O Apple Watch evoluiu, ao longo dos seus dez anos de história, para ser muito mais do que apenas um dispositivo de notificações e bem-estar físico. Atualmente, ele se posiciona como um grande aliado na jornada da saúde (basta ver as apresentações da marca relacionadas ao produto). Mais recentemente o sistema vem sendo aprimorado, com especial atenção para a qualidade do sono e o monitoramento de distúrbios como a apneia do sono.

As novas funções acompanham as fases do sono, sinais vitais noturnos e identifica sinais consistentes de apneia do sono. Esses recursos chegam num momento em que quase 1 bilhão de pessoas sofrem de apneia, mas apenas 20% recebem diagnóstico. Para isso, a construção das ferramentas de saúde e sono do Apple Watch seguem três pilares centrais:

• Fundamentação científica: Todos os recursos são validados por processos rigorosos e desenvolvidos em conjunto com especialistas em medicina, garantindo resultados confiáveis;
• Alertas fáceis: As notificações e recomendações buscam sempre ser relevantes, mantendo um alto padrão para que apenas alertas pertinentes e compreensíveis sejam emitidos ao usuário;
• Privacidade: Os dados coletados são tratados com extrema sensibilidade para que o usuário confie plenamente no não compartilhamento das suas informações de saúde. A privacidade tem sido uma grande preocupação da Apple, principalmente agora com o mundo das inteligências artificiais.

Experiência completa de sono

O sistema de sono do Apple Watch visa não só ajudar os usuários a atingirem as recomendações clínicas — como dormir ao menos 7 horas por noite (um sonho para nós, meros mortais trabalhadores) e manter consistência nos horários —, mas também a entenderem, em detalhes, a qualidade do seu descanso. E isso é feito por meio de:

• Definição e acompanhamento de metas: O usuário estabelece horários de sono e de acordar, recebendo notificações que ajudam a iniciar o processo de desaceleração antes de dormir.
• Modo de foco para sono: Permite limitar chamadas e notificações durante o período de descanso, minimizando interrupções.
• Customização da tela: É possível configurar telas escuras ou aplicativos adequados para o momento de dormir, como áudios relaxantes ou sessões de meditação do Fitness+.
• Acompanhamento no próprio dispositivo e no iPhone: O usuário pode visualizar registros da duração do sono, horários em que adormeceu e acordou, além de conferir seu desempenho em relação às metas traçadas.
• Medição das fases do sono: Sensores do relógio detectam tempo em sono leve, profundo e REM, permitindo análise detalhada dos ciclos de sono.
• Monitoramento dos sinais vitais: Métricas como frequência cardíaca, respiratória, temperatura da pele e saturação de oxigênio são observadas para criar padrões personalizados, destacando desvios que podem indicar alterações de saúde.

Quando múltiplas métricas fogem do padrão, o relógio envia uma notificação, pelo aplicativo Saúde, sugerindo atenção ao próprio corpo.

Monitoramento de apneia do sono

Como disse no início, a apneia do sono é um problema global com grande parte dos casos ainda sem diagnóstico (minha mãe foi um exemplo deste cenário e, em breve, espero trazer o exemplo dela). O Apple Watch, por meio de um algoritmo que analisa em uma janela de 30 dias os movimentos do braço durante o sono, é capaz de detectar sinais consistentes de apneia. Quando indícios são encontrados, o usuário recebe um relatório detalhado para compartilhar com profissionais de saúde, facilitando o diálogo sobre diagnóstico e possíveis tratamentos.

Acessível para todos usuários dos modelos mais novos do Apple Watch, o relatório é importante porque:

• Garante maior acesso ao rastreamento precoce de uma condição subdiagnosticada;
• Empodera o indivíduo a buscar orientação médica e tratamento qualificado;
• E há relatos de usuários que indicam melhoras significativas de qualidade de vida após a identificação e tratamento da apneia.

Além do relógio em si, o sistema proporciona integração com outros dispositivos e apps, como música ambiente, modo stand-by no iPhone (transformando-o em um despertador) e compatibilidade com acessórios de terceiros.

A contribuição científica do Apple Watch

Além de ser um produto dispoível para todos os consumidores, o Apple Watch contribui também para avanços médicos no conhecimento sobre sono, participando de estudos como o Apple Heart and Movement Study, com dados de dezenas de milhares de participantes. Estes dados confirmam desafios modernos, como a média de duração de sono inferior à recomendada e a importância da regularidade dos horários de dormir.

Segundo o estudo, que agregou 16 milhões de noites de sono de mais de 60 mil voluntários, a duração média registrada foi de 6h 40 min, abaixo das 7 h recomendadas; e somente 31,2 % dormiam o suficiente. Participantes com horários consistentes ganharam 40 min extras de sono e fizeram 57 % mais atividade física diurna, reforçando a importância das rotinas automatizadas pelo relógio.

Com integração suave entre hardware, software e serviços, o Apple Watch se consolida como aliado na higiene do sono e na detecção precoce de condições graves como apneia. Ao combinar ciência, usabilidade e forte proteção de dados, a plataforma transforma cada noite em um relatório acionável — e potencialmente salva vidas ao incentivar diagnósticos que milhões ainda não têm.

Para fechar, vale dizer que o Apple Watch se destaca, portanto, como uma solução integrada de monitoramento, orientação e empoderamento para a saúde do sono, abrangendo desde dicas comportamentais até alertas para condições clínicas, com ênfase em apneia do sono — reforçando a importância do sono consistente e de qualidade para o bem-estar geral.