuliano Galoppo pelo tricolor — possuem mecanismos para que o seu valor acompanhe o dólar, então 1 USDC = 1 dólar americano. Já que para cada token USDC, por exemplo, existe uma moeda de dólar resguardada pela Grant Thornton LLP, sendo atestado mensalmente. No mercado existem outras moedas estáveis como USDT ou BUSD, com seus próprios mecanismos de “pegging”, que é justamente o atrelamento ao valor do dólar. Essas moedas são utilizadas, por exemplo, para usuários de cripto que pretendem deixar parte do seu capital atrelada ao dólar, com menor risco de desvalorização comparado ao mercado muitas vezes volátil, e são utilizadas para a compra de outras criptomoedas em momentos oportunos do mercado. Uma moeda estável como o USDC ou BUSD, fazendo uso da blockchain, promove a velocidade — e, é claro, praticidade — para aqueles que querem fazer uma transação internacional ou até mesmo entre amigos.
Um passo além a favor da segurança
Deixando de lado as criptomoedas e falando diretamente sobre tecnologia, a blockchain, aliada aos contratos inteligentes, não só oportunizou transações internacionais diretas como principalmente a trouxe garantia de que essas irão acontecer. Contratos inteligentes são protocolos criados na blockchain que garantem a execução por conta própria, ou seja, sem o intermédio de terceiros. Um exemplo de contrato inteligente é a venda de NFTs, já que na criação de um NFT e listagem dele a venda, o criador irá definir seu preço e, no momento que alguém confirmar a compra daquele produto, colocando o valor do NFT no outro lado do contrato, a transação ocorrerá automatizada. A maneira mais simples de compreender contratos inteligentes é imaginar que eles são uma gangorra conectando dois lados, e que para que ela fique equilibrada e permita uma transação, os dois lados precisam colocar os seus devidos itens, de um lado o produto vendido e do outro o preço pelo produto, e somente quando os valores batem a gangorra se equilibra e a transação é feita. Com tudo isso, fica claro que a blockchain não só proporciona as moedas que permitem transações financeiras, mas também trazem segurança nas transações, afinal um contrato jurídico pode ser quebrado, mesmo que com penalidade, no entanto a blockchain, e os contratos inteligentes, não podem ser alterados.
O uso dos criptoativos será inevitável
Finalmente, entende-se como foi possível fazer a transação de compra do jogador Giuliano Galoppo, e na verdade porque o uso de criptomoedas para esse caso era uma ótima solução. Existem diferentes criptomoedas e tokens com diferentes utilidades, cada um adaptável para situações desejáveis aos usuários e, acima de tudo, com o tempo, surgiram novas tecnologias e mecanismos ainda melhores para garantir transações financeiras seguras que, claramente, nem sempre precisam de um intermediador. Com essa explicação, a pergunta que fica é, você aceitaria um pagamento em criptomoedas? Se a resposta é não, é importante analisar os motivos e buscar se eles são válidos ou se já não foram solucionados pela evolução da tecnologia.
Créditos: Imagem Destaque – Rubens Chiri / saopaulofc.net