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Uma praia digital: Por que você quer um blog?!

Quase toda semana recebo produtos para review, presentes e press kits. O processo sempre acaba sendo o mesmo: recebo, faço uma fotografia e publico nas redes sociais.…

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Quase toda semana recebo produtos para review, presentes e press kits. O processo sempre acaba sendo o mesmo: recebo, faço uma fotografia e publico nas redes sociais. Entre um like e outro, uma frase já virou tradição: “Nossa! Vou abrir um blog também”. Entretanto, isso não é de hoje. Nos últimos nove anos (tempo em que o Com limão está no ar), já escutei incontáveis vezes este tipo de afirmação e as suas derivações, uma das mais tradicionais é o “dá para mim?”. O detalhe que o grande público não entende (ou se faz de besta), é que existem motivos para as marcas darem coisas para os “influenciadores”.

Musas fitness e vloggers: Os influenciadores da vez.

Como falei, o Com limão está no há 9 anos. É tempo suficiente para assistir diversas modas surgirem e desaparecerem. É o que chamo de efeito praia. Assim como as ondas, essas “oportunidades digitais” veem e vão. Algumas pessoas observam de longe, sem entender muito bem. Já outras, chegam a molhar os pés, mas voltam correndo para terra firme. Tem aqueles que, na explosão da juventude, gostam de se aventurar e surfar as maiores ondas. Estes são os que mais ganham com a “onda da vez”. Atualmente são as musas fitness e os vloggers.

O grande problema desta galera é que, nem sempre, se preocupam com o futuro. São os donos da praia e vivem a curtição. Mas a jovialidade não é eterna e, assim como um surfista profissional, fica difícil encarar algumas ondas. Já em outros casos, o mar fica tranquilo e, sem saber o que fazer, ficam da areia, apenas observando o mar.

Aqueles que são mais espertos, usam a sua popularidade momentânea para divulgar os seus quiosques à beira mar. Quando as ondas acabarem, vão vender camarão frito e aproveitar a brisa fresca. Não entendeu a analogia? Vou traduzir. Eles usam a popularidade para divulgar seus produtos, e-commerce e tudo mais que puderem transformar em dinheiro no pós sucesso. Exemplos? Enquanto você está aí, criticando a Gabriela Pugliesi, ela está lançando marca de roupa, tapiocaria, academia e por aí vai. Quando as rugas chegarem ou o Instagram acabar (sim, ele vai acabar um dia. Apenas aceite!), a dona Gabriela estará em seu quiosque à beira mar.

Pescadores não são influenciadores, mas vivem do mar.

No meio de todo este ecossistema, existe um tipo de personagem que é quase esquecido, mas passa a vida se sustentando do mar, os pescadores. Normalmente conhecem as águas como ninguém, velejam na calmaria e na tempestade e adoram contar uma boa história.

Assim como pescadores, aqueles profissionais de mídias digitais com mais tempo de estrada já sabem como esta “praia” se comporta. Alguns são velhos lobos dos mares, que se adaptam a (quase) qualquer atividade. Alguns possuem barcos enormes, com vários tripulantes. Outros gostam de viver uma carreira solo.

De tempos em tempos, alguns resgatam empreendedores à deriva, encalhados com suas “geniais” engenhocas marítimas ou ajudam no desenvolvimento de máquinas de fazerem ondas. A verdade é que este tipo de profissional sabe que o mar é imprevisível e, com ele, não se brinca, se planeja rotas. É bem verdade que alguns ainda usam barcos furados, mas quase nunca naufragam.

Eis a minha pergunta, por que você quer um barco?

Agora que já dei um pequeno panorama desta praia, lanço minha pergunta: Por que você quer um blog? Se você não souber navegar, não vai ganhar “presente” nenhum. O máximo que conseguirá é se afundar, mesmo que não seja financeiramente, mas talvez sua reputação profissional sofra algumas avarias.

Acima de tudo, você não faz um blog para ganhar dinheiro. Todos aqueles que começaram desta maneira, desistiram na primeira viagem. Você cria um blog para comunicar algo, o lucro… é lucro.

Sabe por quê o Com limão nasceu? Queria mostrar para alguns amigos de profissão, que designer digital não precisava programar (HTML, ASP, PHP, etc.). Meu objetivo nunca foi ser influenciador de nada e nem webcelebridade. Só queria pescar meu peixe. Por ironia do destino, encontrei um público que adora o meu badejo na grelha com limão.

Agora se depois de todos estes conselhos, você ainda acha que pode ganhar os mares, a praia está aí e é aberta para todo mundo. Só não venha me pentelhar, eu posso (no máximo) vender a minha pescada para você.



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