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A arte do ilusionismo: Cerâmicas "de papelão" de Jacques Monneraud

Jacques Monneraud, renomado ceramista francês, desafiou as expectativas com sua nova coleção de cerâmicas intitulada “Carton”. Inspirada na materialidade…

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Jacques Monneraud, renomado ceramista francês, desafiou as expectativas com sua nova coleção de cerâmicas intitulada “Carton”. Inspirada na materialidade e efemeridade do papelão, a coleção apresenta vasos, jarras e bules que enganam o olhar, aparentando ser feitos de papelão e fita adesiva.

“Eu sempre fui muito sensível a coisas que o tempo deteriora, coisas que não duram,” revelou Monneraud, ao falar sobre a inspiração por trás da coleção.

Ele descreveu as peças como uma “zombaria ao nosso mundo de superprodução e superconsumo”, utilizando o paradoxo da cerâmica, que é duradoura, para simular materiais descartáveis e frágeis como o papelão.

Para alcançar a aparência realista de papelão, Monneraud combinou três tipos diferentes de argila, ajustando minuciosamente a textura e a cor.

As fitas adesivas, feitas de esmalte cerâmico, passaram por centenas de testes para atingir a receita perfeita. “São o resultado de centenas de testes para encontrar a receita certa”, explicou o ceramista, destacando o processo rigoroso e meticuloso necessário para criar cada peça.

Apesar da aparência de montagem rápida, a produção das peças da coleção “Carton” foi tudo menos simples. Monneraud passou cerca de um ano e meio refinando o processo de modelagem, que exige uma atenção excepcional aos detalhes e não permite erros.

Um dos aspectos mais intrigantes das obras é o contraste entre a aparência de papelão e a funcionalidade real das peças, que são à prova d’água, formando uma durabilidade paradoxal: apesar de parecerem frágeis como papelão, estas peças poderão durar milhares de anos.

Com sede na charmosa cidade costeira de Anglet (França), Monneraud começou sua prática cerâmica em 2021 e já explorou uma variedade de formas e funções. A “Carton” é apenas o começo de uma exploração contínua de formas ilusórias e inesperadas, com o artista ansioso para criar vasos ainda maiores e explorar novas ideias.

Essa coleção não é apenas um tributo à habilidade técnica de Monneraud, mas também um comentário profundo sobre a natureza efêmera dos materiais e a durabilidade da arte. Um lembrete de que, mesmo em um mundo de descartabilidade, há beleza na criação que perdura.



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